Farmacodinâmica do cisatracúrio no transplante renal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cavalcanti, Ismar Lima
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: Tardelli, Maria Angela [UNIFESP], Rodrigues, Rita de Cássia [UNIFESP]
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/1437
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-70942002000300004
Resumo: JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A escolha do cisatracúrio, especialmente nos doentes com insuficiência orgânica, parece ser benéfica, devido a sua eliminação órgão independente de Hofmann e menor tendência a liberar histamina. Este trabalho tem como objetivo determinar, em doentes portadores de insuficiência renal crônica, a farmacodinâmica do cisatracúrio durante o transplante renal. MÉTODO: Foram estudados 30 pacientes divididos em dois grupos, 15 com função renal normal submetidos a cirurgia bucomaxilo-facial e 15 portadores de insuficiência renal crônica submetidos a transplante renal sob anestesia geral com etomidato, sufentanil e sevoflurano em concentrações entre 0,5 e 1% de fração expirada. Receberam dose venosa de 0,15 mg.kg-1 de cisatracúrio na indução e 0,05 mg.kg-1 todas as vezes que T1 recuperava 25%. A função neuromuscular foi monitorizada de forma contínua por aceleromiografia utilizando o padrão de estimulação seqüência de quatro estímulos, através da estimulação supramáxima do nervo ulnar. RESULTADOS: Os resultados referentes à farmacodinâmica do cisatracúrio mostram que o início de ação (4,1 e 4,9 min), a duração clínica (68,9 e 75,4 min) e o índice de recuperação (20,2 e 28 min) foram semelhantes entre os grupos normal e insuficiência renal, respectivamente. Os tempos para a relação T4/T1 atingir 0,7 (34,3 e 51,4 min) e 0,9 (49,7 e 68,6 min) a partir do último 25% de T1 apresentaram diferença estatisticamente significante entre os grupos, com os maiores valores no grupo insuficiência renal. A razão de acumulação foi igual a 1,08. CONCLUSÕES: O início de ação, a duração clínica e o índice de recuperação são semelhantes entre os dois grupos, o tempo para a relação T4/T1 atingir 0,7 ou 0,9 foi maior no grupo insuficiência renal do que no grupo normal e o cisatracúrio não apresentou efeito acumulativo no grupo insuficiência renal.
id UFSP_ab2aecdd2dcc83c9677065c58a9e0d5f
oai_identifier_str oai:repositorio.unifesp.br:11600/1437
network_acronym_str UFSP
network_name_str Repositório Institucional da UNIFESP
repository_id_str 3465
spelling Cavalcanti, Ismar LimaTardelli, Maria Angela [UNIFESP]Rodrigues, Rita de Cássia [UNIFESP]Hospital Geral de Nova IguaçuUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)2015-06-14T13:29:42Z2015-06-14T13:29:42Z2002-06-01Revista Brasileira de Anestesiologia. Sociedade Brasileira de Anestesiologia, v. 52, n. 3, p. 294-306, 2002.0034-7094http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/1437http://dx.doi.org/10.1590/S0034-70942002000300004S0034-70942002000300004.pdfS0034-7094200200030000410.1590/S0034-70942002000300004JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A escolha do cisatracúrio, especialmente nos doentes com insuficiência orgânica, parece ser benéfica, devido a sua eliminação órgão independente de Hofmann e menor tendência a liberar histamina. Este trabalho tem como objetivo determinar, em doentes portadores de insuficiência renal crônica, a farmacodinâmica do cisatracúrio durante o transplante renal. MÉTODO: Foram estudados 30 pacientes divididos em dois grupos, 15 com função renal normal submetidos a cirurgia bucomaxilo-facial e 15 portadores de insuficiência renal crônica submetidos a transplante renal sob anestesia geral com etomidato, sufentanil e sevoflurano em concentrações entre 0,5 e 1% de fração expirada. Receberam dose venosa de 0,15 mg.kg-1 de cisatracúrio na indução e 0,05 mg.kg-1 todas as vezes que T1 recuperava 25%. A função neuromuscular foi monitorizada de forma contínua por aceleromiografia utilizando o padrão de estimulação seqüência de quatro estímulos, através da estimulação supramáxima do nervo ulnar. RESULTADOS: Os resultados referentes à farmacodinâmica do cisatracúrio mostram que o início de ação (4,1 e 4,9 min), a duração clínica (68,9 e 75,4 min) e o índice de recuperação (20,2 e 28 min) foram semelhantes entre os grupos normal e insuficiência renal, respectivamente. Os tempos para a relação T4/T1 atingir 0,7 (34,3 e 51,4 min) e 0,9 (49,7 e 68,6 min) a partir do último 25% de T1 apresentaram diferença estatisticamente significante entre os grupos, com os maiores valores no grupo insuficiência renal. A razão de acumulação foi igual a 1,08. CONCLUSÕES: O início de ação, a duração clínica e o índice de recuperação são semelhantes entre os dois grupos, o tempo para a relação T4/T1 atingir 0,7 ou 0,9 foi maior no grupo insuficiência renal do que no grupo normal e o cisatracúrio não apresentou efeito acumulativo no grupo insuficiência renal.BACKGROUND AND OBJECTIVES: Cisatracurium seems to be beneficial, especially for patients with organ dysfunction, due to organ-independent Hofmann elimination and a lower trend to histamine release. This study aimed at determining cisatracurium pharmacodynamic profile in renal transplantation. METHODS: Participated in this study 30 patients who were distributed in two groups: 15 healthy patients submitted to maxillofacial surgery, and 15 patients with chronic renal failure submitted to renal transplantation. All patients were anesthetized with etomidate, sufentanil and 0.5% to 1% sevoflurane . Intravenous cisatracurium was administrated after anesthetic induction and additional 0.05 mg.kg-1 was injected whenever T1 recovered 25%. Neuromuscular function was continuously monitored by acceleromyography using TOF stimulation, through supramaximal ulnar nerve stimulation. RESULTS: Onset time (4.1 and 4.9 min), clinical duration (68.9 and 75.4 min) and recovery time (20.2 and 28 min) were similar between normal and renal failure groups, respectively. Time spent until T4/T1 > 0.7 (34.3 and 51.4 min), and > 0.9 (49.7 and 68.6 min) since the last 25% recovery of T1 were statistically different between groups, with the higher values observed in the renal failure group. Accumulation ratio was 1.08. CONCLUSIONS: Onset, clinical duration and recovery time were comparable between groups. Time to T4/T1 > 0.7 and > 0.9 was longer in the renal failure group as compared to the normal group and cisatracurium did not show cumulative effects in the renal failure group.JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La escoja del cisatracúrio, especialmente en los enfermos con insuficiencia orgánica, parece ser benéfica, debido a su eliminación órgano independiente de Hofmann y menor tendencia a liberar histamina. Este trabajo tiene como objetivo determinar, en enfermos portadores de insuficiencia renal crónica, la farmacodinámica del cisatracúrio durante el transplante renal. MÉTODO: Fueron estudiados 30enfermos divididos en dos grupos, 15 con función renal normal sometidos a cirugía bucomaxilo-facial y 15 portadores de insuficiencia renal crónica sometidos a transplante renal bajo anestesia general con etomidato, sufentanil y sevoflurano en concentraciones entre 0,5 y 1% de fracción expirada. Recibieron dosis venosa de 0,15 mg.kg-1 de cisatracúrio en la inducción y 0,05 mg.kg-1 todas las veces que T1 recuperaba 25%. La función neuromuscular fue monitorizada de forma continua por aceleromiografia utilizando el patrón de estimulación secuencia de cuatro estímulos, a través de la estimulación supramáxima del nervio ulnar. RESULTADOS: Los resultados referentes a la farmacodinámica del cisatracúrio muestran que el inicio de acción (4,1 y 4,9 min), la duración clínica (68,9 y 75,4 min) y el índice de recuperación (20,2 y 28 min) fueron semejantes entre los grupos normal e insuficiencia renal, respectivamente. Los tiempos para la relación T4/T1 llegar a 0,7 (34,3 y 51,4 min) y 0,9 (49,7 y 68,6 min) a partir del último 25% de T1 presentaron diferencia estadísticamente significante entre los grupos, con los mayores valores en el grupo de insuficiencia renal. La razón de acumulación fue igual a 1,08. CONCLUSIONES: El inicio de acción, la duración clínica y el índice de recuperación son semejantes entre los dos grupos, el tiempo para la relación T4/T1 llegar a 0,7 ó 0,9 fue mayor en el grupo de insuficiencia renal de que en el grupo normal y el cisatracúrio no presentó efecto acumulativo en el grupo de insuficiencia renal.Hospital Geral de Nova IguaçuUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Escola Paulista de MedicinaUNIFESP, EPMSciELO294-306porSociedade Brasileira de AnestesiologiaRevista Brasileira de AnestesiologiaBLOQUEADORES NEUROMUSCULARESCIRURGIANEUROMUSCULAR BLOCKFarmacodinâmica do cisatracúrio no transplante renalCisatracurium pharmacodynamics in renal transplantationFarmacodinámica del cisatracúrio en el transplante renalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPORIGINALS0034-70942002000300004.pdfapplication/pdf112066${dspace.ui.url}/bitstream/11600/1437/1/S0034-70942002000300004.pdf034d9e49e2b1a55d109614f8150800e5MD51open accessTEXTS0034-70942002000300004.pdf.txtS0034-70942002000300004.pdf.txtExtracted texttext/plain74888${dspace.ui.url}/bitstream/11600/1437/2/S0034-70942002000300004.pdf.txt319162982a0882d298cdd14a67635957MD52open access11600/14372022-11-04 15:40:31.367open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/1437Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652022-11-04T18:40:31Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Farmacodinâmica do cisatracúrio no transplante renal
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Cisatracurium pharmacodynamics in renal transplantation
dc.title.alternative.es.fl_str_mv Farmacodinámica del cisatracúrio en el transplante renal
title Farmacodinâmica do cisatracúrio no transplante renal
spellingShingle Farmacodinâmica do cisatracúrio no transplante renal
Cavalcanti, Ismar Lima
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES
CIRURGIA
NEUROMUSCULAR BLOCK
title_short Farmacodinâmica do cisatracúrio no transplante renal
title_full Farmacodinâmica do cisatracúrio no transplante renal
title_fullStr Farmacodinâmica do cisatracúrio no transplante renal
title_full_unstemmed Farmacodinâmica do cisatracúrio no transplante renal
title_sort Farmacodinâmica do cisatracúrio no transplante renal
author Cavalcanti, Ismar Lima
author_facet Cavalcanti, Ismar Lima
Tardelli, Maria Angela [UNIFESP]
Rodrigues, Rita de Cássia [UNIFESP]
author_role author
author2 Tardelli, Maria Angela [UNIFESP]
Rodrigues, Rita de Cássia [UNIFESP]
author2_role author
author
dc.contributor.institution.none.fl_str_mv Hospital Geral de Nova Iguaçu
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
dc.contributor.author.fl_str_mv Cavalcanti, Ismar Lima
Tardelli, Maria Angela [UNIFESP]
Rodrigues, Rita de Cássia [UNIFESP]
dc.subject.por.fl_str_mv BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES
CIRURGIA
topic BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES
CIRURGIA
NEUROMUSCULAR BLOCK
dc.subject.eng.fl_str_mv NEUROMUSCULAR BLOCK
description JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A escolha do cisatracúrio, especialmente nos doentes com insuficiência orgânica, parece ser benéfica, devido a sua eliminação órgão independente de Hofmann e menor tendência a liberar histamina. Este trabalho tem como objetivo determinar, em doentes portadores de insuficiência renal crônica, a farmacodinâmica do cisatracúrio durante o transplante renal. MÉTODO: Foram estudados 30 pacientes divididos em dois grupos, 15 com função renal normal submetidos a cirurgia bucomaxilo-facial e 15 portadores de insuficiência renal crônica submetidos a transplante renal sob anestesia geral com etomidato, sufentanil e sevoflurano em concentrações entre 0,5 e 1% de fração expirada. Receberam dose venosa de 0,15 mg.kg-1 de cisatracúrio na indução e 0,05 mg.kg-1 todas as vezes que T1 recuperava 25%. A função neuromuscular foi monitorizada de forma contínua por aceleromiografia utilizando o padrão de estimulação seqüência de quatro estímulos, através da estimulação supramáxima do nervo ulnar. RESULTADOS: Os resultados referentes à farmacodinâmica do cisatracúrio mostram que o início de ação (4,1 e 4,9 min), a duração clínica (68,9 e 75,4 min) e o índice de recuperação (20,2 e 28 min) foram semelhantes entre os grupos normal e insuficiência renal, respectivamente. Os tempos para a relação T4/T1 atingir 0,7 (34,3 e 51,4 min) e 0,9 (49,7 e 68,6 min) a partir do último 25% de T1 apresentaram diferença estatisticamente significante entre os grupos, com os maiores valores no grupo insuficiência renal. A razão de acumulação foi igual a 1,08. CONCLUSÕES: O início de ação, a duração clínica e o índice de recuperação são semelhantes entre os dois grupos, o tempo para a relação T4/T1 atingir 0,7 ou 0,9 foi maior no grupo insuficiência renal do que no grupo normal e o cisatracúrio não apresentou efeito acumulativo no grupo insuficiência renal.
publishDate 2002
dc.date.issued.fl_str_mv 2002-06-01
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2015-06-14T13:29:42Z
dc.date.available.fl_str_mv 2015-06-14T13:29:42Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv Revista Brasileira de Anestesiologia. Sociedade Brasileira de Anestesiologia, v. 52, n. 3, p. 294-306, 2002.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/1437
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-70942002000300004
dc.identifier.issn.none.fl_str_mv 0034-7094
dc.identifier.file.none.fl_str_mv S0034-70942002000300004.pdf
dc.identifier.scielo.none.fl_str_mv S0034-70942002000300004
dc.identifier.doi.none.fl_str_mv 10.1590/S0034-70942002000300004
identifier_str_mv Revista Brasileira de Anestesiologia. Sociedade Brasileira de Anestesiologia, v. 52, n. 3, p. 294-306, 2002.
0034-7094
S0034-70942002000300004.pdf
S0034-70942002000300004
10.1590/S0034-70942002000300004
url http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/1437
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-70942002000300004
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Anestesiologia
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 294-306
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Anestesiologia
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Brasileira de Anestesiologia
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNIFESP
instname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron:UNIFESP
instname_str Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
instacron_str UNIFESP
institution UNIFESP
reponame_str Repositório Institucional da UNIFESP
collection Repositório Institucional da UNIFESP
bitstream.url.fl_str_mv ${dspace.ui.url}/bitstream/11600/1437/1/S0034-70942002000300004.pdf
${dspace.ui.url}/bitstream/11600/1437/2/S0034-70942002000300004.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 034d9e49e2b1a55d109614f8150800e5
319162982a0882d298cdd14a67635957
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1802764186802978816