Mutantes do receptor B2 de cininas : análise da interação droga-receptor e sua aplicabilidade no estudo do angioedema hereditário

• Autor(a) principal: Silva, Rafael Filippelli da [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5170326; http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50524
• topic: Angioedema hereditário; Bradicinina; Receptor B; Mutantes; Aqonismo tendencioso; Hereditary angioedema; Bradykinin; Receiver B; Mutants; Biased aqonismo

Introdução: a bradicinina (8K) é um importante peptídeo regulador da pressão arterial, nocicepção, inflamação e é associada com a fisiopatologia do angioedema hereditário (AEH). Os principais aspectos clínicos do AEH são mediados pela 8K, que exerce suas ações pela ativação do receptor 82 (82R), um membro da família de receptores acoplados à proteína G (GPCR). O objetivo do presente trabalho foi avaliar se mutações do 82R encontradas em pacientes com AEH poderiam alterar o perfil farmacológico de transdução de sinal da 8K, levando a consequências relevantes para a fisiopatologia da doença. Materiais e métodos: utilizamos construções de biossensores de proteína G e !3-arrestinas para realizar análises de 8RET e avaliar perfis funcionais dos 82R mutantes. Todos os experimentos foram realizados em células HEK 293T transientemente transfectadas, quer com o receptor selvagem ou com os mutantes do 82R humano. Os ensaios de ligação competitiva utilizando 8K radiomarcada (3H-8K) foram realizados para estimar a afinidade de 8K para receptores mutantes. Os ensaios de 8RET, utilizados para avaliar a ativação da proteína G e o recrutamento de !3-arrestina1 e 2, foram realizados usando um método adaptado do descrito por Quoyer et aI. (2013). Resultados: os ensaios de ligação mostraram que a 8K mantém uma afinidade semelhante nos receptores mutantes R14C, W344C, G354E e V376M, quando comparados ao receptor selvagem. Em análises funcionais, o 8K desencadeou o acoplamento da proteína G e mobilização de cálcio intracelular com potências e eficácias similares nos receptores R14C e G354E em comparação com o WT. Por outro lado, esse receptores não foram capazes de recrutar !3-arrestinas. Já nos mutantes W344C e V376M, a potência e a eficácia da 8K foi reduzida na ativação de todas as vias de sinalização testadas. Conclusões: Esses achados fornecem evidências fortes para um perfil de agonismo tendencioso de proteína G de 8K endógena ao ativar mutantes os mutantes R14C e G354E do 82R identificados em pacientes com AEH. Por outro lado, os mutantes W344C e V376M apresentaram uma diminuição das respostas farmacológicas induzidas pela 8K. Acreditamos que os dados atuais contribuem para revelar os mecanismos moleculares envolvidos no AEH e, portanto, abrindo novas perspectivas e abordagens para estudo e tratamento desta doença.