O papel do eixo intestino microbioma cérebro nas doenças neurológicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Calabrez, Bruna Contro [UNIFESP]
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11600/71515
Resumo: O microbioma intestinal desempenha papel essencial em várias funções biológicas, como o metabolismo de xenobióticos, a fermentação de fibras dietéticas, síntese de vitaminas, defesa contra patógenos e regulação do sistema imunológico. Existe conexão entre o microbioma intestinal, o desenvolvimento e a progressão de várias doenças neurológicas, como enxaqueca, doença cerebrovascular, doença de Alzheimer, doença de Parkinson, esclerose múltipla, transtornos do espectro autista, transtorno depressivo maior, miastenia grave e epilepsia. Este trabalho tem como objetivo revisar na literatura aspectos que tragam associações e compreender melhor os mecanismos subjacentes entre o microbioma intestinal e doenças neurológicas. O levantamento dos dados da pesquisa evidencia que o desequilíbrio no microbioma intestinal (disbiose), pode influenciar o neurodesenvolvimento e a neuroinflamação, ao afetar diretamente a saúde mental e neurológica dos indivíduos. O eixo microbioma-intestino-cérebro emerge como uma via crítica de comunicação, mediada por mecanismos neurais, neuroendócrinos, inflamatórios e metabólicos. Por exemplo, alterações no microbioma intestinal têm sido associadas a mudanças na produção de neurotransmissores e na resposta imunológica, que contribuem para condições neurológicas como depressão e ansiedade. Modelos experimentais, incluindo animais livres de germes e transplantes de microbiota fecal, têm sido fundamentais para desvendar como o microbioma intestinal pode modular o comportamento e a fisiologia do hospedeiro. Estes estudos não apenas elucidam a influência do microbioma na função cerebral, mas também apontam para potenciais intervenções terapêuticas através da modulação do microbioma. Conclui-se que o microbioma intestinal desempenha papel integral na saúde neurológica, oferecendo novas perspectivas para o diagnóstico e tratamento de doenças neurológicas. Estudos futuros devem focar em entender as interações específicas entre microrganismos intestinais e o sistema nervoso central, bem como em desenvolver estratégias terapêuticas baseadas na modulação da microbiota intestinal para melhorar a saúde neurológica. Além disso, é essencial que futuras pesquisas se concentrem mais em estudos com seres humanos para validar e expandir as descobertas já obtidas em modelos animais.
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