Análise do papel dos lncRNAs Fendrr e Slamon no melanoma
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69774 |
Resumo: | Long non-coding RNAs (lncRNAs) são RNAs longos que pertencem à classe de RNAs que não codificam proteínas (ncRNAs). Estima-se que 70 a 90% do genoma humano seja transcrito em ncRNAs. Estudos já demonstraram a importância dos ncRNAs na modulação da expressão dos genes, podendo ser considerados importante peça da maquinaria epigenética. O melanoma é responsável por cerca de 80% de todas as mortes relacionadas com neoplasias da pele. Isto se deve ao seu alto potencial metastático e de desenvolvimento de resistência aos tratamentos. Nosso laboratório desenvolveu um modelo de progressão linear do melanoma a partir da linhagem murina de melanócitos não tumorigênicos, melan-a, a qual foi submetida a ciclos de desadesão e adesão, resultando na transformação maligna e originando linhagens celulares progressivamente mais agressivas. Com este modelo podemos estudar o melanoma em vários estágios de sua progressão, desde células não tumorigênicas (melan-a) a células com alto potencial metastático (4C11+). Para esse trabalho, utilizamos quatro linhagens celulares, melan-a (melanócitos), 4C (melanócitos pré-malignos), 4C11- (células de melanoma não metastático) e 4C11+ (células de melanoma metastático), as quais foram analisadas por RNA-seq quanto ao perfil de expressão de mRNAs e lncRNAs. Após análises in sílico, definimos como alvos de estudo os lncRNAs Slamon e Fendrr, para entender seu papel na progressão do melanoma. Slamon tem expressão aumentada e Fendrr, expressão diminuída na linhagem celular de melanoma metastático 4C11+ em comparação com as outras linhagens celulares do modelo (melan-a, 4C e 4C11-) e são vizinhos aos genes Slc25a13 e Foxf1, respectivamente. Células de melanoma knockdown ou com superexpressão destes lncRNAs foram avaliadas quanto à proliferação, migração celular, clonogenicidade, resistência à Dacarbazina e crescimento tumoral in vivo. Além disso, a expressão de genes também foi analisada. A superexpressão de Fendrr nas células 4C11+ resultou no aumento da migração, proliferação e resistência a Dacarbazina. Além disso, os tumores resultantes da inoculação de células 4C11+ superexpressando Fendrr são amelanóticos, diferente da linhagem 4C11+ wild type. Encontramos que os níveis de expressão do Fendrr interferem na expressão de Foxf1 e de Cdkn2a, indicando uma possível regulação negativa da proteína P16. Além disso observamos alterações nos níveis de SOX6. Por outro lado, células 4C11+ knockdown para Slamon apresentaram menor capacidade migratória e de resistência à Dacarbazina, e maior expressão de Slc25a13. Em contraste, células 4C11+ knockdown para Slc25a13 apresentaram diminuição da migração, clonogenicidade, proliferação, resistência ao anoikis e ao tratamento com Dacarbazina e inibidor de MEK, ao passo que elevou os níveis de Slamon. Curiosamente, ao realizar o duplo silenciamento (Slc25a13 e Slamon), os resultados funcionais observados com o knockdown isolado de Slc25a13 não permaneceram com o silenciamento conjunto de Slamon. Adicionalmente, observamos que a expressão alterada de Slamon e de Slc25a13 no modelo celular resultam de mudanças na metilação da região promotora desses genes. Nossos resultados sugerem um papel crucial dos lncRNAs Fendrr e Slamon no melanoma. Demonstramos que o lncRNA Fendrr está associado à agressividade tumoral. Por outro lado, Slamon é responsável por regular a agressividade tumoral associada a Slc25a13, formando uma rede de regulação que nunca foi descrita associada a tumores. Esses achados revelam lncRNAs importantes para a biologia do melanoma, além de possivelmente indicar transcritos que podem ser utilizados como biomarcadores de prognóstico e alvos terapêuticos no melanoma. |
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Análise do papel dos lncRNAs Fendrr e Slamon no melanomaAnalysis of the role of lncRNAs Fendrr and Slamon in melanomaMelanomalncRNAsEpigenéticaExpressão gênicaLong non-coding RNAs (lncRNAs) são RNAs longos que pertencem à classe de RNAs que não codificam proteínas (ncRNAs). Estima-se que 70 a 90% do genoma humano seja transcrito em ncRNAs. Estudos já demonstraram a importância dos ncRNAs na modulação da expressão dos genes, podendo ser considerados importante peça da maquinaria epigenética. O melanoma é responsável por cerca de 80% de todas as mortes relacionadas com neoplasias da pele. Isto se deve ao seu alto potencial metastático e de desenvolvimento de resistência aos tratamentos. Nosso laboratório desenvolveu um modelo de progressão linear do melanoma a partir da linhagem murina de melanócitos não tumorigênicos, melan-a, a qual foi submetida a ciclos de desadesão e adesão, resultando na transformação maligna e originando linhagens celulares progressivamente mais agressivas. Com este modelo podemos estudar o melanoma em vários estágios de sua progressão, desde células não tumorigênicas (melan-a) a células com alto potencial metastático (4C11+). Para esse trabalho, utilizamos quatro linhagens celulares, melan-a (melanócitos), 4C (melanócitos pré-malignos), 4C11- (células de melanoma não metastático) e 4C11+ (células de melanoma metastático), as quais foram analisadas por RNA-seq quanto ao perfil de expressão de mRNAs e lncRNAs. Após análises in sílico, definimos como alvos de estudo os lncRNAs Slamon e Fendrr, para entender seu papel na progressão do melanoma. Slamon tem expressão aumentada e Fendrr, expressão diminuída na linhagem celular de melanoma metastático 4C11+ em comparação com as outras linhagens celulares do modelo (melan-a, 4C e 4C11-) e são vizinhos aos genes Slc25a13 e Foxf1, respectivamente. Células de melanoma knockdown ou com superexpressão destes lncRNAs foram avaliadas quanto à proliferação, migração celular, clonogenicidade, resistência à Dacarbazina e crescimento tumoral in vivo. Além disso, a expressão de genes também foi analisada. A superexpressão de Fendrr nas células 4C11+ resultou no aumento da migração, proliferação e resistência a Dacarbazina. Além disso, os tumores resultantes da inoculação de células 4C11+ superexpressando Fendrr são amelanóticos, diferente da linhagem 4C11+ wild type. Encontramos que os níveis de expressão do Fendrr interferem na expressão de Foxf1 e de Cdkn2a, indicando uma possível regulação negativa da proteína P16. Além disso observamos alterações nos níveis de SOX6. Por outro lado, células 4C11+ knockdown para Slamon apresentaram menor capacidade migratória e de resistência à Dacarbazina, e maior expressão de Slc25a13. Em contraste, células 4C11+ knockdown para Slc25a13 apresentaram diminuição da migração, clonogenicidade, proliferação, resistência ao anoikis e ao tratamento com Dacarbazina e inibidor de MEK, ao passo que elevou os níveis de Slamon. Curiosamente, ao realizar o duplo silenciamento (Slc25a13 e Slamon), os resultados funcionais observados com o knockdown isolado de Slc25a13 não permaneceram com o silenciamento conjunto de Slamon. Adicionalmente, observamos que a expressão alterada de Slamon e de Slc25a13 no modelo celular resultam de mudanças na metilação da região promotora desses genes. Nossos resultados sugerem um papel crucial dos lncRNAs Fendrr e Slamon no melanoma. Demonstramos que o lncRNA Fendrr está associado à agressividade tumoral. Por outro lado, Slamon é responsável por regular a agressividade tumoral associada a Slc25a13, formando uma rede de regulação que nunca foi descrita associada a tumores. Esses achados revelam lncRNAs importantes para a biologia do melanoma, além de possivelmente indicar transcritos que podem ser utilizados como biomarcadores de prognóstico e alvos terapêuticos no melanoma.Long non-coding RNAs (lncRNAs) are non-protein coding RNAs (ncRNAs) transcripts. It is estimated that 70 to 90% of the human genome is transcribed in ncRNAs. Studies have already demonstrated the importance of lncRNAs in modulating gene expression, making them a significant component of the epigenetic machinery. Melanomas are responsible for about 80% of all deaths related to skin neoplasias. This is due to its high potential of metastasizing and developing resistance to treatments. Our laboratory has developed a linear cellular model of melanoma progression in which melanocytes were progressively transformed into more aggressive cell lines, up to a malignant metastatic phenotype. For this work, we used four cell lines: melan-a (melanocytes), 4C (pre-malignant melanocytes), 4C11- (non-metastatic melanoma cell line) and 4C11+ (metastatic melanoma cell line), which were analyzed for their lncRNAs and mRNAs expression profile. After an in silico study, we defined the lncRNAs Slamon and Fendrr was chosen as target for further study, to understand its role in melanoma progression. Slamon has increased expression, and Fendrr has decreased expression in the metastatic melanoma 4C11+ line compared to other cell lines in the model (melan-a, 4C, and 4C11-) and are neighbors to the genes Slc25a13 and Foxf1, respectively. Melanoma cells with knockdown or overexpression of these lncRNAs were evaluated for proliferation, cell migration, clonogenicity, resistance to Dacarbazine, and in vivo tumor growth. Additionally, gene expression was analyzed. With the overexpression of Fendrr in 4C11+ cells, a significant association was observed between the overexpression of the Fendrr lncRNA and increased migration, proliferation, and resistance to treatment. Furthermore, the tumors resulting from inoculation of 4C11+ cells overexpressing Fendrr are amelanotic, different from 4C11+ wild type cells. We found that the expression levels of Fendrr interfered with the expression of Foxf1 and Cdkn2a, indicating a possible negative regulation of the P16 protein. Additionally, we observed changes in the levels of SOX6. On the other hand, 4C11+ cells with Slamon knockdown showed lower migratory and Dacarbazine resistance capacity, and higher expression of Slc25a13. In contrast, 4C11+ cells with Slc25a13 knockdown exhibited decreased migration, clonogenicity, proliferation, resistance to anoikis, Dacarbazine and MEK inhibitor treatment, while increasing Slamon levels. Interestingly, when performing double silencing (Slc25a13 and Slamon), the results observed as an isolated knockdown of Slc25a13 will not remain as a joint silencing of Slamon.Additionally, we observed that the altered expression of Slamon and Slc25a13 in the melanoma progression cellular model results from changes in the methylation of the promoter region of these genes. Our results suggest a crucial role of the lncRNAs Fendrr and Slamon in melanoma. We demonstrate that the lncRNA Fendrr is associated with tumor aggressiveness. On the other hand, Slamon is responsible for regulating tumor aggressiveness associated with Slc25a13, forming a regulatory network that has never been described in association with tumors yet. These findings reveal important lncRNAs for melanoma biology, possibly indicating transcripts that can be used as prognostic biomarkers and therapeutic targets in melanoma.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)2021/06214-9Universidade Federal de São PauloJasiulionis, Miriam Galvonas [UNIFESP]Ayub, Ana Luísa Pedroso [UNIFESP]http://lattes.cnpq.br/0959990182945718http://lattes.cnpq.br/3057188718614807http://lattes.cnpq.br/5254749624743224Tonin, Beatriz Cristina Biz [UNIFESP]2023-12-15T17:43:23Z2023-12-15T17:43:23Z2023-12-12info:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion100 f.application/pdfTONIN, Beatriz Cristina Bizl. Análise do papel dos lncRNAs Fendrr e Slamon no melanoma. 2023. 100 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Biomedicina) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, 2023.https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69774porSão Pauloinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-08-12T20:04:58Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/69774Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-08-12T20:04:58Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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Long non-coding RNAs (lncRNAs) são RNAs longos que pertencem à classe de RNAs que não codificam proteínas (ncRNAs). Estima-se que 70 a 90% do genoma humano seja transcrito em ncRNAs. Estudos já demonstraram a importância dos ncRNAs na modulação da expressão dos genes, podendo ser considerados importante peça da maquinaria epigenética. O melanoma é responsável por cerca de 80% de todas as mortes relacionadas com neoplasias da pele. Isto se deve ao seu alto potencial metastático e de desenvolvimento de resistência aos tratamentos. Nosso laboratório desenvolveu um modelo de progressão linear do melanoma a partir da linhagem murina de melanócitos não tumorigênicos, melan-a, a qual foi submetida a ciclos de desadesão e adesão, resultando na transformação maligna e originando linhagens celulares progressivamente mais agressivas. Com este modelo podemos estudar o melanoma em vários estágios de sua progressão, desde células não tumorigênicas (melan-a) a células com alto potencial metastático (4C11+). Para esse trabalho, utilizamos quatro linhagens celulares, melan-a (melanócitos), 4C (melanócitos pré-malignos), 4C11- (células de melanoma não metastático) e 4C11+ (células de melanoma metastático), as quais foram analisadas por RNA-seq quanto ao perfil de expressão de mRNAs e lncRNAs. Após análises in sílico, definimos como alvos de estudo os lncRNAs Slamon e Fendrr, para entender seu papel na progressão do melanoma. Slamon tem expressão aumentada e Fendrr, expressão diminuída na linhagem celular de melanoma metastático 4C11+ em comparação com as outras linhagens celulares do modelo (melan-a, 4C e 4C11-) e são vizinhos aos genes Slc25a13 e Foxf1, respectivamente. Células de melanoma knockdown ou com superexpressão destes lncRNAs foram avaliadas quanto à proliferação, migração celular, clonogenicidade, resistência à Dacarbazina e crescimento tumoral in vivo. Além disso, a expressão de genes também foi analisada. A superexpressão de Fendrr nas células 4C11+ resultou no aumento da migração, proliferação e resistência a Dacarbazina. Além disso, os tumores resultantes da inoculação de células 4C11+ superexpressando Fendrr são amelanóticos, diferente da linhagem 4C11+ wild type. Encontramos que os níveis de expressão do Fendrr interferem na expressão de Foxf1 e de Cdkn2a, indicando uma possível regulação negativa da proteína P16. Além disso observamos alterações nos níveis de SOX6. Por outro lado, células 4C11+ knockdown para Slamon apresentaram menor capacidade migratória e de resistência à Dacarbazina, e maior expressão de Slc25a13. Em contraste, células 4C11+ knockdown para Slc25a13 apresentaram diminuição da migração, clonogenicidade, proliferação, resistência ao anoikis e ao tratamento com Dacarbazina e inibidor de MEK, ao passo que elevou os níveis de Slamon. Curiosamente, ao realizar o duplo silenciamento (Slc25a13 e Slamon), os resultados funcionais observados com o knockdown isolado de Slc25a13 não permaneceram com o silenciamento conjunto de Slamon. Adicionalmente, observamos que a expressão alterada de Slamon e de Slc25a13 no modelo celular resultam de mudanças na metilação da região promotora desses genes. Nossos resultados sugerem um papel crucial dos lncRNAs Fendrr e Slamon no melanoma. Demonstramos que o lncRNA Fendrr está associado à agressividade tumoral. Por outro lado, Slamon é responsável por regular a agressividade tumoral associada a Slc25a13, formando uma rede de regulação que nunca foi descrita associada a tumores. Esses achados revelam lncRNAs importantes para a biologia do melanoma, além de possivelmente indicar transcritos que podem ser utilizados como biomarcadores de prognóstico e alvos terapêuticos no melanoma. |
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