Crítica e forma no jovem Lukács: contornos e limites da subjetividade em teoria do romance

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendes, Bruno Moretti Falcao [UNIFESP]
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8268967
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59496
Resumo: Nesta pesquisa busca-se desenvolver os caminhos para uma reconstrução filosófica da crítica do mundo pela forma, em Teoria do Romance. Trata-se de uma reflexão conceitual para a análise das formas literárias radicada em solo histórico-filosófico, ou seja, de uma teoria filosófica acerca do romance moderno enquanto forma de vida, uma forma de vida distinta da vida cindida e prosaica da época das estruturas sociais no capitalismo. É esta a particularidade do fenômeno estético, a obra de arte que contém na sua forma um todo coeso autônomo e fechado, que nos permite compreender a forma romance como autorreflexão crítica sobre a forma de atividade humana em geral na experiência social do presente. Portanto, se a forma romance está vinculada às questões substanciais da vida, o nosso propósito é reconstruir a especificidade da crítica do mundo pela forma em Lukács, no sentido de que a forma romance apresenta uma imagem crítica do mundo, um índice de ausência de sentido, pois o caminho estético só pode reiterar reflexivamente a perda de uma experiência orgânica, mas sem dar efetividade a nada. Trata-se de uma forma de vida dotada de sentido ético e estético, porém, procuramos mostrar que a relação entre ética e estética na particularidade do estético já estava presente na crítica de Lukács antes mesmo de Teoria do Romance, como por exemplo, em seu texto de 1910 intitulado Ästhetische Kultur. Na sequência, o objetivo é mostrar como o deslocamento autorreflexivo irônico, por meio da presença do escritor na obra, é fundamental na contribuição da crítica de Lukács por trazer as questões da forma para o nível de objetividade. Faz-se necessário então o debate para verificar os limites acerca da convergência e distinção entre Lukács e o estatuto romântico da ironia, mas, como um movimento de inflexão que tende a apontar para Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister, de Goethe. O Bildungsroman, como fecundo ponto de inflexão da crítica, representa a síntese formativa na relação entre a interioridade subjetiva e os conteúdos sociais da vida, conferindo maior efetividade entre alma e mundo no quadro das tipologias romanescas elaborado por Lukács. A nossa posição é a de que a apropriação do romance de Goethe é o registro substancial para situar o romance como expressão madura do "espírito do tempo", tendo condições de revelar por meio da forma conteúdos essenciais da vida, a experiência formativa que tende a iluminar não somente as fraquezas e limites na disposição da alma em atuar sobre o mundo objetivo, mas também o caráter não essencial e decadente dessa vida social.
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É esta a particularidade do fenômeno estético, a obra de arte que contém na sua forma um todo coeso autônomo e fechado, que nos permite compreender a forma romance como autorreflexão crítica sobre a forma de atividade humana em geral na experiência social do presente. Portanto, se a forma romance está vinculada às questões substanciais da vida, o nosso propósito é reconstruir a especificidade da crítica do mundo pela forma em Lukács, no sentido de que a forma romance apresenta uma imagem crítica do mundo, um índice de ausência de sentido, pois o caminho estético só pode reiterar reflexivamente a perda de uma experiência orgânica, mas sem dar efetividade a nada. Trata-se de uma forma de vida dotada de sentido ético e estético, porém, procuramos mostrar que a relação entre ética e estética na particularidade do estético já estava presente na crítica de Lukács antes mesmo de Teoria do Romance, como por exemplo, em seu texto de 1910 intitulado Ästhetische Kultur. Na sequência, o objetivo é mostrar como o deslocamento autorreflexivo irônico, por meio da presença do escritor na obra, é fundamental na contribuição da crítica de Lukács por trazer as questões da forma para o nível de objetividade. Faz-se necessário então o debate para verificar os limites acerca da convergência e distinção entre Lukács e o estatuto romântico da ironia, mas, como um movimento de inflexão que tende a apontar para Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister, de Goethe. O Bildungsroman, como fecundo ponto de inflexão da crítica, representa a síntese formativa na relação entre a interioridade subjetiva e os conteúdos sociais da vida, conferindo maior efetividade entre alma e mundo no quadro das tipologias romanescas elaborado por Lukács. A nossa posição é a de que a apropriação do romance de Goethe é o registro substancial para situar o romance como expressão madura do "espírito do tempo", tendo condições de revelar por meio da forma conteúdos essenciais da vida, a experiência formativa que tende a iluminar não somente as fraquezas e limites na disposição da alma em atuar sobre o mundo objetivo, mas também o caráter não essencial e decadente dessa vida social.In this research is sought to develop the paths to a philosophical reconstruction of the critic of the world through form in Theory of the Novel. It concerns a conceptual reflection for the literary forms’ analysis, situated over historical-philosophical soil, or in other words, concerns a philosophical theory on the modern novel as a life form; a life-form distinct from the ceased and prosaic life-form of the social structures’ age at capitalism. That is the aesthetic phenomenon’s particularity, the artwork that contains in its form a coherent and closed whole, which allows to comprehend the novel form as critical auto reflection on general human activity’s form at the present’s social experience. So, if the novel form is restrained to the substantial matters of life, our purpose is to rebuild the specificity of the critic of the world through form in Lukács, in the sense that the novel form presents a critical image of the world, a sense of absence’s index; for the aesthetic path can only reflexively reiterate an organic experience, although it can not grant effectiveness to anything. It concerns a form of life provided of aesthetic and ethical sense, however, we intend to show that the relation between ethic and aesthetic at the aesthetics’ particularity was already at Lukács’ critic even before Theory of the Novel, as for instance, in his text produced in 1910, entitled Ästhetische Kultur. Afterwards, our objective is to show how fundamental is the auto reflexive ironic displacement, through the author’s presence on the text, for Lukács’ contribution on bringing the form questions to the objectivity’s level. It becomes necessary, so, a debate to verify the boundaries of convergence and distinction between Lukács and the irony’s romantic statute, but, as an inflection move which tends to point towards Goethe’s Wilhelm Meister's Apprenticeship. The Bildungsroman, as an inflection of the critic’s fertile point, represents a formative synthesis on the relation between the soul and the world at the novel typologies’ frame elaborated by Lukács. Our position is that Goethe’s novel’s appropriation is the substantial register to place the novel as the ‘time spirit’s’ mature expression, obtaining the capability to reveal, through the form, essential life’s contents, the formative experience which tends to enlighten not only the weaknesses and limitations to the soul’s disposition on acting over the objective world, but as much the non essential and decaying character of that social life.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2019)189 p.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)LukácsCríticaFormaÉticaEstéticaLukácsCriticFormEthicAestheticCrítica e forma no jovem Lukács: contornos e limites da subjetividade em teoria do romanceinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisDoutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPGuarulhos, Escola de Filosofia, Letras e Ciências HumanasFilosofiaFilosofiaSubjetividade, Arte E CulturaORIGINALBRUNO MORETTI FALCAO MENDES.pdfapplication/pdf1241267${dspace.ui.url}/bitstream/11600/59496/1/BRUNO%20MORETTI%20FALCAO%20MENDES.pdf52bbdf4fd1f1560e00af664063ca8666MD51open accessTEXTBRUNO MORETTI FALCAO MENDES.pdf.txtBRUNO MORETTI FALCAO MENDES.pdf.txtExtracted texttext/plain537378${dspace.ui.url}/bitstream/11600/59496/2/BRUNO%20MORETTI%20FALCAO%20MENDES.pdf.txt5b653f4c767c7ccb2db3d5a7390259bfMD52open accessTHUMBNAILBRUNO MORETTI FALCAO MENDES.pdf.jpgBRUNO MORETTI FALCAO MENDES.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3622${dspace.ui.url}/bitstream/11600/59496/4/BRUNO%20MORETTI%20FALCAO%20MENDES.pdf.jpg67b8f754086f674cf0aadf9486b2c042MD54open access11600/594962023-05-15 08:59:10.017open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/59496Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-05-25T12:37:22.389843Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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