Atenção às mulheres no período do climatério: a construção de diálogos com profissionais de saúde no município de Santos, São Paulo

• Autor(a) principal: Luz, Milene Mori Ferreira [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=8475534; https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59063
• topic: Estratégia Saúde Da Família; Climatério; Políticas Públicas De Saúde; Saúde Da Mulher; Assistência Integral À Saúde.; Family Health Strategy; Climacteric Period; Public Health Policies; Women's Health; Comprehensive Health Care.

A saúde da mulher é, historicamente, um dos focos prioritários do setor saúde, especialmente quanto às ações no período reprodutivo, com pouca ênfase no climatério, período de transformação, da fase reprodutiva para a não reprodutiva, que pode ocasionar vários sintomas que afetam o cotidiano das mulheres. Com o envelhecimento populacional e o aumento da expectativa de vida, novos enfoques em ações de cuidado, prevenção de doenças e promoção de saúde para as mulheres no climatério se fazem necessários. O objetivo desta pesquisa foi conhecer as práticas dos profissionais e discutir a assistência prestada às mulheres no climatério na atenção básica de saúde de Santos. Trata-se de um pesquisa-intervenção com uma equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), com nove categorias profissionais. Os dados foram produzidos a partir de oficinas estimulando a participação ativa dos sujeitos. Foram gravados, transcritos e analisados por meio de análise de conteúdo. Os profissionais apontam que não existem ações voltadas à essa população e que as queixas das mulheres que estão no climatério não são percebidas ou são minimizadas pela falta de conhecimento e reflexão do tema pela equipe. As ações na ESF ainda são direcionadas aos grupos prioritários (hipertensos e diabéticos, gestantes) e algumas queixas das mulheres são entendidas como problema relacionado à saúde mental (depressão) dando invisibilidade as mulheres climatéricas. Os trabalhadores reconhecem a dificuldade para as mulheres vivenciarem a síndrome climatérica diante das ações ofertadas pelos serviços, que não está preparada para o olhar para o climatério, e das condições de vulnerabilidade das mulheres da região estudada. A equipe do NASF pode contribuir com ações multidisciplinares que qualificam a assistência à mulher em todo o ciclo da vida. As ações de educação permanente em saúde, no cotidiano do trabalho das equipes da ESF e do NASF podem ampliar o entendimento dos profissionais quanto ao atendimento das mulheres, bem como repensar as práticas profissionais nos contextos singulares dos territórios. A produção de dados desta investigação poderá subsidiar a construção de políticas públicas na área da Saúde da Mulher no município de Santos visando uma assistência integral à saúde e humanizada às mulheres no climatério.