Caracterização do perfil de segurança de metilfenidato e lisdexanfetamina a partir de notificações espontâneas de reações adversas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fonseca, Danilo Aguiar [UNIFESP]
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: https://hdl.handle.net/11600/71248
Resumo: O metilfenidato e a lisdexanfetamina são fármacos estimulantes do sistema nervoso central indicados para o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Ambos têm sido amplamente utilizados para essa indicação, assim como para melhora do desempenho acadêmico. Existem, no Brasil e no mundo, relatos de eventos adversos causados por tais fármacos, notificados a sistemas de farmacovigilância, como o Adverse Event Reporting System (AERS) da agência reguladora americana Food and Drug Administration (FDA). A análise da incidência e epidemiologia desses eventos adversos é essencial para caracterizar o perfil de segurança do metilfenidato e da lisdexanfetamina. Conhecendo as características farmacológicas do metilfenidato e da lisdexanfetamina, bem como do seu potencial em causar reações adversas, faz-se necessário avaliar o perfil de segurança desses fármacos a partir de notificações espontâneas de suspeitas de reações a medicamentos. Diante desse cenário, o objetivo do presente estudo foi descrever e comparar o perfil dos eventos adversos a metilfenidato e lisdexanfetamina a partir de notificações espontâneas de reações adversas e avaliar a presença de sinal em farmacovigilância, utilizando medidas de desproporcionalidade. Foi realizado um estudo transversal de farmacovigilância passiva, usando como fonte de dados os relatórios de segurança de casos individuais (ICSR, em inglês, Individual Case Safety Report) de relatos notificados à FDA e disponibilizados ao público através do FAERS Public Dashboard. No estudo foram incluídas todas as notificações espontâneas de eventos adverso a medicamentos recebidas pelo FAERS de 1968 até 30 de junho 2023 associadas com o metilfenidato e a lisdexanfetamina, sendo um total de 48.194 notificações para o metilfenidato e 16.746 para a lisdexanfetamina. Apesar das limitações do estudo e dos sistemas de notificação espontânea (FAERS), o presente estudo permitiu a observação de diferenças no perfil epidemiológico das notificações de eventos adversos relacionadas ao metilfenidato e à lisdexanfetamina. Observou-se uma maior prevalência de notificação de eventos adversos relacionados a indivíduos do sexo masculino, para ambos os fármacos, quando o sexo é especificado na notificação, e maior prevalência de notificações envolvendo a faixa etária de 3 a 11 anos, para o metilfenidato, e envolvendo a faixa etária de 18 a 64 anos, para a lisdexanfetamina, quando a idade é especificada na notificação. A análise de desproporcionalidade identificou aumento de chance de relato a reações adversas bem estabelecidas, como dor de cabeça para o metilfenidato e redução de apetite para a lisdexanfetamina, bem como aumento de chance de relato para reações mais graves como suicídio e parto prematuro para a lisdexanfetamina. Estes resultados ressaltam a importância do uso racional e monitoramento cuidadoso dos pacientes que utilizam esses medicamentos.
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A análise da incidência e epidemiologia desses eventos adversos é essencial para caracterizar o perfil de segurança do metilfenidato e da lisdexanfetamina. Conhecendo as características farmacológicas do metilfenidato e da lisdexanfetamina, bem como do seu potencial em causar reações adversas, faz-se necessário avaliar o perfil de segurança desses fármacos a partir de notificações espontâneas de suspeitas de reações a medicamentos. Diante desse cenário, o objetivo do presente estudo foi descrever e comparar o perfil dos eventos adversos a metilfenidato e lisdexanfetamina a partir de notificações espontâneas de reações adversas e avaliar a presença de sinal em farmacovigilância, utilizando medidas de desproporcionalidade. Foi realizado um estudo transversal de farmacovigilância passiva, usando como fonte de dados os relatórios de segurança de casos individuais (ICSR, em inglês, Individual Case Safety Report) de relatos notificados à FDA e disponibilizados ao público através do FAERS Public Dashboard. No estudo foram incluídas todas as notificações espontâneas de eventos adverso a medicamentos recebidas pelo FAERS de 1968 até 30 de junho 2023 associadas com o metilfenidato e a lisdexanfetamina, sendo um total de 48.194 notificações para o metilfenidato e 16.746 para a lisdexanfetamina. Apesar das limitações do estudo e dos sistemas de notificação espontânea (FAERS), o presente estudo permitiu a observação de diferenças no perfil epidemiológico das notificações de eventos adversos relacionadas ao metilfenidato e à lisdexanfetamina. Observou-se uma maior prevalência de notificação de eventos adversos relacionados a indivíduos do sexo masculino, para ambos os fármacos, quando o sexo é especificado na notificação, e maior prevalência de notificações envolvendo a faixa etária de 3 a 11 anos, para o metilfenidato, e envolvendo a faixa etária de 18 a 64 anos, para a lisdexanfetamina, quando a idade é especificada na notificação. A análise de desproporcionalidade identificou aumento de chance de relato a reações adversas bem estabelecidas, como dor de cabeça para o metilfenidato e redução de apetite para a lisdexanfetamina, bem como aumento de chance de relato para reações mais graves como suicídio e parto prematuro para a lisdexanfetamina. Estes resultados ressaltam a importância do uso racional e monitoramento cuidadoso dos pacientes que utilizam esses medicamentos.Methylphenidate and lisdexamfetamine are central nervous system stimulant drugs indicated for the treatment of Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD). Both have been widely used for this indication as well as for improving academic performance. There are reports, both in Brazil and worldwide, of adverse events caused by these drugs, which have been reported to pharmacovigilance systems such as the Adverse Event Reporting System (AERS) of the American regulatory agency, the Food and Drug Administration (FDA). Analyzing the incidence and epidemiology of these adverse events is essential to characterize the safety profile of methylphenidate and lisdexamfetamine. Understanding the pharmacological characteristics of methylphenidate and lisdexamfetamine, as well as their potential to cause adverse reactions, it is necessary to evaluate the safety profile of these drugs based on spontaneous reports of suspected adverse drug reactions. In this context, the aim of the present study was to describe and compare the profile of adverse events related to methylphenidate and lisdexamfetamine based on spontaneous reports of adverse reactions and to assess the presence of a pharmacovigilance signal using disproportionality measures. A cross-sectional passive pharmacovigilance study was conducted using the Individual Case Safety Report (ICSR) data source of reports submitted to the FDA and made available to the public through the FAERS Public Dashboard. The study included all spontaneous reports of adverse drug events received by FAERS from 1968 to June 30, 2023, associated with methylphenidate and lisdexamfetamine, totaling 48,194 reports for methylphenidate and 16,746 for lisdexamfetamine. Despite the limitations of the study and spontaneous reporting systems (FAERS), the present study allowed the observation of differences in the epidemiological profile of adverse event reports related to methylphenidate and lisdexamfetamine. There was a higher prevalence of adverse event reports related to male individuals for both drugs when gender was specified in the report, and a higher prevalence of reports involving the age group 3 to 11 years for methylphenidate and the age group 18 to 64 years for lisdexamfetamine when age was specified in the report. The disproportionality analysis identified an increased likelihood of reporting well-established adverse reactions, such as headache for methylphenidate and reduced appetite for lisdexamfetamine, as well as an increased likelihood of reporting more serious reactions such as suicide and premature birth for lisdexamfetamine. These results highlight the importance of the rational use and careful monitoring of patients using these medications.Universidade Federal de São PauloGarcia, Raphael Caio Tamborelli [UNIFESP]Melo, Daniela Oliveira de [UNIFESP]http://lattes.cnpq.br/5052823551616937http://lattes.cnpq.br/7921656182943609http://lattes.cnpq.br/9304365637869328Fonseca, Danilo Aguiar [UNIFESP]2024-06-25T11:57:29Z2024-06-25T11:57:29Z2024-05-16info:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion250 f.application/pdfhttps://hdl.handle.net/11600/71248porDiademainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESP2024-08-14T01:08:01Zoai:repositorio.unifesp.br/:11600/71248Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestbiblioteca.csp@unifesp.bropendoar:34652024-08-14T01:08:01Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false
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