Parâmetros do cuidado parental em baratas Eublaberus distanti (Insecta: Blattaria)

• Autor(a) principal: Quagliano, Juliana Abud [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61516
• topic: Cuidado uniparental; Agregação; Baratas-de-caverna; Instares; Baratas de oco de árvore; Oneparent care; Instar; Cavecockroach; Tree holes cockroaches; Aggregation; Morphometry

Na ordem Blattaria, o espectro social é amplo, sendo conhecidos desde baratas eussociais, passando por várias categorias de subsociais até as solitárias. E este tem relação direta com o gradiente de maturidade das ninfas, sendo estas consideradas altriciais, quando totalmente dependentes dos adultos até as ninfas independentes, ditas precociais. Para tanto, dados comportamentais além de características morfológicas e morfométricas são importantes para inferir o grau de independência das ninfas. As baratas Eublaberus distanti, objeto deste estudo, foi descrita como gregária, por ser encontrada em ambiente natural com presença de adultos e ninfas. Contudo não é conhecido se há cuidado parental na espécie. Assim, este trabalho investigou se as ninfas são altriciais ou precociais, de acordo com parâmetros morfométricos, morfológicos e comportamentais. E se este cuidado é uniparental ou biparental. Assim, após a indução da prole (ninfas de 1º instar) foram realizados 4 bioensaios comportamentais sendo: casal + ninfas; somente ninfas; macho + ninfas e fêmea + ninfas, analisados por meio de etograma. Para análise morfométrica, 65 baratas foram mensuradas e os instares foram separados pela Análise de Componentes Principais (PCA), que resultou na divisão de 4 ínstares ninfais mais o adulto. Assim, dados morfométricos da razão do primeiro instar e de adultos mais dados da formação de olhos e esclerotização da cutícula e dados comportamentais apontam que as ninfas de E. distanti são intermediárias entre altriciais e precociais. Isto porque, embora tenha sido observado que ninfas do 1º instar se alimentam sozinhas, não há uma completa esclerotização da cutícula e da formação dos olhos neste primeiro instar ninfal. Adicionalmente, os resultados do bioensaio comportamental foram significativos para as categorias proteção (brooding), quando as ninfas ficam embaixo dos adultos e isso ocorreu com maior frequência no tratamento casal + ninfas. O que reforça a suspeita que há um comportamento de proteção, e que este cuidado parental foi mais frequente no tratamento do casal + ninfas, demonstrando que o cuidado é biparental. Assim, embora novos estudos estejam sendo feitos, já é possível afirmar que há um cuidado de proteção na espécie E. distanti e que essas ninfas estão mais próximas da categoria altricial que precocial. Assim, os dados do presente trabalho devem ser complementados no futuro com mais informações ecológicas e dados morfológicos para construir uma abordagem integrativa sobre a evolução social das baratas