Avaliação da segurança, eficácia e custo-efetividade dos métodos contraceptivos de longa duração em comparação aos métodos convencionais em adolescentes
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIFESP |
Texto Completo: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10005551 https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/64811 |
Resumo: | A gravidez na adolescência é uma preocupação mundial, que afeta não só a vida da adolescente, mas também a comunidade. A necessidade não atendida de métodos anticoncepcionais aceitáveis e eficazes nesta população contribui para altas taxas de gravidez na adolescência. Nosso objetivo foi avaliar a segurança e eficácia de anticoncepcionais reversíveis de longa duração (LARC) para meninas adolescentes e estimar a custo-efetividade desses métodos quando comparados aos métodos não LARC. Dentro deste escopo consideramos qual seria a disposição para pagar pelos métodos contraceptivos das meninas adolescentes e de suas mães. Assim, realizamos uma metanálise para avaliar entre os métodos de contracepção LARC e SARC a eficácia, a segurança, a aderência e a preferência de escolha em mulheres jovens, e uma metanálise de incidência foi realizada para estimar as taxas médias de continuação e gravidez de quatro métodos contraceptivos. Realizamos pesquisas sistemáticas nas bases de dados PUBMED, EMBASE, LILACS e Cochrane. Não houve restrição quanto ao idioma. Foram incluídos estudos observacionais ou ECR. Dois autores selecionaram independentemente resumos e revisaram artigos de texto completo e extraíram os dados. A primeira metanálise foi conduzida com o software RevMan 5.3 para combinar os resultados dos estudos e os dados foram derivados em razões de risco (RR) e diferenças médias com IC de 95% usando um modelo meta-analítico de efeitos aleatórios. Para a metanálise de incidência, utilizou-se no software RStudio (versão 1.1.4) os pacotes Metafor e Meta. Reunimos as taxas de gravidez e continuação para cada método contraceptivo, usamos o inverso da variância em todos os cálculos e aplicamos a transformação LOGIT. Utilizamos o modelo metanalítico de efeitos aleatórios. A ferramenta da colaboração Cochrane e o New Castle-Ottawa foram usados para avaliar a qualidade e o viés de todos os estudos ECR e observacionais incluídos, respectivamente. A qualidade da evidência foi avaliada pelos critérios GRADE. Em relação a custo-efetividade desenvolvemos um modelo de Markov para espelhar o impacto clínico e econômico da adoção dos métodos LARC em relação ao contraceptivo oral combinado em meninas adolescentes brasileiras sexualmente ativas sob a perspectiva do sistema público de saúde e com um horizonte de tempo de cinco anos. Os custos são expressos em dólar americano (US$) do ano de 2018, e foi aplicado uma taxa de desconto de 5% para os custos e desfechos clínicos. Os inputs do modelo incluíram os custos dos métodos anticoncepcionais, a taxa de descontinuação e de taxa de adesão dos anticoncepcionais, taxas de aborto e os custos do parto e dos cuidados neonatais associados às gestações. Os desfechos do modelo foram número de gravidezes, abortos e número de nascimento prematuros e à termo, evitados. Análises de sensibilidade univariada e probabilística foram conduzidas. Por fim, realizamos um estudo de disposição para pagar pelos métodos contraceptivos. A disposição para pagar foi avaliada por um estudo transversal por meio de questionário aplicado em adolescentes brasileiras de 13 a 19 anos e seus pais. Os valores estão expressos em média ± DP em reais (R$). A correlação de Spearman foi realizada para o status socioeconômico dos pais e para a idade da adolescência. As análises de qui-quadrado foram realizadas entre os tipos de métodos e entre as perspectivas do adolescente e dos pais. O gráfico de Bland-Altman foi realizado para determinar uma concordância entre os pares e sua disposição a pagar. A primeira metanálise incluiu 25 estudos, dos quais oito compararam o método não LARC e LARC, e 17 estudos realizaram comparações entre os métodos LARC. Houve maior aderência favorecendo os métodos LARC em 12 meses x em comparação com os não LARC [RR 1,60 (IC 95% 1,21–2,12) I2 = 88%; 1.606 mulheres jovens]. No entanto, as mulheres jovens ainda optam por métodos não-LARC [RR 0,37 (IC 95% 0,17–0,80) I2 = 99%; 2.835 mulheres jovens]. As gravidezes nos métodos LARC foram raras, com muito poucos eventos. Na metanálise de incidência mostramos que a taxa de continuação para a pílula anticoncepcional oral foi estimada em 51%, enquanto para o DIU de cobre, SIU LNG e implante foi de 77%, 84% e 86%, respectivamente. A taxa de gravidez combinada para a pílula anticoncepcional oral foi de 11%, enquanto para o DIU de cobre, SIU LNG e implante foi de 5%, 1,7% e 1,8%, respectivamente. Nosso modelo de custo-efetividade mostrou que o DIU de cobre foi dominante 100% das vezes para todos os desfechos e com um impacto orçamentário em cinco anos de – US$ 422.431.269,10. O SIU LNG e o implante subdérmico foram custo-efetivos para todos os desfechos. No entanto, na análise de impacto orçamentário do implante subdérmico representou uma economia de – US$ 851.686.904,96 em cinco anos. Foram respondidos 165 questionários de disposição para pagar. O método não LARC foi significativamente mais aceitável para se pagar do próprio bolso do que o método LARC tanto para as adolescentes quanto para os pais. Os pais e suas filhas estão dispostos a pagar do próprio bolso R$ 52,25 ± 22,48 e R$ 51,63 ± 21,24 pelo método não LARC, enquanto pelo método LARC quando estes são subsidiados estão dispostos a pagar R$ 176,83 ± 130,34 e R$ 174,83 ± 143,64, respectivamente. A análise de Bland-Altman indicou acordo entre os pares e o preço que estão dispostos a pagar para cada método anticoncepcional. Os métodos LARC se demonstrou mais eficaz na prevenção da gravidez em meninas adolescentes, sendo mais são custo-efetivos quando comparados à pílula anticoncepcional. 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Farah, Daniela De Moura Azevedo Tuma [UNIFESP]Universidade Federal de São PauloFonseca, Marcelo Cunio Machado [UNIFESP]2022-07-22T17:28:58Z2022-07-22T17:28:58Z2020-11-27https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10005551https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/64811DANIELA DE MOURA AZEVEDO TUMA FARAH.pdfA gravidez na adolescência é uma preocupação mundial, que afeta não só a vida da adolescente, mas também a comunidade. A necessidade não atendida de métodos anticoncepcionais aceitáveis e eficazes nesta população contribui para altas taxas de gravidez na adolescência. Nosso objetivo foi avaliar a segurança e eficácia de anticoncepcionais reversíveis de longa duração (LARC) para meninas adolescentes e estimar a custo-efetividade desses métodos quando comparados aos métodos não LARC. Dentro deste escopo consideramos qual seria a disposição para pagar pelos métodos contraceptivos das meninas adolescentes e de suas mães. Assim, realizamos uma metanálise para avaliar entre os métodos de contracepção LARC e SARC a eficácia, a segurança, a aderência e a preferência de escolha em mulheres jovens, e uma metanálise de incidência foi realizada para estimar as taxas médias de continuação e gravidez de quatro métodos contraceptivos. Realizamos pesquisas sistemáticas nas bases de dados PUBMED, EMBASE, LILACS e Cochrane. Não houve restrição quanto ao idioma. Foram incluídos estudos observacionais ou ECR. Dois autores selecionaram independentemente resumos e revisaram artigos de texto completo e extraíram os dados. A primeira metanálise foi conduzida com o software RevMan 5.3 para combinar os resultados dos estudos e os dados foram derivados em razões de risco (RR) e diferenças médias com IC de 95% usando um modelo meta-analítico de efeitos aleatórios. Para a metanálise de incidência, utilizou-se no software RStudio (versão 1.1.4) os pacotes Metafor e Meta. Reunimos as taxas de gravidez e continuação para cada método contraceptivo, usamos o inverso da variância em todos os cálculos e aplicamos a transformação LOGIT. Utilizamos o modelo metanalítico de efeitos aleatórios. A ferramenta da colaboração Cochrane e o New Castle-Ottawa foram usados para avaliar a qualidade e o viés de todos os estudos ECR e observacionais incluídos, respectivamente. A qualidade da evidência foi avaliada pelos critérios GRADE. Em relação a custo-efetividade desenvolvemos um modelo de Markov para espelhar o impacto clínico e econômico da adoção dos métodos LARC em relação ao contraceptivo oral combinado em meninas adolescentes brasileiras sexualmente ativas sob a perspectiva do sistema público de saúde e com um horizonte de tempo de cinco anos. 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A taxa de gravidez combinada para a pílula anticoncepcional oral foi de 11%, enquanto para o DIU de cobre, SIU LNG e implante foi de 5%, 1,7% e 1,8%, respectivamente. Nosso modelo de custo-efetividade mostrou que o DIU de cobre foi dominante 100% das vezes para todos os desfechos e com um impacto orçamentário em cinco anos de – US$ 422.431.269,10. O SIU LNG e o implante subdérmico foram custo-efetivos para todos os desfechos. No entanto, na análise de impacto orçamentário do implante subdérmico representou uma economia de – US$ 851.686.904,96 em cinco anos. Foram respondidos 165 questionários de disposição para pagar. O método não LARC foi significativamente mais aceitável para se pagar do próprio bolso do que o método LARC tanto para as adolescentes quanto para os pais. Os pais e suas filhas estão dispostos a pagar do próprio bolso R$ 52,25 ± 22,48 e R$ 51,63 ± 21,24 pelo método não LARC, enquanto pelo método LARC quando estes são subsidiados estão dispostos a pagar R$ 176,83 ± 130,34 e R$ 174,83 ± 143,64, respectivamente. A análise de Bland-Altman indicou acordo entre os pares e o preço que estão dispostos a pagar para cada método anticoncepcional. Os métodos LARC se demonstrou mais eficaz na prevenção da gravidez em meninas adolescentes, sendo mais são custo-efetivos quando comparados à pílula anticoncepcional. No entanto, os métodos não LARC ainda apresentam maior disposição a pagar para os pais e suas filhas.Adolescent pregnancy is a worldwide concern, affecting not only the teenager's life but also the community. The unmet need for acceptable and effective contraceptive methods in this population contributes to high adolescent pregnancy rates. Our objective was to assess the safety and efficacy of long-term reversible contraceptives (LARC) for adolescent girls and estimate these methods' cost-effectiveness compared to non-LARC methods. Within this scope, we consider the willingness to pay for contraceptive methods of adolescent girls and their parents. Thus, we conducted a meta-analysis to assess the efficacy, safety, adherence, and preference of choice of contraception LARC and SARC methods in young women. We performed an incidence meta-analysis to estimate the average rates of continuation and pregnancy of four contraceptive methods. We carry out systematic searches in the PUBMED, EMBASE, LILACS, and Cochrane databases. There was no restriction on the language. We included observational studies or RCTs. Two authors independently selected abstracts and reviewed full-text articles, and extracted data. We used RevMan 5.3 software in the first meta- analysis to combine the results of the studies. The data were derived in risk ratios (RR) and mean differences with 95% CI using a meta-analytic model of random effects. For the meta- analysis of incidence, we used the Metafor and Meta packages in RStudio software (version 1.1.4). We collected the pregnancy and continuation rates for each contraceptive method, used the inverse of variance in all calculations, and applied the LOGIT transformation. We used the random-effects meta-analytical model. The Cochrane collaboration tool and New Castle- Ottawa were used to assess all included ECR and observational studies' quality and bias, respectively. We assessed the quality of the evidence using the GRADE criteria. Concerning cost-effectiveness, we developed a Markov model to mirror the clinical and economic impact of adopting LARC methods compared to combined oral contraceptives in sexually active Brazilian adolescent girls from the perspective of the public health system and with a time horizon of five years. Costs are expressed in 2018 US dollars (US $), and we applied a 5% discount rate to clinical outcomes and costs. The model's inputs included the costs of contraceptive methods, the rate of discontinuation and compliance of the contraceptives, abortion rates, and the costs of childbirth and neonatal care associated with pregnancies. The model's outcomes were the number of pregnancies, abortions, and the number of preterm and term births avoided. We conducted univariate and probabilistic sensitivity analyzes. Finally, we conducted a study of willingness to pay for contraceptive methods. The willingness to pay was assessed by a cross-sectional study using a questionnaire applied to Brazilian adolescents aged 13 to 19 and their parents. Values are expressed as mean ± SD in reais (R $). Spearman's correlation was performed for the socioeconomic status of the parents and the age of adolescents. Chi-square analyzes were carried out between the types of methods and the adolescents 'and parents' perspectives. We performed the Bland-Altman chart to determine an agreement between the pairs and their willingness to pay. The first meta-analysis included 25 studies, of which eight compared the non-LARC and LARC methods, and 17 studies performed comparisons between the LARC methods. There was greater adherence favoring LARC methods in 12 months than non-LARC methods [RR 1.60 (95% CI 1.21–2.12) I2 = 88%; 1,606 young women]. However, young women still opt for non-LARC methods [RR 0.37 (95% CI 0.17–0.80) I2 = 99%; 2,835 young women]. Pregnancies in LARC methods were rare, with xii very few events. In the incidence meta-analysis, we showed that the oral contraceptive pill's continuation rate was estimated at 51%. At the same time, for the copper IUD, LNG-IUS, and implant, it was 77%, 84%, and 86%, respectively. The oral contraceptive pill's combined pregnancy rate was 11%, while for the copper IUD, LNG-IUS, and implant, it was 5%, 1.7%, and 1.8%, respectively. Our cost-effectiveness model showed that the copper IUD was dominant 100% of the time for all outcomes and a five-year budgetary impact of - $ 422,431,269.10. The LNG-IUS and the subdermal implant were cost-effective for all outcomes. However, in the budgetary impact analysis of the subdermal implant, it represented a savings of - US $ 851,686,904.96 in five years. A total of 165 pairs of questionnaires were answered. The non-LARC method was significantly more acceptable to pay out of pocket than the LARC method for adolescents and parents. Parents and their daughters are willing to pay R $ 52.25 ± 22.48 and R $ 51.63 ± 21.24 out of their pocket by the non-LARC method, while by the LARC method, when they are subsidized, they are willing to pay R $ 176.83 ± 130.34 and R $ 174.83 ± 143.64, respectively. The Bland-Altman analysis indicated agreement between peers and the price they are willing to pay for each contraceptive method. The LARC methods are more effective in preventing pregnancy in adolescent girls, being more cost-effective than the birth control pill. However, non-LARC methods are still more willing to pay for parents and their daughters.Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2020)132 p.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)AdolescenteGravidez Na AdolescênciaAnticoncepçãoMetanáliseEconomia Da SaúdeAdolescentAdolescence PregnancyContraceptionMeta-AnalysisHealth EconomicsAvaliação da segurança, eficácia e custo-efetividade dos métodos contraceptivos de longa duração em comparação aos métodos convencionais em adolescentesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisDoutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPSão Paulo, Escola Paulista de Medicina (EPM)Medicina (Ginecologia)Ginecologia/MastologiaAvaliação E Análise Das Tecnologias, Dos Processos De Ensino E Das Políticas Públicas De SaúdeORIGINALDANIELA DE MOURA AZEVEDO TUMA FARAH.pdfDANIELA DE MOURA AZEVEDO TUMA FARAH.pdfapplication/pdf25076279${dspace.ui.url}/bitstream/11600/64811/1/DANIELA%20DE%20MOURA%20AZEVEDO%20TUMA%20FARAH.pdfa61d3c4560a4bec29a3e9ee24e78064bMD51open accessTEXTDANIELA DE MOURA AZEVEDO TUMA FARAH.pdf.txtDANIELA DE MOURA AZEVEDO TUMA FARAH.pdf.txtExtracted texttext/plain235160${dspace.ui.url}/bitstream/11600/64811/2/DANIELA%20DE%20MOURA%20AZEVEDO%20TUMA%20FARAH.pdf.txte085cfced6c8353be3c2d10683def243MD52open accessTHUMBNAILDANIELA DE MOURA AZEVEDO TUMA FARAH.pdf.jpgDANIELA DE MOURA AZEVEDO TUMA FARAH.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3619${dspace.ui.url}/bitstream/11600/64811/4/DANIELA%20DE%20MOURA%20AZEVEDO%20TUMA%20FARAH.pdf.jpgae356aacce41a7f71aeb6282313f615aMD54open access11600/648112023-05-12 06:16:09.058open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/64811Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-05-25T12:38:27.446175Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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Realizamos pesquisas sistemáticas nas bases de dados PUBMED, EMBASE, LILACS e Cochrane. Não houve restrição quanto ao idioma. Foram incluídos estudos observacionais ou ECR. Dois autores selecionaram independentemente resumos e revisaram artigos de texto completo e extraíram os dados. A primeira metanálise foi conduzida com o software RevMan 5.3 para combinar os resultados dos estudos e os dados foram derivados em razões de risco (RR) e diferenças médias com IC de 95% usando um modelo meta-analítico de efeitos aleatórios. Para a metanálise de incidência, utilizou-se no software RStudio (versão 1.1.4) os pacotes Metafor e Meta. Reunimos as taxas de gravidez e continuação para cada método contraceptivo, usamos o inverso da variância em todos os cálculos e aplicamos a transformação LOGIT. Utilizamos o modelo metanalítico de efeitos aleatórios. A ferramenta da colaboração Cochrane e o New Castle-Ottawa foram usados para avaliar a qualidade e o viés de todos os estudos ECR e observacionais incluídos, respectivamente. A qualidade da evidência foi avaliada pelos critérios GRADE. Em relação a custo-efetividade desenvolvemos um modelo de Markov para espelhar o impacto clínico e econômico da adoção dos métodos LARC em relação ao contraceptivo oral combinado em meninas adolescentes brasileiras sexualmente ativas sob a perspectiva do sistema público de saúde e com um horizonte de tempo de cinco anos. Os custos são expressos em dólar americano (US$) do ano de 2018, e foi aplicado uma taxa de desconto de 5% para os custos e desfechos clínicos. Os inputs do modelo incluíram os custos dos métodos anticoncepcionais, a taxa de descontinuação e de taxa de adesão dos anticoncepcionais, taxas de aborto e os custos do parto e dos cuidados neonatais associados às gestações. Os desfechos do modelo foram número de gravidezes, abortos e número de nascimento prematuros e à termo, evitados. Análises de sensibilidade univariada e probabilística foram conduzidas. Por fim, realizamos um estudo de disposição para pagar pelos métodos contraceptivos. A disposição para pagar foi avaliada por um estudo transversal por meio de questionário aplicado em adolescentes brasileiras de 13 a 19 anos e seus pais. Os valores estão expressos em média ± DP em reais (R$). A correlação de Spearman foi realizada para o status socioeconômico dos pais e para a idade da adolescência. As análises de qui-quadrado foram realizadas entre os tipos de métodos e entre as perspectivas do adolescente e dos pais. O gráfico de Bland-Altman foi realizado para determinar uma concordância entre os pares e sua disposição a pagar. A primeira metanálise incluiu 25 estudos, dos quais oito compararam o método não LARC e LARC, e 17 estudos realizaram comparações entre os métodos LARC. Houve maior aderência favorecendo os métodos LARC em 12 meses x em comparação com os não LARC [RR 1,60 (IC 95% 1,21–2,12) I2 = 88%; 1.606 mulheres jovens]. No entanto, as mulheres jovens ainda optam por métodos não-LARC [RR 0,37 (IC 95% 0,17–0,80) I2 = 99%; 2.835 mulheres jovens]. As gravidezes nos métodos LARC foram raras, com muito poucos eventos. Na metanálise de incidência mostramos que a taxa de continuação para a pílula anticoncepcional oral foi estimada em 51%, enquanto para o DIU de cobre, SIU LNG e implante foi de 77%, 84% e 86%, respectivamente. A taxa de gravidez combinada para a pílula anticoncepcional oral foi de 11%, enquanto para o DIU de cobre, SIU LNG e implante foi de 5%, 1,7% e 1,8%, respectivamente. Nosso modelo de custo-efetividade mostrou que o DIU de cobre foi dominante 100% das vezes para todos os desfechos e com um impacto orçamentário em cinco anos de – US$ 422.431.269,10. O SIU LNG e o implante subdérmico foram custo-efetivos para todos os desfechos. No entanto, na análise de impacto orçamentário do implante subdérmico representou uma economia de – US$ 851.686.904,96 em cinco anos. Foram respondidos 165 questionários de disposição para pagar. O método não LARC foi significativamente mais aceitável para se pagar do próprio bolso do que o método LARC tanto para as adolescentes quanto para os pais. Os pais e suas filhas estão dispostos a pagar do próprio bolso R$ 52,25 ± 22,48 e R$ 51,63 ± 21,24 pelo método não LARC, enquanto pelo método LARC quando estes são subsidiados estão dispostos a pagar R$ 176,83 ± 130,34 e R$ 174,83 ± 143,64, respectivamente. A análise de Bland-Altman indicou acordo entre os pares e o preço que estão dispostos a pagar para cada método anticoncepcional. Os métodos LARC se demonstrou mais eficaz na prevenção da gravidez em meninas adolescentes, sendo mais são custo-efetivos quando comparados à pílula anticoncepcional. 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