Fuga e assimilação em Plotino: questões de ética e metafísica nas Enéadas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Rafael Vieira [UNIFESP]
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/39306
Resumo: No Teeteto (176 b), Platão disse que, já que os males residem “aqui” e rondam necessariamente essa região perecível, e já que desejamos fugir dos males, é preciso “fugir daqui”. Essa fuga, segundo ele, consiste em assemelhar-se a deus. Plotino, em sua exegese do texto platônico, retoma literalmente essa afirmação e a incorpora em sua filosofia. Sua interpretação e concepção filosófica desse aspecto ético da tradição platônica parece corresponder a certa “chave” para compreender e penetrar o percurso da conversão (epistrophé) da alma, de sua dispersão na multiplicidade (ou “queda” nos vícios e males) à sua Assimilação e unificação com o princípio que, por ser fonte de máxima unidade, plenitude, conhecimento e felicidade da alma é, por isso, sua verdadeira meta e seu mais profundo “objeto” de amor e desejo. Portanto, é preciso fugir dos males, em um movimento de conversão e Assimilação a deus (homoíosis theôi), que, em Plotino, corresponde a um retorno e a uma entrada no mais profundo e íntimo de si mesmo. Entretanto, seguindo de perto Platão, se os males residem aqui, para fugir dos males é preciso “fugir daqui”. Ora, perguntamo-nos: o que, em Plotino, significa realmente essa Fuga? É bastante conhecida certa interpretação contemporânea que entende a moral platônica como uma forma de fuga e negação do corpo, do mundo e dos sentidos. Alguns filósofos, assim como alguns historiadores da filosofia, também parecem ter entendido literalmente essa expressão retomada por Plotino. Entretanto, a despeito dessa interpretação e do debate com seus defensores, desejamos apenas compreender esse aspecto da filosofia plotiniana principalmente a partir de seu próprio texto: afinal, trata-se de uma proposta de evasão e de negação do corpo e do mundo, ou há outra leitura possível? Se, paralelamente ao tema da Fuga, estudarmos alguns pontos estratégicos para a compreensão mais ampla do percurso conversivo veremos que paradoxalmente Plotino não apenas valoriza o corpo, o mundo e a experiência sensível, mas os concebe como meios para a Assimilação ao inteligível. Por conseguinte, se fugir daqui consiste em assemelhar-se a deus, essa Assimilação é a finalidade última dessa Fuga. De modo que Fuga e Assimilação aparecem como conceitos interdependentes. Todavia, qual é a natureza dessa Assimilação (homoíosis)? Trata-se apenas de imitar e tornar-se semelhante ao divino, ou esse termo guarda, em Plotino, ainda um sentido mais ousado e mais profundo? Segundo nossa interpretação, a assemelhação como imitação e aproximação ao divino, por meio das virtudes e da dialética, é uma etapa ainda propedêutica da Assimilação propriamente dita. E é essa passagem de um nível discursivo e propedêutico – de imitação e preparação – para a “visão” e a “experiência” imediata do divino – como “unificação”, “contato” e “união extática” e “mística” – que completa o itinerário filosófico da conversão da alma, condensado em sua interpretação desses dois conceitos complementares e convergentes.
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Plotino, em sua exegese do texto platônico, retoma literalmente essa afirmação e a incorpora em sua filosofia. Sua interpretação e concepção filosófica desse aspecto ético da tradição platônica parece corresponder a certa “chave” para compreender e penetrar o percurso da conversão (epistrophé) da alma, de sua dispersão na multiplicidade (ou “queda” nos vícios e males) à sua Assimilação e unificação com o princípio que, por ser fonte de máxima unidade, plenitude, conhecimento e felicidade da alma é, por isso, sua verdadeira meta e seu mais profundo “objeto” de amor e desejo. Portanto, é preciso fugir dos males, em um movimento de conversão e Assimilação a deus (homoíosis theôi), que, em Plotino, corresponde a um retorno e a uma entrada no mais profundo e íntimo de si mesmo. Entretanto, seguindo de perto Platão, se os males residem aqui, para fugir dos males é preciso “fugir daqui”. Ora, perguntamo-nos: o que, em Plotino, significa realmente essa Fuga? É bastante conhecida certa interpretação contemporânea que entende a moral platônica como uma forma de fuga e negação do corpo, do mundo e dos sentidos. Alguns filósofos, assim como alguns historiadores da filosofia, também parecem ter entendido literalmente essa expressão retomada por Plotino. Entretanto, a despeito dessa interpretação e do debate com seus defensores, desejamos apenas compreender esse aspecto da filosofia plotiniana principalmente a partir de seu próprio texto: afinal, trata-se de uma proposta de evasão e de negação do corpo e do mundo, ou há outra leitura possível? Se, paralelamente ao tema da Fuga, estudarmos alguns pontos estratégicos para a compreensão mais ampla do percurso conversivo veremos que paradoxalmente Plotino não apenas valoriza o corpo, o mundo e a experiência sensível, mas os concebe como meios para a Assimilação ao inteligível. Por conseguinte, se fugir daqui consiste em assemelhar-se a deus, essa Assimilação é a finalidade última dessa Fuga. De modo que Fuga e Assimilação aparecem como conceitos interdependentes. Todavia, qual é a natureza dessa Assimilação (homoíosis)? Trata-se apenas de imitar e tornar-se semelhante ao divino, ou esse termo guarda, em Plotino, ainda um sentido mais ousado e mais profundo? Segundo nossa interpretação, a assemelhação como imitação e aproximação ao divino, por meio das virtudes e da dialética, é uma etapa ainda propedêutica da Assimilação propriamente dita. E é essa passagem de um nível discursivo e propedêutico – de imitação e preparação – para a “visão” e a “experiência” imediata do divino – como “unificação”, “contato” e “união extática” e “mística” – que completa o itinerário filosófico da conversão da alma, condensado em sua interpretação desses dois conceitos complementares e convergentes.In his Theaetetus (176 b), Plato stated that as evils lie “here” and necessarily prowl this perishable region, and as we aspire escaping from these evils, “escaping from here” is a must. According to him, this escape is based upon resembling god-like. Plotinus, upon his exegesis on the platonic text, literally resumes this assertion and incorporates this into his philosophy. His interpretation and philosophical conception of this Platonic tradition ethical feature seem to correspond to a certain "key" to understanding and penetrating the soul conversion route (epistrophé), its dispersion into the multiplicity (or "fall" into the addictions and evils) into the assimilation and unification along with the principle which, for being a source of maximum unity, wholeness, knowledge and happiness of the soul is, therefore, its true goal and innermost "object" of love and desire. Therefore, we must shun evils, in a movement of conversion and assimilation to godhood (homoíosis theôi), which in Plotinus corresponds to a return and an ingress into a deeper and more intimate self. However, closely following Plato, if the evils reside here, to escape from these evils we need to "run away from here". Now we ask ourselves: what in Plotinus does this escape really mean? Well known is certain contemporary interpretation which understands the Platonic moral as a form of escape and abnegation of the body, the world and the senses. Some philosophers, as well as some philosophy historians, seem to have understood literally this expression taken up by Plotinus. Though, in spite of this interpretation and debate with its supporters, we just want to understand this aspect of Plotinian philosophy from its own text: after all, it is a proposal of evasion and abnegation of the body and the world or is there another possible reading of the text? In addition to the theme of the Fugue, if we study some strategic points to acquire a broader comprehension of the conversion course we will behold that paradoxically Plotinus not only values the body, the world and the sense experience, but also conceives them as ways to assimilate the intelligible. Therefore, if escaping from here consists in resembling god, this assimilation is the ultimate purposal of this Fugue. So that Fugue and Assimilation come to light as interdependent concepts. However, what is this assimilation nature (homoíosis)? It is just to imitate and become god-like or does that term retain in Plotinus a bolder and deeper sense yet? According to our interpretation, the resemblance as imitation and approximation to the divine through the virtues and dialectics ways is yet a propaedeutical stage of that proper assimilation itself. And it is this passage from a discursive and introductory level – of imitation and preparation – to the "vision" and immediate "experience" of the divine – as "unification", "contact" and "ecstatic and mystical union" – that supplements the soul conversion philosophical itinerary condensed in the interpretation of these two complementary and convergent concepts.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)217 f.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)FugaAssimilaçãoVíciosMalesVirtudeFelicidadeUnificaçãoFugueAssimilationAddictionsEvilsVirtueHappinessUnificationFuga e assimilação em Plotino: questões de ética e metafísica nas EnéadasFugue and assimilation in Plotinus: questions of ethics and metaphysics in the Enneadinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPEscola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH)Filosofia - GuarulhosFilosofiaORIGINALPublico-39306.pdfPublico-39306.pdfapplication/pdf2182387${dspace.ui.url}/bitstream/11600/39306/1/Publico-39306.pdf45434f7851706db251179774e3adb978MD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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