Estudo da imunogenicidade e da segurança da vacina tríplice bacteriana acelular em adolescentes com lupus eritematoso sistêmico juvenil

• Autor(a) principal: Peracchi, Octavio Augusto Bedin [UNIFESP]
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
• Texto Completo: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6642235; https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52470
• topic: Lupus eritematoso sistêmico; Vacina; Tríplice bacteriana; dTpa; Imunogenicidade; Adolescência; Juvenile systemic lupus erythematosus; Vaccine; Vaccines against diphteria, tetanus and acellular pertussis; Immunogenicity; Adolescents

Introdução: O tema imunização em pacientes imunossuprimidos, como no lupus eritematoso sistêmico juvenil (LESj), permanece muito discutido e faz-se necessária a proteção destes indivíduos para agentes a que eles estão particularmente mais suscetíveis. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi avaliar a imunogenicidade e a segurança da vacina tríplice bacteriana acelular do adulto (dTpa) em adolescentes com LESj e compará-los a um grupo controle. Metodologia: Estudo observacional longitudinal prospectivo em que foram avaliados dois grupos de indivíduos: um de adolescentes com LESj de acordo com os critérios de classificação de Hochberg e do SLICC (LESj, n=26) e outro de adolescentes sadios (controle, n=26) comparáveis com o grupo caso por idade, sexo e intervalo entre a última dose da DTP e a dTpa administrada no estudo. Uma dose de 0,5 mL da vacina adsorvida para difteria, tétano e pertussis acelular (dTpa) foi administrada por via intramuscular em braço não dominante dos indivíduos selecionados. Amostras de 10 mL de sangue periférico foram coletadas no dia da vacinação (D0) e após 14 dias (D14), 28 dias (D28), 6 meses (D6m) e 12 meses (D12m) da vacinação. Foram realizadas sorologias para tétano, difteria e coqueluche, imunofenotipagem de linfócitos em sangue periférico e avaliação de citocinas. Foram avaliados os eventos adversos nos dois grupos e a atividade de doença no grupo com LESj. Resultados: Não houve diferença na frequência de eventos adversos entre o grupo com LESj e o controle (p=0,999). Ao avaliar a atividade de doença, não foi encontrada diferença nas médias dos valores do SLEDAI no D0 em relação aos tempos D28 (p=0,151), D6m (p=0,782) e D12m (p=0,812). Não se observou diferença nas médias geométricas das concentrações das células T foliculares por grupo e nos tempos D0 e D14. Os dois grupos apresentaram aumento significante nos níveis de anticorpos para os três antígenos (p<0,001) no D14 e no D28. Os grupos tiveram evoluções distintas para a tétano e a coqueluche (p=0,004 e p<0,001, respectivamente). Para o tétano e a difteria, no D14 mais de 95% dos pacientes apresentaram proteção e todos apresentaram no D28. Para à coqueluche, a frequência de soroconversão não se diferenciou no D14 (54%) e no D28 (63%) e no D12m essa frequência diminui estatisticamente (p=0,004). Os pacientes tiveram níveis significativamente menores de IFNƔ (p<0,001) e maiores de IL10 (p=0,001), IL12 (p=0,002), IL21 (p=0,038) e TNFα (p=0,008). Conclusão: Os pacientes com LESj apresentam uma boa resposta a uma dose de reforço com a vacina dTpa para os antígenos difteria e tétano, mas não para a coqueluche. Esta vacina mostrou-se segura em relação a eventos adversos e ausência de reativação da doença.