Cultivo da microalga Dunaliella salina (BMAK 116) em efluente de tanques de carcinicultura que empregam o Sistema de Bioflocos BFT

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campos, Marcos Vinícius Pereira Borges de [UNIFESP]
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIFESP
Texto Completo: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/51742
Resumo: O presente estudo buscou avaliar o desenvolvimento da espécie de microalga Dunaliella salina (BMAK 116) cultivada em efluente de tanques de carcinicultura que empregam o cultivo BFT cedido pelo Laboratório de Aquicultura da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). O sistema de cultivo BFT – Biofloc Technology System - é uma técnica de cultivo de camarões em cativeiro superintensivo que ajuda a melhorar a qualidade da água e o aproveitamento de nutrientes presentes no sistema, além de apresentar outras qualidades. Foram considerados como indicadores tanto a eficiência do cultivo de biomassa algal, em parâmetros de crescimento da cultura e produção de pigmentos fotossintetizantes, quanto a eficiência da biorremediação na remoção de nutrientes nitrogenados inorgânicos, comparando as concentrações desses nutrientes no efluente pré e pós tratamento. Cepas de microalgas da espécie D. salina foram cedidas pelo Banco de Microorganismos Marinhos Aidar & Kutner (BMA&K) do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP) e, inicialmente, testadas em um controle com meio Guillard F/2 e em tratamentos empregando diluições de 25% e 50% de efluente. D. salina apresenta um grande potencial biotecnológico nas áreas de cosméticos, fármacos, alimentação humana e, inclusive, na área da aquicultura, através da suplementação animal com rações ricas em pigmentos produzidos por microalgas dessa espécie. Os resultados para esse experimento inicial demonstraram que o controle apresentou a maior densidade celular máxima (5,19 x 109 ± 21) e maior proporção pigmentos por células do que os demais tratamentos, e, entre os meios de tratamento que empregaram efluente, o meio com 50% de diluição se mostrou mais propício para o crescimento algal e produção de pigmentos do que o meio com 25% de diluição. A partir disso, um novo experimento foi realizado testando as cepas de D. salina em um controle com meio Guillard F/2 e em tratamentos empregando a diluição de 50% de efluente integral e 50% de efluente enriquecido com vitaminas e metais traço. Os resultados mostraram que o meio de tratamento com 50% de efluente enriquecido apresentou a maior densidade celular máxima (5,37 x 109 ± 16) e a maior proporção pigmentos por células dentre todos os tratamentos, demonstrando a eficiência do emprego de efluente BFT enriquecido com vitaminas e metais traço como meio de cultivo de D. salina. Os resultados da fitorremediação apontaram que os valores de nitrato sofreram redução em todos os tratamentos, porém os de nitrito e amônia aumentaram durante os experimentos, sendo que os valores de amônia finais em todos os tratamentos ultrapassaram os valores de segurança para cultivos de crustáceos aquícolas, impossibilitando o reaproveitamento da água pós-tratamento no sistema BFT; entretanto, ainda assim os valores de nutrientes nitrogenados inorgânicos de todos os tratamentos se encontraram abaixo dos valores máximos padrões para lançamento de efluentes previstos pela Resolução CONAMA 357/2005, alterada pela Resolução CONAMA 430/2011, possibilitando assim o lançamento do efluente pós-tratamento em corpos hídricos adequadamente.
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