ROMARIAS COMO MECANISMO DE LUTA PELA TERRA
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Escritas: Revista do Colegiado de História do Câmpus de Araguaína |
Texto Completo: | https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/escritas/article/view/3588 |
Resumo: | Em áreas de intenso conflito fundiário como o Nordeste e Amazônia brasileira o assassinato violento de lideranças populares – camponeses, indígenas, ativistas políticos e religiosos –, que protagonizam lutas em defesa de direitos fundamentais como a posse da terra e uso de recursos naturais tornou-se uma prática recorrente. A proposta deste trabalho é analisar a partir da experiência etnográficas no estados do Tocantins os efeitos provocados por esses assassinatos violentos, com ênfase na realização de romarias da terra e da água. Organizados por grupos locais com o apoio de setores progressistas da igreja Católica (Comissão Pastoral da Terra e Conselho Indigenista Missionário), esses eventos político-religiosos revelam a dimensão simbólica da luta pela terra ao transformar lideranças assassinadas em mártires da terra, ou seja, num dispositivo de força na luta pela terra e pela vida. A agência desses mártires parece estar fundamentada em habilidades individuais, reconhecidas e legitimadas no interior do próprio grupo, sobretudo pela sua trajetória de luta e resistência. Se enquanto vivos sua atuação junto a grupos camponeses e indígenas era intensa, depois de mortos sua presença é frequentemente acionada e ritualizada nestas romarias. Os líderes martirizados passam a atuar na mediação, tradução e movimentação dos grupos, o que significa dizer que o morto não morre, ao contrário, retroalimenta a luta pela terra e continua “presente na caminhada”. |
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