Prevalência da hepatite C e ações para a macro e microeliminação em Uberaba/Minas Gerais – Brasil

• Autor(a) principal: GOMIDE, Geisa Perez Medina
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM
• Texto Completo: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1768
• topic: Hepatite C.; Inquéritos epidemiológicos.; Estudos transversais.; Prevalência.; Grupos de risco.; Determinação social da saúde.; Hepatitis C.; Health surveys.; Cross-Sectional studies.; Prevalence.; Risk groups.; Social determination of health.; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA::CLINICA MEDICA::DOENCAS INFECCIOSAS E PARASITARIAS

Introdução: As hepatites virais são responsáveis por milhões de infecções crônicas e mortes em todo o mundo. A hepatite C, infecção facilmente curável na atualidade, é doença determinada socialmente, persistindo altamente prevalente nas populações em vulnerabilidade social. Objetivos: Identificar a prevalência da hepatite C para implementar ações para macroeliminação e microeliminação na população adulta da cidade de Uberaba, na população carcerária e nos indivíduos submetidos a hemodiálise; relatar a experiência no gerenciamento de pesquisa-ação sobre inquérito de hepatite C junto à comunidade carcerária e analisar as medidas para conter a transmissão da Hepatite C em Unidade Hospitalar de Hemodiálise. Métodos: Trata-se de um estudo por métodos mistos. Inicialmente realizou-se estudo exploratório, descritivo, transversal, retrospectivo, de abordagem epidemiológica, em 17.845 pessoas, no município de Uberaba. Posteriormente, em penitenciária no mesmo município, realizou-se estudo transversal por inquérito epidemiológico, com componente exploratório, observacional, quantitativo-analítico, sendo efetuada entrevista individual semiestruturada e testagem para anti-HCV em amostra aleatória simples com 240 prisioneiros, seguido de análise crítica sobre a experiência do trabalho dentro da instituição. Finalmente, realizou-se estudo de caso composto por múltiplas unidades de análise, em unidade de hemodiálise hospitalar, no mesmo município, onde se notificou aumento da incidência do HCV, no ano de 2019. Resultados: Em 17.845 pessoas testadas para o anti-HCV encontrou-se 0,73% de positivos, sendo 79,3% nascidos nas décadas de 1950 a 1970; e 24% apresentavam fibrose hepática moderada, avançada ou cirrose. As formas de transmissão mais citadas foram uso de drogas (qualquer via); múltiplos parceiros sexuais e transfusões, hemodiálise ou transplante de órgãos. Na penitenciária, descreve-se as estratégias para o gerenciamento da pesquisa-ação, onde foram testadas e entrevistadas 240 pessoas. A prevalência do anti-HCV foi de 2%, sendo que o uso de drogas injetáveis (RP 14,75; RPIC95% 2,09-104,28), ter nascido nas décadas de 1951 a 1980 (RP 9,28; RPIC95% 1,06-81,57) e ser coinfectado com o vírus da hepatite B (RP 10,75; RPIC95% 1,66-69,65) foram os aspectos que apresentaram razão de prevalência para a presença do vírus. 76,6% eram homens, média de idade de 33,8 anos, com ensino médio incompleto (80,5%). 93,8% eram heterossexuais, com múltiplos parceiros e uso inadequado de preservativos. 70% relataram uso de drogas não injetáveis e 72,9% reportaram consumo de álcool, na quantidade média de 188,5 gramas/dia. 70,4% eram reincidentes no encarceramento e 75,8% tinham o corpo tatuado. Na Unidade de Hemodiálise, em agosto de 2019, dos 45 pacientes, seis eram reagentes para anti-HCV. Os pacientes tiveram exposição a equipamentos médicos, objetos ou mãos de profissionais não higienizadas adequadamente. Medidas preventivas foram adotadas e técnicas rotineiras corrigidas. Comitê de Análise Situacional orientou a gestão do evento. Todos receberam tratamento. Nenhum novo caso foi detectado. Conclusões: o estudo como um todo resulta em um design/modelo instrucional sobre como orientar a Ampliação do Diagnóstico da Hepatite C. Coordenado em algumas etapas: survey para identificar a prevalência geral e os grupos vulneráveis de maior prevalência nas localidades e em sequência, as estratégias de mobilização intersetorial para abordagem da microeliminação.