Características das encefalites em autópsias - aspectos epidemiológicos e morfológicos.
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Tese |
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Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM |
Texto Completo: | http://localhost:8080/tede/handle/tede/14 |
Resumo: | O termo encefalite significa inflamação do parênquima encefálico e dentre as possíveis etiologias da doença, destacamos a infecciosa, que entre outros agentes, pode ser causada por vírus, fungos, bactérias, protozoários e metazoários. Neste estudo retrospectivo, o objetivo foi descrever os dados epidemiológicos e morfológicos das encefalites em pacientes autopsiados no HE/UFTM no período de 1976 a 1986. Revisamos 1.267 laudos de autópsias e coletamos dados referentes à idade, ao gênero, à naturalidade, à causa de morte, ao peso corporal e peso do encéfalo e à altura, em pacientes com sinais macroscópicos ou microscópicos de encefalites. Fragmentos de cérebro, cerebelo e tronco encefálico foram processados pela histoquímica, imunohistoquímica, microscopia eletrônica de transmissão e morfometria, e analisados para a pesquisa de alterações histopatológicas. Ainda foram avaliadas as áreas dos neurônios, bem como dos núcleos e nucléolos. Todos os achados foram comparados entre subtipos de encefalite e com os pacientes de um grupo sem encefalite (SE). Foram encontrados 139 (10,97%) casos de pacientes com sinais de encefalites. Os principais subtipos de encefalites foram a encefalite cisticercótica (EC) em 36 (25,89%) pacientes, a encefalite rábica (ER) em 7 (5,04%) pacientes, a meningoencefalite de etiologia variada em 6 (2,88%) casos e encefalite fúngica em 3 casos (2,16%). Em todos os laudos analisados, a EC e a ER representaram 2,84% e 0,6%, respectivamente. A idade dos pacientes com encefalite (CE), 26 (0 - 86) anos, foi significativemente menor que do grupo SE, sendo a encefalite mais prevalente na faixa etária de 18 a 60 anos. A idade dos pacientes com ER, 13,7 ± 9,15 anos, foi significativamente menor que na EC, 53,44 ± 14,43 anos e do grupo SE. Observamos a prevalência de indivíduos da cor branca e do sexo masculino, com 58 (41,73%) casos e que a maioria dos pacientes eram naturais ou procedentes de Uberaba. A causa de morte infecciosa foi prevalente em 87 (62,59%) casos e 34 (44,74%) dos pacientes eram eutróficos, 34 (44,74%) pacientes sofriam de algum grau de subnutrição, 8 (10,52%) sofriam de sobrepeso ou obesidade, enquanto para os demais faltaram informações. A relação peso do encéfalo/peso corporal mostrou-se significativamente aumentada nos pacientes CE e foi significativamente maior na faixa etária menor ou igual a 2 anos. As principais alterações histopatológicas encontradas nas meninges e no parênquima encefálico foram espessamento meníngeo, hiperemia, edema parenquimatoso e perivascular, infiltrado inflamatório mononuclear, hemorragia, fibrose e calcificação. Com relação às células do tecido nervoso, observamos, principalmente, gliose, com formação de nódulos gliais e neuronofagia. Nos neurônios, observamos, mais freqüentemente, necrose e provável apoptose, hipotrofia e/ou rarefação neuronal, cromatólise, acúmulo de lipofuscina e corpúsculos de Negri, sendo estes últimos encontrados em todos os casos de ER. Através da imunofluorescência direta, todos os casos de ER foram confirmados e a morfometria dos corpúsculos de Negri mostrou que estes são significativamente maiores no cerebelo, 11,92μm2, e tronco encefálico, 10,27μm2, do que no cérebro, 7,1μm2. As áreas dos neurônios cerebrais, 147,02μm2 nos pacientes com ER foram significativamente maiores que nos grupos EC, 123,9μm2, e SE, 134,47μm2, enquanto nos casos de EC, observamos que as áreas dos neurônios cerebelares e de seus núcleos foram significativamente menores que as dos grupos ER e SE, enquanto no tronco encefálico dos pacientes com EC, as áreas dos neurônios, seus núcleos e nucléolos foram significativamente maiores que as dos grupos ER e SE. Foram analisados morfologicamente, 71 (51,08%) casos de encefalites, dos quais 14 (19,72%) foram de EC, 5 (7,04%) foram de ER, 2 (2,82) casos de encefalite bacteriana por Mycobacterium sp e por cocos gram positivos e 1 (1,41%) foi de encefalite por Cryptococcus sp, sendo que nos outros 49 (69,01%) casos não foi possível definir o agente etiológico, sendo somente levantada a suspeita de serem de etiologia viral, devido às características inflamatórias evidenciadas e aos resultados das técnicas histoquímicas utilizadas. Concluímos que as encefalites apresentam, em sua maioria, um caráter infeccioso, afetando indivíduos de qualquer idade, mas na faixa etária de 18 a 60 anos e de cor branca e do gênero masculino preferencialmente. A relação Peso encefálico/ peso corporal serve para avaliar o aumento encefálico causado pelo processo inflamatório e o estado nutricional destes pacientes pode influenciar na resposta imunológica e, consequentemente, na formação das lesões. As alterações morfológicas e morfométricas observadas, demonstram que dependendo do agente infeccioso, podemos encontrar fenômenos básicos que são comuns a todo processo inflamatório, porém, sugerem que variações no número e volume de neurônios e células da glia, nas diferentes regiões do encéfalo, podem ocorrer e, provavelmente, devem refletir na apresentação clínica das doenças encontradas. |
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Características das encefalites em autópsias - aspectos epidemiológicos e morfológicos.AutópsiaEncefaliteEpidemiologiaMorfologiaAutopsyEncephalitisEpidemiologyMorphologyCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA::ANATOMIA PATOLOGICA E PATOLOGIA CLINICAO termo encefalite significa inflamação do parênquima encefálico e dentre as possíveis etiologias da doença, destacamos a infecciosa, que entre outros agentes, pode ser causada por vírus, fungos, bactérias, protozoários e metazoários. Neste estudo retrospectivo, o objetivo foi descrever os dados epidemiológicos e morfológicos das encefalites em pacientes autopsiados no HE/UFTM no período de 1976 a 1986. Revisamos 1.267 laudos de autópsias e coletamos dados referentes à idade, ao gênero, à naturalidade, à causa de morte, ao peso corporal e peso do encéfalo e à altura, em pacientes com sinais macroscópicos ou microscópicos de encefalites. Fragmentos de cérebro, cerebelo e tronco encefálico foram processados pela histoquímica, imunohistoquímica, microscopia eletrônica de transmissão e morfometria, e analisados para a pesquisa de alterações histopatológicas. Ainda foram avaliadas as áreas dos neurônios, bem como dos núcleos e nucléolos. Todos os achados foram comparados entre subtipos de encefalite e com os pacientes de um grupo sem encefalite (SE). Foram encontrados 139 (10,97%) casos de pacientes com sinais de encefalites. Os principais subtipos de encefalites foram a encefalite cisticercótica (EC) em 36 (25,89%) pacientes, a encefalite rábica (ER) em 7 (5,04%) pacientes, a meningoencefalite de etiologia variada em 6 (2,88%) casos e encefalite fúngica em 3 casos (2,16%). Em todos os laudos analisados, a EC e a ER representaram 2,84% e 0,6%, respectivamente. A idade dos pacientes com encefalite (CE), 26 (0 - 86) anos, foi significativemente menor que do grupo SE, sendo a encefalite mais prevalente na faixa etária de 18 a 60 anos. A idade dos pacientes com ER, 13,7 ± 9,15 anos, foi significativamente menor que na EC, 53,44 ± 14,43 anos e do grupo SE. Observamos a prevalência de indivíduos da cor branca e do sexo masculino, com 58 (41,73%) casos e que a maioria dos pacientes eram naturais ou procedentes de Uberaba. A causa de morte infecciosa foi prevalente em 87 (62,59%) casos e 34 (44,74%) dos pacientes eram eutróficos, 34 (44,74%) pacientes sofriam de algum grau de subnutrição, 8 (10,52%) sofriam de sobrepeso ou obesidade, enquanto para os demais faltaram informações. A relação peso do encéfalo/peso corporal mostrou-se significativamente aumentada nos pacientes CE e foi significativamente maior na faixa etária menor ou igual a 2 anos. As principais alterações histopatológicas encontradas nas meninges e no parênquima encefálico foram espessamento meníngeo, hiperemia, edema parenquimatoso e perivascular, infiltrado inflamatório mononuclear, hemorragia, fibrose e calcificação. Com relação às células do tecido nervoso, observamos, principalmente, gliose, com formação de nódulos gliais e neuronofagia. Nos neurônios, observamos, mais freqüentemente, necrose e provável apoptose, hipotrofia e/ou rarefação neuronal, cromatólise, acúmulo de lipofuscina e corpúsculos de Negri, sendo estes últimos encontrados em todos os casos de ER. Através da imunofluorescência direta, todos os casos de ER foram confirmados e a morfometria dos corpúsculos de Negri mostrou que estes são significativamente maiores no cerebelo, 11,92μm2, e tronco encefálico, 10,27μm2, do que no cérebro, 7,1μm2. As áreas dos neurônios cerebrais, 147,02μm2 nos pacientes com ER foram significativamente maiores que nos grupos EC, 123,9μm2, e SE, 134,47μm2, enquanto nos casos de EC, observamos que as áreas dos neurônios cerebelares e de seus núcleos foram significativamente menores que as dos grupos ER e SE, enquanto no tronco encefálico dos pacientes com EC, as áreas dos neurônios, seus núcleos e nucléolos foram significativamente maiores que as dos grupos ER e SE. Foram analisados morfologicamente, 71 (51,08%) casos de encefalites, dos quais 14 (19,72%) foram de EC, 5 (7,04%) foram de ER, 2 (2,82) casos de encefalite bacteriana por Mycobacterium sp e por cocos gram positivos e 1 (1,41%) foi de encefalite por Cryptococcus sp, sendo que nos outros 49 (69,01%) casos não foi possível definir o agente etiológico, sendo somente levantada a suspeita de serem de etiologia viral, devido às características inflamatórias evidenciadas e aos resultados das técnicas histoquímicas utilizadas. Concluímos que as encefalites apresentam, em sua maioria, um caráter infeccioso, afetando indivíduos de qualquer idade, mas na faixa etária de 18 a 60 anos e de cor branca e do gênero masculino preferencialmente. A relação Peso encefálico/ peso corporal serve para avaliar o aumento encefálico causado pelo processo inflamatório e o estado nutricional destes pacientes pode influenciar na resposta imunológica e, consequentemente, na formação das lesões. As alterações morfológicas e morfométricas observadas, demonstram que dependendo do agente infeccioso, podemos encontrar fenômenos básicos que são comuns a todo processo inflamatório, porém, sugerem que variações no número e volume de neurônios e células da glia, nas diferentes regiões do encéfalo, podem ocorrer e, provavelmente, devem refletir na apresentação clínica das doenças encontradas.The term encephalitis means inflammation of encephalic parenquima. Among the possible ethiologies of the illness, we detach the infectious one, that among other agents may be caused by virus, fungi, bacteria, protozoary and metazoary. In this retrospective study, the aim was describes the epidemiologic and morphologic characteristics of encephalitis in patients autopsied in the HE/UFTM in the period of 1976 to 1986. We revised 1,267 findings of autopsies and we collected informations referring to the age, sex, the naturality, the cause of death, the body and encephalic weights, and the height in patients with macrocospic or microscopic signals of encephalitis. Fragments of brain, cerebellum and encephalic trunk had been processed by the histochemic and immunnohistochemic techniques, electronic microscopy and morphometry. After that, these tissues were analysed for the research of pathologic process. The neuron areas had been evaluated, as well as the nuclei and nucleoli. All findings had been compared among subgroups of encephalitis and with the patients of a group without encephalitis (WOE). A total of 139 (10.97%) cases of patients with signals of encephalitis had been found. The main subtypes of encephalitis had been the cisticercotics encephalitis (CE) in 36 (25.89%) cases, the rabic encephalitis (RE) in 7 (5.04%) patients, the meningoencephalitis of variable etiology in 6 (2.88%) cases and fungal encephalitis in 3 cases (2.16%). In all the analyzed findings, the CE and the RE had represented 2.84% and 0.6%, respectively. The age of the patients of the group with encephalitis (WE), 26 (0 - 86) years, was significativally lesser that of the group WOE, being the encephalitis most prevalent in the age range of 18 to 60 years. The age of the patients with RE, 13.7 ± 9.15 years, was significativally lesser that in CE, 53.44 ± 14.43 years, and of the group WOE. We observed prevalence of individuals of the white color and the male sex, with 58 (41.73%) cases, and the majority of patients was natural or originned from Uberaba. The cause of infectious death were prevalent in 87 (62.59%) cases and 34 (44.74%) of the patients were euthrofics, 34 (44.74%) patients were suffering with some degree of subnutrition, 8 (10.52%) patients were suffering with overweight or obesity, while for the others had lacked information. The relation encephalic weight /body weight revealed significativally increased in patients WE, and was significativally bigger in the age range of 0 to 2 years. The most important pathologic process founded in meninges and encephalic parenquima were meningic thickness, hyperemia and perivascular oedema and mononuclear cuffing, parenquimatous infiltrate of mononuclear cells, hemorrhage, fibrosis, and calcification. With regard to the cells of the nervous tissue nervous, we observe, mainly, multifocal gliosis, with formation of glial nodules and neuronophagia. In the neurons, we observed, more frequently, necrosis, atrophy and/or neuronal rarefation, cromatolysis, lipofuscina intracellular deposits, and Negri s bodies, being these last ones founded in all cases of RE. Through the direct immunofluorescence, all of RE cases had been confirmed, and the morphometric analysis of Negri s bodies showed that these were significativally bigger in the cerebellum, 11,92μm2, and encephalic trunk, 10,27μm2, than of what in brain, 7.1μm2. The areas of the cerebral neurons, 147,02μm2 in the patients with RE had been significantly bigger that in groups CE, 123,9μm2, and WOE, 134,47μm2, while in the CE cases, we observed that the areas of the cerebellar neurons and their nuclei were significativally lesser than the groups RE and WOE, while in the encephalic trunk of the patients with CE, the neuron areas, their nuclei and nucleoli had been significantly bigger that of groups RE and WOE. A total of 71 (51.08%) cases of encephalitis had been morphologically analyzed, of which 14 (19.72%) had been of CE, 5 (7.04%) had been of RE, 2 (2.82%) cases of bacterial encephalitis, being one caused by Mycobacterium and the other by gram positive coccus, and 1 (1.41%) had been caused by Cryptococcus sp, being that in the other 49 (69.01%) cases were not possible to define the etiologic agent, being only raised the suspicion to be of etiology viral, due to the evidenced inflammatory characteristics and to the results of the used techniques. We concluded that the encephalitis present, in its majority, an infectious character, affecting Caucasian and male sex individuals of any age, but being more prevalent in age ranging of 18 to 60 years. The relation EW/BW serves to evaluate the encephalic increase caused by the inflammatory process and the nutritional state of these patients can influence in the immunological status and, consequently, in the pathogenesis of the injuries. We observed that the morphologic and morphometric alterations demonstrated that depending on the infectious agent, we can find basic phenomena that are common the all inflammatory process, however, they suggest that variations in the number and volume of neurons and glial cells, in the different regions of encephalus, can occur and, probably, must reflect in the clinical presentation of the illnesses.Universidade Federal do Triângulo MineiroPatologia GeralBRUFTMPrograma de Pós-Graduação em PatologiaTEIXEIRA, Vicente de Paula Antunes19278063649http://lattes.cnpq.br/6788700810093027REIS, Marlene Antônia dos51733277868http://lattes.cnpq.br/3194932402580523TERRA, Sílvia Azevedo2015-11-27T18:47:27Z2009-02-162007-04-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfapplication/pdfTERRA, Sílvia Azevedo. Características das encefalites em autópsias - aspectos epidemiológicos e morfológicos.. 2007. 106 f. Tese (Doutorado em Patologia Geral) - Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, 2007.http://localhost:8080/tede/handle/tede/14porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTMinstname:Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM)instacron:UFTM2019-10-17T04:00:17Zoai:bdtd.uftm.edu.br:tede/14Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.uftm.edu.br/PUBhttp://bdtd.uftm.edu.br/oai/requestbdtd@uftm.edu.br||bdtd@uftm.edu.bropendoar:2019-10-17T04:00:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM - Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM)false |
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O termo encefalite significa inflamação do parênquima encefálico e dentre as possíveis etiologias da doença, destacamos a infecciosa, que entre outros agentes, pode ser causada por vírus, fungos, bactérias, protozoários e metazoários. Neste estudo retrospectivo, o objetivo foi descrever os dados epidemiológicos e morfológicos das encefalites em pacientes autopsiados no HE/UFTM no período de 1976 a 1986. Revisamos 1.267 laudos de autópsias e coletamos dados referentes à idade, ao gênero, à naturalidade, à causa de morte, ao peso corporal e peso do encéfalo e à altura, em pacientes com sinais macroscópicos ou microscópicos de encefalites. Fragmentos de cérebro, cerebelo e tronco encefálico foram processados pela histoquímica, imunohistoquímica, microscopia eletrônica de transmissão e morfometria, e analisados para a pesquisa de alterações histopatológicas. Ainda foram avaliadas as áreas dos neurônios, bem como dos núcleos e nucléolos. Todos os achados foram comparados entre subtipos de encefalite e com os pacientes de um grupo sem encefalite (SE). Foram encontrados 139 (10,97%) casos de pacientes com sinais de encefalites. Os principais subtipos de encefalites foram a encefalite cisticercótica (EC) em 36 (25,89%) pacientes, a encefalite rábica (ER) em 7 (5,04%) pacientes, a meningoencefalite de etiologia variada em 6 (2,88%) casos e encefalite fúngica em 3 casos (2,16%). Em todos os laudos analisados, a EC e a ER representaram 2,84% e 0,6%, respectivamente. A idade dos pacientes com encefalite (CE), 26 (0 - 86) anos, foi significativemente menor que do grupo SE, sendo a encefalite mais prevalente na faixa etária de 18 a 60 anos. A idade dos pacientes com ER, 13,7 ± 9,15 anos, foi significativamente menor que na EC, 53,44 ± 14,43 anos e do grupo SE. Observamos a prevalência de indivíduos da cor branca e do sexo masculino, com 58 (41,73%) casos e que a maioria dos pacientes eram naturais ou procedentes de Uberaba. A causa de morte infecciosa foi prevalente em 87 (62,59%) casos e 34 (44,74%) dos pacientes eram eutróficos, 34 (44,74%) pacientes sofriam de algum grau de subnutrição, 8 (10,52%) sofriam de sobrepeso ou obesidade, enquanto para os demais faltaram informações. A relação peso do encéfalo/peso corporal mostrou-se significativamente aumentada nos pacientes CE e foi significativamente maior na faixa etária menor ou igual a 2 anos. As principais alterações histopatológicas encontradas nas meninges e no parênquima encefálico foram espessamento meníngeo, hiperemia, edema parenquimatoso e perivascular, infiltrado inflamatório mononuclear, hemorragia, fibrose e calcificação. Com relação às células do tecido nervoso, observamos, principalmente, gliose, com formação de nódulos gliais e neuronofagia. Nos neurônios, observamos, mais freqüentemente, necrose e provável apoptose, hipotrofia e/ou rarefação neuronal, cromatólise, acúmulo de lipofuscina e corpúsculos de Negri, sendo estes últimos encontrados em todos os casos de ER. Através da imunofluorescência direta, todos os casos de ER foram confirmados e a morfometria dos corpúsculos de Negri mostrou que estes são significativamente maiores no cerebelo, 11,92μm2, e tronco encefálico, 10,27μm2, do que no cérebro, 7,1μm2. As áreas dos neurônios cerebrais, 147,02μm2 nos pacientes com ER foram significativamente maiores que nos grupos EC, 123,9μm2, e SE, 134,47μm2, enquanto nos casos de EC, observamos que as áreas dos neurônios cerebelares e de seus núcleos foram significativamente menores que as dos grupos ER e SE, enquanto no tronco encefálico dos pacientes com EC, as áreas dos neurônios, seus núcleos e nucléolos foram significativamente maiores que as dos grupos ER e SE. Foram analisados morfologicamente, 71 (51,08%) casos de encefalites, dos quais 14 (19,72%) foram de EC, 5 (7,04%) foram de ER, 2 (2,82) casos de encefalite bacteriana por Mycobacterium sp e por cocos gram positivos e 1 (1,41%) foi de encefalite por Cryptococcus sp, sendo que nos outros 49 (69,01%) casos não foi possível definir o agente etiológico, sendo somente levantada a suspeita de serem de etiologia viral, devido às características inflamatórias evidenciadas e aos resultados das técnicas histoquímicas utilizadas. Concluímos que as encefalites apresentam, em sua maioria, um caráter infeccioso, afetando indivíduos de qualquer idade, mas na faixa etária de 18 a 60 anos e de cor branca e do gênero masculino preferencialmente. A relação Peso encefálico/ peso corporal serve para avaliar o aumento encefálico causado pelo processo inflamatório e o estado nutricional destes pacientes pode influenciar na resposta imunológica e, consequentemente, na formação das lesões. As alterações morfológicas e morfométricas observadas, demonstram que dependendo do agente infeccioso, podemos encontrar fenômenos básicos que são comuns a todo processo inflamatório, porém, sugerem que variações no número e volume de neurônios e células da glia, nas diferentes regiões do encéfalo, podem ocorrer e, provavelmente, devem refletir na apresentação clínica das doenças encontradas. |
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