Fatores associados aos acidentes de trabalho com material biológico em trabalhadores da equipe de enfermagem de um hospital universitário
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM |
Texto Completo: | http://localhost:8080/tede/handle/tede/144 |
Resumo: | Os profissionais de enfermagem estão constantemente sob risco de sofrerem acidentes de trabalho (AT), entre eles, os acidentes envolvendo material biológico, uma vez durante o trabalho, mantêm contato direto e constante com material biológico potencialmente contaminado. Estas exposições geram um sério risco aos profissionais nos locais de trabalho, por serem capazes de transmitir mais de 20 tipos de patógenos, sendo o vírus da imunodeficiência humana (HIV), os da hepatite B e C (HBV e HCV), os agentes infecciosos mais comumente envolvidos nestes acidentes. A presente pesquisa foi realizada em um hospital universitário de Minas Gerais e objetivou analisar os AT com material biológico entre os trabalhadores de enfermagem e as medidas de quimioprofilaxia pós-acidente no período de 2008 a 2009. A coleta de dados foi realizada por meio de um instrumento anônimo e auto-aplicativo. Para a análise e discussão dos resultados, os dados foram tabulados e processados eletronicamente utilizando o programa Statistical Package Social Science (SPSS) versão 17.0. A associação entre a ocorrência do AT e as variáveis relativas à caracterização dos trabalhadores e das condições de trabalho foram verificadas por meio do teste qui-quadrado de Pearson (nível de significância de 95%). Os resultados evidenciaram uma alta incidência de AT envolvendo material biológico na equipe de enfermagem, somando 79 (24,53%) casos. Dentre os acidentados, 71 (25,4%) pertenciam ao sexo feminino. Em relação ao estado civil, 32 (28,3%) dos profissionais acidentados não apresentam companheiro. A categoria profissional mais exposta aos AT com material biológico foi a dos técnicos de enfermagem 57 (27,1%), seguida dos enfermeiros 9 (23,7%) e auxiliares de enfermagem 13 (17,6%). O tempo de formação profissional dos indivíduos acidentados foi de 10,03 ± 8,78 anos e o tempo de atuação na instituição foi de 7,86 ± 6,94 anos. Os acidentes de trabalho foram mais frequentes no turno vespertino 32 (29,1%) e acometeram principalmente os trabalhadores que apresentavam contrato de trabalho com a Universidade Federal do Triângulo Mineiro 40 (25,8%). Trinta e seis (45,6%) dos profissionais acidentados recebiam de um a dois salários mínimos e 19 (21,6%) relataram apresentar dupla jornada trabalho. A associação entre a ocorrência dos AT envolvendo material biológico e as variáveis relacionadas à caracterização dos trabalhadores de enfermagem e suas características de trabalho não foram estatisticamente significativas. Notoriamente, a maioria dos profissionais acidentados relatou ter sofrido apenas um acidente, sendo que os mais comuns foram aqueles envolvendo perfurocortantes. Quanto à área corporal mais atingida, destacaram-se as mãos e dedos em 57 (72,15%) dos acidentes e em relação à atividade que o profissional estava realizando no momento do acidente, verificou-se que a punção venosa foi a atividade mais envolvida nos AT. O sangue foi o tipo de amostra biológica envolvida em 61 (77,22%) dos casos e os setores onde mais ocorreram estes acidentes foram o pronto socorro adulto 13 (16,46%) e bloco cirúrgico 10 (12,66%). Quanto ao tipo de EPI utilizado no momento do acidente, 66 (83,54%) relataram usar luvas e 26 (32.91%) utilizavam óculos, verificando que a utilização incompleta dos EPIs é uma prática comum na equipe de enfermagem. Em relação à conduta adotada pós-acidente, 43 (54,43%) dos trabalhadores executaram algum procedimento local após o acidente, 39,24% terminaram o procedimento que executavam e posteriormente realizaram a profilaxia no local do acidente e 5 (6,33%) não realizaram nenhum tipo de profilaxia. Dentre os que executaram a conduta, destaca-se que 75 (94,94%) lavaram com água e sabão e 58 (73,42%) fez uso de anti-séptico. Dos 79 trabalhadores acidentados, 58 (73,42%) procuraram consulta médica, e 48 (60,76%) realizaram sorologias do funcionário para HCV, HBV e HIV. A sorologia do paciente fonte foi realizada em 47 (59,49%) dos casos e 15 (18,99%) dos profissionais acidentados necessitaram de profilaxia para HIV e 10 (12,66%) para hepatite B. A subnotificação do AT ocorreu em 19 (24,5%) dos casos, sendo justificada pela irrelevância do acidente percebida pelo profissional 10 (52,63%), paciente-fonte com exames recentes negativos 3 (15,79%), displicência e dificuldades administrativas para o registro 2 (10,53%). Conclui-se que, além de um alto índice de acidentes de trabalho, a vulnerabilidade dos profissionais de enfermagem da UFTM aos riscos ocupacionais, em especial ao risco biológico. Diante disso, sugere-se a implementação ou a reformulação de treinamentos acerca da adoção de medidas de biossegurança, programas de imunização, vigilância dos acidentes de trabalho, palestras informativas sobre os benefícios e o fluxo da notificação dos acidentes e amparo legal do trabalhador. |
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Fatores associados aos acidentes de trabalho com material biológico em trabalhadores da equipe de enfermagem de um hospital universitárioExposição ocupacionalEquipe de EnfermagemSaúde do trabalhadorExposição a agentes biológicosOccupational ExposureNursing TeamOccupational HealthExposure to Biological AgentsCNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVAOs profissionais de enfermagem estão constantemente sob risco de sofrerem acidentes de trabalho (AT), entre eles, os acidentes envolvendo material biológico, uma vez durante o trabalho, mantêm contato direto e constante com material biológico potencialmente contaminado. Estas exposições geram um sério risco aos profissionais nos locais de trabalho, por serem capazes de transmitir mais de 20 tipos de patógenos, sendo o vírus da imunodeficiência humana (HIV), os da hepatite B e C (HBV e HCV), os agentes infecciosos mais comumente envolvidos nestes acidentes. A presente pesquisa foi realizada em um hospital universitário de Minas Gerais e objetivou analisar os AT com material biológico entre os trabalhadores de enfermagem e as medidas de quimioprofilaxia pós-acidente no período de 2008 a 2009. A coleta de dados foi realizada por meio de um instrumento anônimo e auto-aplicativo. Para a análise e discussão dos resultados, os dados foram tabulados e processados eletronicamente utilizando o programa Statistical Package Social Science (SPSS) versão 17.0. A associação entre a ocorrência do AT e as variáveis relativas à caracterização dos trabalhadores e das condições de trabalho foram verificadas por meio do teste qui-quadrado de Pearson (nível de significância de 95%). Os resultados evidenciaram uma alta incidência de AT envolvendo material biológico na equipe de enfermagem, somando 79 (24,53%) casos. Dentre os acidentados, 71 (25,4%) pertenciam ao sexo feminino. Em relação ao estado civil, 32 (28,3%) dos profissionais acidentados não apresentam companheiro. A categoria profissional mais exposta aos AT com material biológico foi a dos técnicos de enfermagem 57 (27,1%), seguida dos enfermeiros 9 (23,7%) e auxiliares de enfermagem 13 (17,6%). O tempo de formação profissional dos indivíduos acidentados foi de 10,03 ± 8,78 anos e o tempo de atuação na instituição foi de 7,86 ± 6,94 anos. Os acidentes de trabalho foram mais frequentes no turno vespertino 32 (29,1%) e acometeram principalmente os trabalhadores que apresentavam contrato de trabalho com a Universidade Federal do Triângulo Mineiro 40 (25,8%). Trinta e seis (45,6%) dos profissionais acidentados recebiam de um a dois salários mínimos e 19 (21,6%) relataram apresentar dupla jornada trabalho. A associação entre a ocorrência dos AT envolvendo material biológico e as variáveis relacionadas à caracterização dos trabalhadores de enfermagem e suas características de trabalho não foram estatisticamente significativas. Notoriamente, a maioria dos profissionais acidentados relatou ter sofrido apenas um acidente, sendo que os mais comuns foram aqueles envolvendo perfurocortantes. Quanto à área corporal mais atingida, destacaram-se as mãos e dedos em 57 (72,15%) dos acidentes e em relação à atividade que o profissional estava realizando no momento do acidente, verificou-se que a punção venosa foi a atividade mais envolvida nos AT. O sangue foi o tipo de amostra biológica envolvida em 61 (77,22%) dos casos e os setores onde mais ocorreram estes acidentes foram o pronto socorro adulto 13 (16,46%) e bloco cirúrgico 10 (12,66%). Quanto ao tipo de EPI utilizado no momento do acidente, 66 (83,54%) relataram usar luvas e 26 (32.91%) utilizavam óculos, verificando que a utilização incompleta dos EPIs é uma prática comum na equipe de enfermagem. Em relação à conduta adotada pós-acidente, 43 (54,43%) dos trabalhadores executaram algum procedimento local após o acidente, 39,24% terminaram o procedimento que executavam e posteriormente realizaram a profilaxia no local do acidente e 5 (6,33%) não realizaram nenhum tipo de profilaxia. Dentre os que executaram a conduta, destaca-se que 75 (94,94%) lavaram com água e sabão e 58 (73,42%) fez uso de anti-séptico. Dos 79 trabalhadores acidentados, 58 (73,42%) procuraram consulta médica, e 48 (60,76%) realizaram sorologias do funcionário para HCV, HBV e HIV. A sorologia do paciente fonte foi realizada em 47 (59,49%) dos casos e 15 (18,99%) dos profissionais acidentados necessitaram de profilaxia para HIV e 10 (12,66%) para hepatite B. A subnotificação do AT ocorreu em 19 (24,5%) dos casos, sendo justificada pela irrelevância do acidente percebida pelo profissional 10 (52,63%), paciente-fonte com exames recentes negativos 3 (15,79%), displicência e dificuldades administrativas para o registro 2 (10,53%). Conclui-se que, além de um alto índice de acidentes de trabalho, a vulnerabilidade dos profissionais de enfermagem da UFTM aos riscos ocupacionais, em especial ao risco biológico. Diante disso, sugere-se a implementação ou a reformulação de treinamentos acerca da adoção de medidas de biossegurança, programas de imunização, vigilância dos acidentes de trabalho, palestras informativas sobre os benefícios e o fluxo da notificação dos acidentes e amparo legal do trabalhador.Nursing workers are constantly at risk for occupational accidents (OA), among them accidents involving biological material, since in their work, maintain direct and constant contact with potentially contaminated biological material. This exposure creates a serious risk to professionals in their workplaces because are potentially capable of transmitting more than 20 types of pathogens, and the human immunodeficiency virus (HIV), the hepatitis B and C (HBV and HCV) the infectious agents most commonly involved in these accidents. This study was conducted at a university hospital in Minas Gerais, Brazil, and aimed at analyzing the biological material OA occurred with nurses workers in the period between 2008 and 2009. Data collection was made by an instrument anonymous, self-application. For analysis and discussion of results the data were tabulated and processed electronically using the Statistical Package for Social Science software (SPSS) version 17.0. The association between the occurrence of OA and the variables related to the characterization of workers and working conditions were assessed using the chi-square test (significance level 95%). The results showed the high incidence of OA involving biological material (24.53%) in the nursing team, since 25.4% of these accidents occurred with women. Concerning the marital status, about 28% injured professionals don´t have companion. The professional group most exposed to OA with biological material was nurse technicians (27.1%), followed by nurses (23.7%) and nursing assistants (17.6%). The duration of training was 10.03 ± 8.78 years and the institution time of activity was 7.86 ± 6.94 years among professional victims. The accidents were more frequent in the afternoon shift (29.1%) and attacked the workers who had employment with the Federal University of Triângulo Mineiro (25.8%). Regarding the monthly income, 45.6% of professionals injured received between one and two minimum wages and 21.6% reported present work double shifts. The association between the OA occurrence involving biological materials and the variables related to the characterization of nursing work and its characteristics were not statistically significant. Noticeably, most professionals have suffered casualties reported only one, being the most common accidents are those involving sharps. As the body areas most affected stood out hands and fingers in 72.15% of accidents and in relation to the professional activity that was performing when the accident occurred, there was so expressive that the venipuncture was the activity more involved in OA. Blood was the type of biological sample involved in 77.22% of cases, and the sectors where most of these accidents occurred were the adult emergency department (16.46%) and surgical ward (12.66%). Regarding the type of personal protective equipment (PPE) used during the accident, 83.54% reported use gloves and 32.91% wore glasses, verifying that the incomplete use of PPE is a common practice in the nursing team. In respect to the adopted post-accident, 54.43% of workers have performed a procedure site shortly after the accident, 39.24% completed the procedure performed and subsequently underwent prophylaxis at the accident site and 6.33% did not perform any type of prophylaxis. Among those who carried out the conduct, it is emphasized that the majority (94.94%) washed with soap and water and 73.42% made use of antiseptic. Of the 79 injured workers, 73.42% had sought medical, and 60.76% were tested for HCV, HBV and HIV. The serology of the source patient was performed in 59.49% and 18.99% of accidents was needed prophylaxis for HIV and 12.66% for hepatitis B. Underreporting occurred in 24.5% of cases, the irrelevance of the accident (52.63%), source patient with recent negative serology (15.79%), indifference and administrative difficulties (10.53%) were the main factors that contributed to the underreporting. The results show the vulnerability of nursing team to occupational risks, in particular, the biological risk. Therefore, we suggest the implementation or the reshaping of training regarding the adoption of biosecurity measures, immunization programs, occupational accidents surveillance, informative lectures on the benefits and the flow of the notification of accidents and legal support worker.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal do Triângulo MineiroAtenção à Saúde das PopulaçõesBRUFTMPrograma de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à SaúdeMiranzi, Mário Alfredo SilveiraCPF:45253170600http://lattes.cnpq.br/5509796037309117Assis, Dnieber Chagas de2015-11-27T18:54:13Z2011-03-142010-12-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfASSIS, Dnieber Chagas de. Fatores associados aos acidentes de trabalho com material biológico em trabalhadores da equipe de enfermagem de um hospital universitário. 2010. 76 f. Dissertação (Mestrado em Atenção à Saúde das Populações) - Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, 2010.http://localhost:8080/tede/handle/tede/144porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTMinstname:Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM)instacron:UFTM2015-11-28T03:04:37Zoai:bdtd.uftm.edu.br:tede/144Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.uftm.edu.br/PUBhttp://bdtd.uftm.edu.br/oai/requestbdtd@uftm.edu.br||bdtd@uftm.edu.bropendoar:2015-11-28T03:04:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM - Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM)false |
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