Narrativas transferenciais sobre a intervenção precoce em um ambulatório de pediatria: tecitura de encontro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM |
Texto Completo: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1351 |
Resumo: | Estudos indicam que os primeiros programas de Intervenção Precoce (IP) datam da década de 1960 nos Estados Unidos; já no Brasil, esse campo torna-se mais expressivo a partir das décadas de 1970 e 1980, mas ainda bastante ligados a instituições de educação especial. Durante os primeiros anos de vida da criança, as situações de risco psíquico são pouco percebidas ou valorizadas. Á medida que o profissional de saúde amplia seu olhar para além do modelo biomédico e remediador, coloca-se na situação antes dos sintomas se instalarem, e com isso é capaz de atuar na IP e intervir junto a dupla mãe-bebê. Todavia, estudos apontam que, frequentemente, prevalece um modelo baseado em abordagens clínicas, estruturadas com enfoque reabilitativo e com perspectiva de cuidado centrado apenas na criança, em detrimento de centrar se na sua relação com o ambiente. Portanto, quando essas condições são associadas à insuficiente literatura sobre a temática e à divergência conceitual existente, revela-se a grande necessidade de um esforço nacional para a atualização profissional e concretização de práticas que se aproximem daquelas recomendadas, além de potencializar e difundir os esforços. Destarte, o principal objetivo desta Dissertação de Mestrado, foi conhecer e discutir sobre a percepção de mães e de profissionais da saúde a respeito da IP no processo de amadurecimento psíquico infantil, à luz da teoria psicanalítica e permeada por questões do âmbito da saúde pública, tendo como local de pesquisa um ambulatório de pediatria, vinculado a um hospital público universitário, de uma cidade de médio porte do interior de Minas Gerais. Trata-se de dois estudos de abordagem qualitativa de pesquisa, analisados por meio das Narrativas Transferenciais, apresentados em formato de artigos. O Estudo 1 teve o objetivo principal de entender como as mães compreendem a prática de IP e sua função no desenvolvimento do bebê. Verificou-se que há pouca disponibilidade das mães em falarem sobre suas experiências em relação à IP, mas grande necessidade de repetirem histórias do nascimento, como uma defesa frente à uma situação traumática. Isso mostra a necessidade da criação de um espaço de escuta qualificada nos serviços de saúde. O Estudo 2 objetivou compreender a percepção de profissionais atuantes no referido ambulatório sobre a sua atuação em IP. Constatou-se que não há um lugar definido para os profissionais da saúde na IP no cenário investigado, e que quando os profissionais não encontram o seu lugar, o lugar da família e principalmente do bebê também não estarão definidos. O estudo também remete ao investimento individual de cada profissional para fazer acontecer um cuidado que ainda não está institucionalizado, além disso, mostra a importância de se falar de saúde mental no acompanhamento do desenvolvimento do bebê. Nota-se que para se ter um olhar para as primeiras experiências vividas é necessário que se tenha um trabalho em equipe verdadeiramente multi e interprofissional. A proposta de IP, portanto, deve envolver o bebê e sua família desde o nascimento, com ações pautadas em práticas coletivas humanizadas, neste sentido, é urgente que os profissionais, incluindo o psicólogo, saiam da conduta expectante em relação ao cuidado e práticas de IP. |
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Narrativas transferenciais sobre a intervenção precoce em um ambulatório de pediatria: tecitura de encontroPsicanálise.Saúde mental.Psicologia do desenvolvimento.Família.Saúde materno-infantil.Psychoanalysis.Mental health.Psychology of development.Family.Maternal and child health.CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA::PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANOEstudos indicam que os primeiros programas de Intervenção Precoce (IP) datam da década de 1960 nos Estados Unidos; já no Brasil, esse campo torna-se mais expressivo a partir das décadas de 1970 e 1980, mas ainda bastante ligados a instituições de educação especial. Durante os primeiros anos de vida da criança, as situações de risco psíquico são pouco percebidas ou valorizadas. Á medida que o profissional de saúde amplia seu olhar para além do modelo biomédico e remediador, coloca-se na situação antes dos sintomas se instalarem, e com isso é capaz de atuar na IP e intervir junto a dupla mãe-bebê. Todavia, estudos apontam que, frequentemente, prevalece um modelo baseado em abordagens clínicas, estruturadas com enfoque reabilitativo e com perspectiva de cuidado centrado apenas na criança, em detrimento de centrar se na sua relação com o ambiente. Portanto, quando essas condições são associadas à insuficiente literatura sobre a temática e à divergência conceitual existente, revela-se a grande necessidade de um esforço nacional para a atualização profissional e concretização de práticas que se aproximem daquelas recomendadas, além de potencializar e difundir os esforços. Destarte, o principal objetivo desta Dissertação de Mestrado, foi conhecer e discutir sobre a percepção de mães e de profissionais da saúde a respeito da IP no processo de amadurecimento psíquico infantil, à luz da teoria psicanalítica e permeada por questões do âmbito da saúde pública, tendo como local de pesquisa um ambulatório de pediatria, vinculado a um hospital público universitário, de uma cidade de médio porte do interior de Minas Gerais. Trata-se de dois estudos de abordagem qualitativa de pesquisa, analisados por meio das Narrativas Transferenciais, apresentados em formato de artigos. O Estudo 1 teve o objetivo principal de entender como as mães compreendem a prática de IP e sua função no desenvolvimento do bebê. Verificou-se que há pouca disponibilidade das mães em falarem sobre suas experiências em relação à IP, mas grande necessidade de repetirem histórias do nascimento, como uma defesa frente à uma situação traumática. Isso mostra a necessidade da criação de um espaço de escuta qualificada nos serviços de saúde. O Estudo 2 objetivou compreender a percepção de profissionais atuantes no referido ambulatório sobre a sua atuação em IP. Constatou-se que não há um lugar definido para os profissionais da saúde na IP no cenário investigado, e que quando os profissionais não encontram o seu lugar, o lugar da família e principalmente do bebê também não estarão definidos. O estudo também remete ao investimento individual de cada profissional para fazer acontecer um cuidado que ainda não está institucionalizado, além disso, mostra a importância de se falar de saúde mental no acompanhamento do desenvolvimento do bebê. Nota-se que para se ter um olhar para as primeiras experiências vividas é necessário que se tenha um trabalho em equipe verdadeiramente multi e interprofissional. A proposta de IP, portanto, deve envolver o bebê e sua família desde o nascimento, com ações pautadas em práticas coletivas humanizadas, neste sentido, é urgente que os profissionais, incluindo o psicólogo, saiam da conduta expectante em relação ao cuidado e práticas de IP.Studies indicate that the first Early Intervention (EP) programs date from the 1960s in the United States; in Brazil, this field became more expressive from the 1970s and 1980s, but still closely linked to institutions of special education. During the first years of a child's life, situations of psychological risk are poorly perceived or valued. As health professionals look beyond the biomedical and remedial model, they place themselves in the situation before the symptoms take hold, and are thus able to act in IP and intervene with the dual mother-infant. However, studies point out that, often, a model based on clinical approaches prevails, structured with a rehabilitation focus and a perspective of care focused only on the child, rather than focusing on its relationship with the environment. Therefore, when these conditions are associated with insufficient literature on the topic and the existing conceptual divergence, it is revealed the great need for a national effort for professional updating and implementation of practices that are close to those recommended, in addition to strengthening and disseminating the efforts. Therefore, the main objective of this Master's Dissertation was to know and discuss the perception of mothers and health professionals regarding IP in the process of child psychic maturation, in light of the psychoanalytic theory and permeated by public health issues, having as a research site a pediatric outpatient clinic linked to a university public hospital in a medium-sized city in the interior of Minas Gerais. These are two studies of qualitative research approach, analyzed through the Transferential Narratives, presented in the form of articles. Study 1 had the main objective of understanding how mothers understand the practice of EI and its role in the development of the baby. It was found that there is little availability of mothers to talk about their experiences in relation to EI, but great need to repeat stories of birth, as a defense against a traumatic situation. This shows the need to create a space for qualified listening in health services. Study 2 aimed to understand the perception of professionals working in this outpatient clinic about their performance in EI. It was found that there is no defined place for health professionals in EI in the investigated scenario, and that when the professionals do not find their place, the place of the family and especially the baby will not be defined either. The study also refers to the individual investment of each professional to make happen a care that is not yet institutionalized, in addition, shows the importance of talking about mental health in monitoring the development of the baby. It is noted that to have a look at the first experiences it is necessary to have a truly multi and interprofessional teamwork. The EI proposal, therefore, should involve the baby and its family from birth, with actions based on collective humanized practices, in this sense, it is urgent that professionals, including the psychologist, leave the expectant behavior in relation to the care and practices of EI.Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIGUniversidade Federal do Triângulo MineiroPró-Reitoria de Pesquisa e Pós-GraduaçãoBrasilUFTMPrograma de Pós-Graduação em PsicologiaHUEB, Martha Franco Diniz32310.641634http://lattes.cnpq.br/7017340852463219BELLINI, Marcella2022-07-27T18:12:59Z2019-07-172022-07-27T18:12:59Z2019-07-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1351porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTMinstname:Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM)instacron:UFTM2022-07-28T02:02:43Zoai:bdtd.uftm.edu.br:123456789/1351Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://bdtd.uftm.edu.br/PUBhttp://bdtd.uftm.edu.br/oai/requestbdtd@uftm.edu.br||bdtd@uftm.edu.bropendoar:2022-07-28T02:02:43Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM - Universidade Federal do Triangulo Mineiro (UFTM)false |
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