Ser profissional de saúde com deficiência no ambiente hospitalar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: DUARTE, Joyce Maria Gabriel
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFTM
Texto Completo: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/638
Resumo: Deficiência pode ser física, sensorial, intelectual ou múltipla. Apesar de definições legais e científicas, é imperativo olhar para a deficiência como construção social. A Lei de Cotas estabelece reserva de vagas nas empresas, para garantir inclusão da pessoa com deficiência. O objetivo deste estudo foi compreender a experiência vivida quanto à ambiência no trabalho por profissionais de saúde deficientes que atuam em hospitais, em uma cidade de Minas Gerais. Pesquisa qualitativa que utilizou Fenomenologia Social, com profissionais de saúde deficientes. Realizadas entrevistas individuais, gravadas, transcritas na íntegra, seguindo roteiro semiestruturado, em dezembro de 2017. Para a organização dos dados, utilizou-se o software QSR Nvivo® - versão 11. Foi realizada análise compreensiva, segundo a fenomenologia social e análise de conteúdo. Incluíram-se 19 profissionais (técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, fisioterapeuta, técnico de laboratório, técnico em radiologia, técnico em anatomia e necropsia); 10 mulheres e 9 homens, média de 42,1 anos. O significado ao trabalho atribuído pelos profissionais foi constituído nas categorias: Contribuição para vida pessoal e Contribuição à sociedade. O conjunto de categorias “motivos por que” e “motivos para” fez emergir o tipo vivido “profissional de saúde com deficiência no ambiente hospitalar”, como sendo a pessoa/grupo que escolhe a profissão por motivos relacionados às próprias experiências ou não, planeja progredir profissionalmente e para isso busca aprimorar os conhecimentos e apresenta o desejo de continuar trabalhando, após a aposentadoria. Reconhece que a deficiência influencia no trabalho devido às diferentes limitações como dificuldade para ouvir, lentidão para realizar algumas tarefas, além de situações de preconceito. Refere a falta de acessibilidade no ambiente físico, tendo expectativa de promoção da humanização do ambiente para o profissional com deficiência, com vistas ao trabalho de equipe em favor de uma boa assistência ao paciente. Aponta sentir-se parte da equipe, embora vivencie preconceito ou protecionismo por parte dos colegas, mantém bom relacionamento com os pacientes, embora perceba atitudes negativas por parte deles. Com seus superiores mantém bom relacionamento, embora nem sempre se sinta apoiado. Suas expectativas em relação ao trabalho incluem ampliar o diálogo, a confiança e o trabalho em equipe, conseguir mais compreensão por parte dos pacientes sobre a sua deficiência, melhoria do acesso aos superiores para obter o atendimento às suas reinvindicações7 relativas às condições de trabalho. Os maiores desafios apontados para o trabalho foram: Desafios na vida pessoal, vida profissional, institucionais e Desafios do ser-profissionaldeficiente. Os facilitadores foram: Facilitadores institucionais e pessoais. As sugestões para outras pessoas com deficiência eram de incentivo à superação da limitação e respeito a sua condição. Concluiu-se que são necessários programas transversais de inclusão que perpassem por todos os eixos da ambiência e por todos os atores envolvidos (profissionais de saúde com deficiência, pacientes, colegas de trabalho, gestores, familiares).
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spelling Ser profissional de saúde com deficiência no ambiente hospitalarBeing a health professional with a disability in the hospital environmentPessoas com deficiência.Pessoal de saúde.Hospitais.Trabalho.Humanização da Assistência.Disabled Persons.Health personnel.Hospitals.Work.Humanization of Assistance.EnfermagemDeficiência pode ser física, sensorial, intelectual ou múltipla. Apesar de definições legais e científicas, é imperativo olhar para a deficiência como construção social. A Lei de Cotas estabelece reserva de vagas nas empresas, para garantir inclusão da pessoa com deficiência. O objetivo deste estudo foi compreender a experiência vivida quanto à ambiência no trabalho por profissionais de saúde deficientes que atuam em hospitais, em uma cidade de Minas Gerais. Pesquisa qualitativa que utilizou Fenomenologia Social, com profissionais de saúde deficientes. Realizadas entrevistas individuais, gravadas, transcritas na íntegra, seguindo roteiro semiestruturado, em dezembro de 2017. Para a organização dos dados, utilizou-se o software QSR Nvivo® - versão 11. Foi realizada análise compreensiva, segundo a fenomenologia social e análise de conteúdo. Incluíram-se 19 profissionais (técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, fisioterapeuta, técnico de laboratório, técnico em radiologia, técnico em anatomia e necropsia); 10 mulheres e 9 homens, média de 42,1 anos. O significado ao trabalho atribuído pelos profissionais foi constituído nas categorias: Contribuição para vida pessoal e Contribuição à sociedade. O conjunto de categorias “motivos por que” e “motivos para” fez emergir o tipo vivido “profissional de saúde com deficiência no ambiente hospitalar”, como sendo a pessoa/grupo que escolhe a profissão por motivos relacionados às próprias experiências ou não, planeja progredir profissionalmente e para isso busca aprimorar os conhecimentos e apresenta o desejo de continuar trabalhando, após a aposentadoria. Reconhece que a deficiência influencia no trabalho devido às diferentes limitações como dificuldade para ouvir, lentidão para realizar algumas tarefas, além de situações de preconceito. Refere a falta de acessibilidade no ambiente físico, tendo expectativa de promoção da humanização do ambiente para o profissional com deficiência, com vistas ao trabalho de equipe em favor de uma boa assistência ao paciente. Aponta sentir-se parte da equipe, embora vivencie preconceito ou protecionismo por parte dos colegas, mantém bom relacionamento com os pacientes, embora perceba atitudes negativas por parte deles. Com seus superiores mantém bom relacionamento, embora nem sempre se sinta apoiado. Suas expectativas em relação ao trabalho incluem ampliar o diálogo, a confiança e o trabalho em equipe, conseguir mais compreensão por parte dos pacientes sobre a sua deficiência, melhoria do acesso aos superiores para obter o atendimento às suas reinvindicações7 relativas às condições de trabalho. Os maiores desafios apontados para o trabalho foram: Desafios na vida pessoal, vida profissional, institucionais e Desafios do ser-profissionaldeficiente. Os facilitadores foram: Facilitadores institucionais e pessoais. As sugestões para outras pessoas com deficiência eram de incentivo à superação da limitação e respeito a sua condição. Concluiu-se que são necessários programas transversais de inclusão que perpassem por todos os eixos da ambiência e por todos os atores envolvidos (profissionais de saúde com deficiência, pacientes, colegas de trabalho, gestores, familiares).Disabilities can be physical, sensorial, intellectual, or multiple. Despite legal and scientific definitions, it is imperative to look at the disability as a social construction. The Brazilian Law of Allotment establishes that vacancies should be allotted for people with disabilities in companies, to guarantee that they are included. The objective of this study was to understand the experience of health professionals with disabilities in the work environment of hospitals, in a city of Minas Gerais. This is a qualitative research that used Social Phenomenology, with health professionals who had some form of disability. Individual interviews were performed, recorded, and transcribed in their entirety, following a semi-structured script, in December 2017. To organize data, the QSR Nvivo® software, version 11, was used. A comprehensive analysis was conducted, according to the precepts of social phenomenology and content analysis. Nineteen professionals were included (nursing technicians, nurses, physicians, a physical therapist, a lab technician, a radiology technician, an anatomy and necropsy technician); 10 were women and 9 men, with a mean age of 42.1 years of age. The meaning the professionals attributed to their work was separated in the categories: Personal life contribution, and Contributions to society. The group of categories “reasons why” and “reasons to” provoked the emergence of the lived type “health professional with disabilities in the hospital environment”, which is the person/group who chooses the profession due to reasons related to their own experiences or not, planning to progress professionally, and therefore, seeking to improve knowledge and presenting the desire of continuing to work after retirement. Participants recognize that a disability influences their work due to their different limitations, such as difficulties listening, slowness in the performance of some tasks, in addition to situations in which they were the victims of prejudice. They also mentioned the lack of accessibility in the physical environment, having some expectancies with regards to the promotion of a more humane environment for professionals with disabilities, as that would improve teamwork with the objective of making good healthcare available to the patients. The participants state to feel as part of the team — despite experiencing situations of prejudice or protectionism by their colleagues —, and to have good relations with the patients, despite noticing some negative attitudes on their part. They maintain good relations with their superiors, despite not always feeling supported by them. Their expectancies regarding work include9 increasing dialogue, trust, and teamwork, having patients understand better their disabilities, and getting improved access to their superiors to get their demands regarding work conditions attended. The biggest challenges they indicated in their work were: Personal, professional and institutional challenges, and Challenges of the being-disabled-professional. The facilitators were: Institutional and personal. Suggestions for other people with disabilities were: encouragement to overcome limits, and respecting their health condition. It was found that cross-sectional programs of inclusion that traverse all axes of the environment and all actors involved (health professionals with disabilities, patients, work colleagues, managers, family members) are necessary.Universidade Federal do Triângulo MineiroInstituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em EnfermagemBrasilUFTMPrograma de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à SaúdeSIMÕES, Ana Lúcia de Assis75515440625http://lattes.cnpq.br/2379544650823103DUARTE, Joyce Maria Gabriel2019-04-25T13:35:02Z2018-02-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfapplication/pdfDUARTE, Joyce Maria Gabriel. Ser profissional de saúde com deficiência no ambiente hospitalar. 2018. 153f. Tese (Doutorado em Atenção à Saúde) - Programa de Pós-Graduação em Atenção à Saúde, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, 2018.http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/638porABRÃAO, S.R. et al. 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Being a health professional with a disability in the hospital environment
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DUARTE, Joyce Maria Gabriel
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description Deficiência pode ser física, sensorial, intelectual ou múltipla. Apesar de definições legais e científicas, é imperativo olhar para a deficiência como construção social. A Lei de Cotas estabelece reserva de vagas nas empresas, para garantir inclusão da pessoa com deficiência. O objetivo deste estudo foi compreender a experiência vivida quanto à ambiência no trabalho por profissionais de saúde deficientes que atuam em hospitais, em uma cidade de Minas Gerais. Pesquisa qualitativa que utilizou Fenomenologia Social, com profissionais de saúde deficientes. Realizadas entrevistas individuais, gravadas, transcritas na íntegra, seguindo roteiro semiestruturado, em dezembro de 2017. Para a organização dos dados, utilizou-se o software QSR Nvivo® - versão 11. Foi realizada análise compreensiva, segundo a fenomenologia social e análise de conteúdo. Incluíram-se 19 profissionais (técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, fisioterapeuta, técnico de laboratório, técnico em radiologia, técnico em anatomia e necropsia); 10 mulheres e 9 homens, média de 42,1 anos. O significado ao trabalho atribuído pelos profissionais foi constituído nas categorias: Contribuição para vida pessoal e Contribuição à sociedade. O conjunto de categorias “motivos por que” e “motivos para” fez emergir o tipo vivido “profissional de saúde com deficiência no ambiente hospitalar”, como sendo a pessoa/grupo que escolhe a profissão por motivos relacionados às próprias experiências ou não, planeja progredir profissionalmente e para isso busca aprimorar os conhecimentos e apresenta o desejo de continuar trabalhando, após a aposentadoria. Reconhece que a deficiência influencia no trabalho devido às diferentes limitações como dificuldade para ouvir, lentidão para realizar algumas tarefas, além de situações de preconceito. Refere a falta de acessibilidade no ambiente físico, tendo expectativa de promoção da humanização do ambiente para o profissional com deficiência, com vistas ao trabalho de equipe em favor de uma boa assistência ao paciente. Aponta sentir-se parte da equipe, embora vivencie preconceito ou protecionismo por parte dos colegas, mantém bom relacionamento com os pacientes, embora perceba atitudes negativas por parte deles. Com seus superiores mantém bom relacionamento, embora nem sempre se sinta apoiado. Suas expectativas em relação ao trabalho incluem ampliar o diálogo, a confiança e o trabalho em equipe, conseguir mais compreensão por parte dos pacientes sobre a sua deficiência, melhoria do acesso aos superiores para obter o atendimento às suas reinvindicações7 relativas às condições de trabalho. Os maiores desafios apontados para o trabalho foram: Desafios na vida pessoal, vida profissional, institucionais e Desafios do ser-profissionaldeficiente. Os facilitadores foram: Facilitadores institucionais e pessoais. As sugestões para outras pessoas com deficiência eram de incentivo à superação da limitação e respeito a sua condição. Concluiu-se que são necessários programas transversais de inclusão que perpassem por todos os eixos da ambiência e por todos os atores envolvidos (profissionais de saúde com deficiência, pacientes, colegas de trabalho, gestores, familiares).
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