Empoderamento pela escrita: análise semiótica do romance quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus.

• Autor(a) principal: Matos, Sandra Maria Tavares
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFT
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11612/4782
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LINGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS; Empoderamento feminino.; Literatura feminina.; Escrita como resistência.; Carolina Maria de Jesus.; Enunciação.

Esta monografia analisa o livro Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus. A obra, escrita em primeira pessoa, reflete a sobrevivência da narradora na favela Canindé, na capital São Paulo, na década de 1960, onde passou por extrema pobreza e privações. É nesse contexto que emerge a urgência da escrita literária, registrando em cadernos suas anotações em formato de diário. Nessa escritura, revela seu dia-a-dia como catadora de lixo e sua resistência em meio à fome, à violência, ao vício, às dificuldades no cuidado dos filhos. Nosso objetivo central foi analisar o modo como o romance tematiza a condição social da mulher negra, o (não) reconhecimento de Carolina como escritora, e o lugar que a literatura tem para a própria. Para isso, consideramos o modo como tematiza sua relação com os livros, na condição de leitora, e a urgência da escrita como modo de sobrevivência, constituindo-se no lugar da produção, na condição. Carolina privilegia a escrita como possibilidade de existência e resistência e lugar de empoderamento feminino. Como fundamentação teórica, foram mobilizados estudos que tratam da questão social da mulher negra (MIRANDA, 2011; PEREIRA, 2013; WERNECK, 2010; TOKITA, 2013), o letramento racial (ALMEIDA, 2017), a enunciação (BENVENISTE, 1989; FIORIN, 2017). A partir da discussão que envolve as questões raciais, de gênero e classe, mobilizaremos categorias da semiótica discursiva para análise do romance, privilegiando o que a teoria define como semântica discursiva (FIORIN, 2017). Nesse sentido, interessa-nos observar o modo como se enuncia como autora.