Mulheres convivendo com AIDS: fatores de risco, protetivos e resiliência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFT |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11612/324 |
Resumo: | De 1980 a 2004, o perfil epidemiológico do HIV/AIDS se manteve estável, sendo mais evidente nos grandes centros e com maior prevalência em pessoas consideradas como grupo de risco: os homossexuais, hemofílicos, haitianos, usuários de drogas e profissionais do sexo. No entanto, vem se observando uma mudança nesse perfil, evidenciando a interiorização, visibilidade epidemiológica, heterossexualização e um aumento dos casos entre as mulheres. Estas, quando diagnosticadas com HIV/AIDS, enfrentam muitas dificuldades como as relacionadas ao estado saúde-doença, afeto e relacionamento. A presente dissertação objetivou analisar como mulheres convivem com HIV/AIDS verificando os fatores de riscos e proteção, bem como o processo de construção da resiliência. Para tanto foi realizada uma pesquisa qualitativa de história de vida temática no Serviço de Assistência Especializada no atendimento a paciente com HIV/AIDS da cidade de Imperatriz/MA, realizada de junho a setembro de 2015 com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal do Tocantins, sob parecer 105/2014. Fizeram parte da amostra oito mulheres diagnosticadas com HIV/AIDS há mais de um ano. Para a coleta dos dados foi utilizada uma entrevista semiestruturada, os dados foram gravados e depois transcritos; a análise dos dados foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo. Os resultados foram organizados em categorias: diagnóstico: da realização à ação; relações conjugais e sexualidade de mulheres com HIV/AIDS; fatores de risco, protetivos e marcas de resiliência. Todas as entrevistadas descobriram ser soropositivas para o HIV por meio de exames de rotina, e ao descobrirem que estavam infectadas reagiram de diferentes formas, indo desde a vontade de tirar a própria vida até a aceitação imediata da sua condição de saúde. No que diz respeito às relações conjugais, as mulheres de idade mais elevada, viúvas ou separadas, afirmam que não pretendem ter mais parceiros. As mulheres com vida sexual ativa afirmaram que a doença impôs limitações nas relações sexuais. O medo do preconceito mostrou-se como o principal fator de risco para as mulheres que vivem com HIV/AIDS. Quanto aos fatores protetivos, destacou-se o convívio familiar e a religião como aspectos auxiliadores no processo de construção da resiliência. Quando se refere às marcas de resiliência, identificamos a autoeficácia, que mesmo mediante o fator de risco as entrevistadas não deixaram de traçar metas e serem ativas para que estas sejam alcançadas; outra marca presente é a independência, pois as entrevistadas mostraram dicotomia no processo saúde-doença. Conclui-se que, mesmo passados 36 anos do surgimento do HIV/AIDS, o preconceito acerca da doença ainda está presente na sociedade e na vida das mulheres que vivem com AIDS, sendo este um dos fatores de risco apresentados pelas entrevistadas, uma vez que interfere no processo de enfrentamento do HIV/AIDS; já a família e a religião destacaram-se como fator protetivo, surgindo como alicerce no processo de construção da resiliência. Mesmo com a presença de um fator risco as mulheres apresentam marcas de resiliência. Portanto, destaca-se a necessidade da inserção das variáveis inerentes aos aspectos psicossociais na rede de atenção à mulher com HIV/AIDS. |
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Santos, Francisco Dimitre Rodrigo PereiraAmaral, Leila Rute Oliveira Gurgel do2017-01-26T14:30:43Z2017-01-26T14:30:43Z2016-08-05SANTOS, Francisco Dimitre Rodrigo Pereira. Mulheres convivendo com AIDS: fatores de risco, protetivos e resiliência. 2016. 101f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal do Tocantins, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Palmas, 2016.http://hdl.handle.net/11612/324De 1980 a 2004, o perfil epidemiológico do HIV/AIDS se manteve estável, sendo mais evidente nos grandes centros e com maior prevalência em pessoas consideradas como grupo de risco: os homossexuais, hemofílicos, haitianos, usuários de drogas e profissionais do sexo. No entanto, vem se observando uma mudança nesse perfil, evidenciando a interiorização, visibilidade epidemiológica, heterossexualização e um aumento dos casos entre as mulheres. Estas, quando diagnosticadas com HIV/AIDS, enfrentam muitas dificuldades como as relacionadas ao estado saúde-doença, afeto e relacionamento. A presente dissertação objetivou analisar como mulheres convivem com HIV/AIDS verificando os fatores de riscos e proteção, bem como o processo de construção da resiliência. Para tanto foi realizada uma pesquisa qualitativa de história de vida temática no Serviço de Assistência Especializada no atendimento a paciente com HIV/AIDS da cidade de Imperatriz/MA, realizada de junho a setembro de 2015 com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal do Tocantins, sob parecer 105/2014. Fizeram parte da amostra oito mulheres diagnosticadas com HIV/AIDS há mais de um ano. Para a coleta dos dados foi utilizada uma entrevista semiestruturada, os dados foram gravados e depois transcritos; a análise dos dados foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo. Os resultados foram organizados em categorias: diagnóstico: da realização à ação; relações conjugais e sexualidade de mulheres com HIV/AIDS; fatores de risco, protetivos e marcas de resiliência. Todas as entrevistadas descobriram ser soropositivas para o HIV por meio de exames de rotina, e ao descobrirem que estavam infectadas reagiram de diferentes formas, indo desde a vontade de tirar a própria vida até a aceitação imediata da sua condição de saúde. No que diz respeito às relações conjugais, as mulheres de idade mais elevada, viúvas ou separadas, afirmam que não pretendem ter mais parceiros. As mulheres com vida sexual ativa afirmaram que a doença impôs limitações nas relações sexuais. O medo do preconceito mostrou-se como o principal fator de risco para as mulheres que vivem com HIV/AIDS. Quanto aos fatores protetivos, destacou-se o convívio familiar e a religião como aspectos auxiliadores no processo de construção da resiliência. Quando se refere às marcas de resiliência, identificamos a autoeficácia, que mesmo mediante o fator de risco as entrevistadas não deixaram de traçar metas e serem ativas para que estas sejam alcançadas; outra marca presente é a independência, pois as entrevistadas mostraram dicotomia no processo saúde-doença. Conclui-se que, mesmo passados 36 anos do surgimento do HIV/AIDS, o preconceito acerca da doença ainda está presente na sociedade e na vida das mulheres que vivem com AIDS, sendo este um dos fatores de risco apresentados pelas entrevistadas, uma vez que interfere no processo de enfrentamento do HIV/AIDS; já a família e a religião destacaram-se como fator protetivo, surgindo como alicerce no processo de construção da resiliência. Mesmo com a presença de um fator risco as mulheres apresentam marcas de resiliência. Portanto, destaca-se a necessidade da inserção das variáveis inerentes aos aspectos psicossociais na rede de atenção à mulher com HIV/AIDS.From 1980 to 2004 the epidemiological profile of HIV/AIDS kept stable, being more evident in big cities and with higher prevalence in people considered as a risk group; homosexuals, hemophiliacs, Haitians, drugs addicts and sex workers. However what has been observed in the present day is a change in this profile, showing the internalization, epidemiological profile, heterosexuals and an increase of cases among women. Women, when diagnosed by HIV/AIDS face many troubles relatives the state health-affection and relationship. This dissertation had as objective to analyze how women living with HIV/AIDS; checking the risks factors and protection, beyond construction process of resilience. Therefore a qualitative study of thematic life story was done in Specialized Care Services who cares patients with HIV/AIDS in the city at Imperatriz-MA; made from June to September 2015 was approved by Research Ethics Committee in Human Beings of the Federal University of Tocantins, by law 105/2014. Eight women joined the specimen diagnosed with HIV/AIDS for more than one year. To collect the data was utilized a semi-structured interview, then the data were recorded and transcribed; following the analysis of the data were performed by the content analysis technique. The results were organized into categories of analysis, being distributed in: diagnosis: performing the action, marital relations and sexuality of women with HIV/AIDS, risks factors and protection and resilience brands. All interviewed women discovered to be seropositive by HIV through routine tests and when they discovered were infected, reacted in different ways ranging from the desire to make away with oneself until the immediate acceptance of their health condition. About marital relations, the women of older age, widowed or separated state that do not intend to have more partners. Women sexually active, said the disease has imposed limitations in sex. Fear of prejudice was shown as the biggest risk factor for women living with HIV/AIDS. As protective factors, living together with the family and religion as helpers aspects of resilience building process. When it comes to resilience marks identified self-efficacy, even by the risk factor the interviewees did not fail to set goals and be active for these to be achieved; other brand this is independence, because them showed dichotomy in the health-disease process. Even after 36 years the emergence of HIV/AIDS, prejudice about the disease is still present in society and in the women’s life living with AIDS, which is one of the risk factors presented by the interviewees because interferes to face HIV/AIDS, family and religion stood out as a protective factor, emerging as the foundation of resilience building process. Although the presences of risk factor they showed resiliency marks. Therefore, is necessary to insert the variables inherent in the psychosocial aspects of network attention to women with HIV/AIDS.application/pdfUniversidade Federal do TocantinsPalmasPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - PPGCSBRCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITOSíndrome da ImunodeficiênciaAdquiridaSaúde da mulherResiliência psicológicaMulheres convivendo com AIDS: fatores de risco, protetivos e resiliênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFTinstname:Universidade Federal do Tocantins (UFT)instacron:UFTTEXTFrancisco Dimitre Rodrigo Pereira Santos - Dissertação.pdf.txtFrancisco Dimitre Rodrigo Pereira Santos - Dissertação.pdf.txtExtracted texttext/plain195957http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/324/3/Francisco%20Dimitre%20Rodrigo%20Pereira%20Santos%20-%20Disserta%c3%a7%c3%a3o.pdf.txt2aac77141764ec8bb545d8a95cbdbbbdMD53THUMBNAILFrancisco Dimitre Rodrigo Pereira Santos - Dissertação.pdf.jpgFrancisco Dimitre Rodrigo Pereira Santos - Dissertação.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1224http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/324/4/Francisco%20Dimitre%20Rodrigo%20Pereira%20Santos%20-%20Disserta%c3%a7%c3%a3o.pdf.jpgb154f305e60a7cdc05d54255d178efc3MD54ORIGINALFrancisco Dimitre Rodrigo Pereira Santos - Dissertação.pdfFrancisco Dimitre Rodrigo Pereira Santos - Dissertação.pdfapplication/pdf2391142http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/324/1/Francisco%20Dimitre%20Rodrigo%20Pereira%20Santos%20-%20Disserta%c3%a7%c3%a3o.pdfac0dbdc83a2bf9eda7e97a8c8b1dada5MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-8508http://repositorio.uft.edu.br/bitstream/11612/324/2/license.txt0a9e77404315487775b2e0c2b887ae47MD5211612/3242019-05-25 03:10:31.928oai:repositorio.uft.edu.br:11612/324TmEgcXVhbGlkYWRlIGRlIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yIGRvIHRyYWJhbGhvIHN1cHJhY2l0YWRvLCBkZSBhY29yZG8gY29tIGEgTGVpIG7CsCA5LjYxMC85OCwgYXV0b3Jpem8gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBUb2NhbnRpbnMsIGEgZGlzcG9uaWJpbGl6YXIgc2VtIHJlc3NhcmNpbWVudG8gZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBjb25mb3JtZSBwZXJtaXNzw7VlcyBhc3NpbmFsYWRhcyBhY2ltYSwgbyBkb2N1bWVudG8gZW0gbWVpbyBlbGV0csO0bmljbywgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZSBuYSBCaWJsaW90ZWNhIERpZ2l0YWwgZGUgVGVzZXMgZSBEaXNzZXJ0YcOnw7VlcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsIFBERiwgcGFyYSBmaW5zIGRlIGxlaXR1cmEsIGltcHJlc3PDo28gb3UgZG93bmxvYWQsIGEgcGFydGlyIGRlc3RhIGRhdGEsIGVtIGNvbmZvcm1pZGFkZSBjb20gYSBSZXNvbHXDp8OjbyBDT05TRVBFIG7CuiAwNS8yMDExLg==Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.uft.edu.br/oai/requestbiblioarraias@uft.edu.br || bibliogpi@uft.edu.br || bibliomira@uft.edu.br || bibliopalmas@uft.edu.br || biblioporto@uft.edu.br || biblioarag@uft.edu.br || dirbib@ufnt.edu.br || bibliocca@uft.edu.br || bibliotoc@uft.edu.bropendoar:2019-05-25T06:10:31Repositório Institucional da UFT - Universidade Federal do Tocantins (UFT)false |
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De 1980 a 2004, o perfil epidemiológico do HIV/AIDS se manteve estável, sendo mais evidente nos grandes centros e com maior prevalência em pessoas consideradas como grupo de risco: os homossexuais, hemofílicos, haitianos, usuários de drogas e profissionais do sexo. No entanto, vem se observando uma mudança nesse perfil, evidenciando a interiorização, visibilidade epidemiológica, heterossexualização e um aumento dos casos entre as mulheres. Estas, quando diagnosticadas com HIV/AIDS, enfrentam muitas dificuldades como as relacionadas ao estado saúde-doença, afeto e relacionamento. A presente dissertação objetivou analisar como mulheres convivem com HIV/AIDS verificando os fatores de riscos e proteção, bem como o processo de construção da resiliência. Para tanto foi realizada uma pesquisa qualitativa de história de vida temática no Serviço de Assistência Especializada no atendimento a paciente com HIV/AIDS da cidade de Imperatriz/MA, realizada de junho a setembro de 2015 com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal do Tocantins, sob parecer 105/2014. Fizeram parte da amostra oito mulheres diagnosticadas com HIV/AIDS há mais de um ano. Para a coleta dos dados foi utilizada uma entrevista semiestruturada, os dados foram gravados e depois transcritos; a análise dos dados foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo. Os resultados foram organizados em categorias: diagnóstico: da realização à ação; relações conjugais e sexualidade de mulheres com HIV/AIDS; fatores de risco, protetivos e marcas de resiliência. Todas as entrevistadas descobriram ser soropositivas para o HIV por meio de exames de rotina, e ao descobrirem que estavam infectadas reagiram de diferentes formas, indo desde a vontade de tirar a própria vida até a aceitação imediata da sua condição de saúde. No que diz respeito às relações conjugais, as mulheres de idade mais elevada, viúvas ou separadas, afirmam que não pretendem ter mais parceiros. As mulheres com vida sexual ativa afirmaram que a doença impôs limitações nas relações sexuais. O medo do preconceito mostrou-se como o principal fator de risco para as mulheres que vivem com HIV/AIDS. Quanto aos fatores protetivos, destacou-se o convívio familiar e a religião como aspectos auxiliadores no processo de construção da resiliência. Quando se refere às marcas de resiliência, identificamos a autoeficácia, que mesmo mediante o fator de risco as entrevistadas não deixaram de traçar metas e serem ativas para que estas sejam alcançadas; outra marca presente é a independência, pois as entrevistadas mostraram dicotomia no processo saúde-doença. Conclui-se que, mesmo passados 36 anos do surgimento do HIV/AIDS, o preconceito acerca da doença ainda está presente na sociedade e na vida das mulheres que vivem com AIDS, sendo este um dos fatores de risco apresentados pelas entrevistadas, uma vez que interfere no processo de enfrentamento do HIV/AIDS; já a família e a religião destacaram-se como fator protetivo, surgindo como alicerce no processo de construção da resiliência. Mesmo com a presença de um fator risco as mulheres apresentam marcas de resiliência. Portanto, destaca-se a necessidade da inserção das variáveis inerentes aos aspectos psicossociais na rede de atenção à mulher com HIV/AIDS. |
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