Por uma prática pedagógica pautada no diálogo interepistêmico e na valorização das epistemologias indígenas

• Autor(a) principal: Feitosa, Lara Hanna Ribeiro
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFT
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11612/4226
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO::TOPICOS ESPECIFICOS DE EDUCACAO; Epistemologias indígenas; Ritual da Tora Grande; Lei N.o 11645/2008; Indigenous epistemologies; Ritual da Tora Grande; Law N.o 11.645/2008

A perspectiva crítica decolonial aborda as relações de poder que envolvem a produção e a circulação de conhecimentos na dimensão cultural ou científica do colonialismo. Questiona as matrizes que tendem a classificar e a excluir uma multiplicidade de epistemologias, produzindo hierarquias entre os conhecimentos e sustentando uma série de preconceitos. Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo é descrever o Ritual da Tora Grande praticado pelo povo indígena Apinaje (Macro Jê) e apontar algumas contribuições desse ritual, com aporte na Lei N.o 11.645/2008, para uma prática pedagógica na escola não-indígena pautada no diálogo interepistêmico. Para tanto, foi necessário abordar o contexto de criação da Lei N.o 11.645/2008; caracterizar o Ritual da Tora Grande, destacando seus principais elementos; e apontar de que forma esse ritual indígena pode contribuir para uma prática pedagógica que ajude a desconstruir hierarquias entre os conhecimentos e preconceitos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com levantamento bibliográfico, que faz aproximações teóricas com a perspectiva crítica Decolonial. Os dados evidenciam esse é uma importante fonte de conhecimentos acerca dos Apinaje para serem abordados na escola não indígena, principalmente porque oportunizam e possibilitam a discussão da histórica relação de respeito desse povo com o meio ambiente. Os elementos que compõem as pinturas corporais nesse ritual são também ricas fontes de conhecimentos a serem didatizados na escola, porque ajudam a desconstruir a ideia de que os povos indígenas sejam ágrafos, que suas culturas são atrasadas, constituindo um riquíssimo acervo histórico e pictográfico da cultura Apinaje.