Redes de conversação sobre a Amazônia no Twitter durante as queimadas de 2019

• Autor(a) principal: Pereira, Daniela Soares
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFT
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11612/5306
• topic: CNPQ::OUTROS; Redes sociais na internet; Conversações em rede; Amazônia; Queimadas; Social networks on the internet; Network conversations; Amazon; wildfires

Este estudo apresenta o mapeamento das redes de conversação que emergiram na mídia social Twitter sob a indexação da palavra-chave “amazonia”, por ocasião do aumento das queimadas na Amazônia em agosto de 2019, a fim de compreender o comportamento dessas redes. O assunto foi pauta da reunião dos representantes dos sete países mais industrializados no mundo, a Cúpula do G7, realizada na França, no referido ano. A captura das conversações foi feita no dia 22 de agosto, dois dias antes da reunião da Cúpula, e entre os dias 24 e 26 do mesmo mês, enquanto era realizado o encontro. A reunião contribuiu para que o aumento dos focos de calor na Amazônia fosse amplamente noticiado e alcançasse repercussão internacional. As metodologias utilizadas foram a Análise de Redes Sociais (ARS), a partir das métricas de (i) grau de entrada, (ii) número de seguidores, (iii) número de tweets, (iv) autoridade e (v) modularidade; e a Análise de Conteúdo, utilizada para explorar, descrever e interpretar os dados levantados a partir das ações dos atores e o que eles disseram. Foram utilizados os softwares NodeXl, para a captura dos dados, e Gephi, para o tratamento dos dados, a geração das métricas e a visualização das redes. O estudo identificou, a partir da delimitação de uma amostra dos perfis, oito tipos de atores mais engajados e com maior abrangência na rede, a saber: Governo, Jornalístico, Político, Pessoa Pública, Blog Profissional, Pessoal, Representante de causa ambiental e Perfil falso. Também foram identificadas quatorze categorias temáticas associadas ao termo Amazônia. Foram elas: Soberania, Brasil predador, Mundo predador, Internacionalização, Má gestão do Governo, Boa gestão do Governo, Solução mística, Ativismo ambiental, Partidarismo nocivo, Amazônia plural, Crítica à informação, Tangencial, Cooperação entre países e Factualidade. Em relação ao comportamento das redes concluiu-se que o teor do debate foi definido pela identificação com os valores defendidos pelos perfis de figuras públicas de diversos segmentos da sociedade, na grande maioria, não vinculadas à causa ambiental. Isso confirma que o esclarecimento sobre o tema para a formação de opinião mais equilibrada pelos usuários foi ofuscado pelo debate como um todo. Desse modo, apesar da complexidade do fato, a difusão de informação foi determinada por comportamentos como a homofilia, comprometendo o debate mais aprofundado sobre o assunto.