Viver com HIV positivo em tempos de Covid-19: uma reflexão sobre existir soro “positivamente”

• Autor(a) principal: Rodrigues, Estéfhane Lara Lopes
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFT
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11612/5483
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Viver com HIV; Covid-19; Atenção à Saúde; Existencialismo

O presente estudo tem como objetivo analisar o sentido atribuído ao viver com HIV positivo em tempos de pandemia da Covid-19 e como a pandemia afetou a vida, subjetividade, relações sociais e a assistência à saúde no SUS, identificando os desafios enfrentados pela pessoa vivendo com HIV neste período. Para tanto, recorremos enquanto estratégia metodológica à pesquisa bibliográfica e de campo. Em nossa pesquisa, privilegiamos o discurso da pessoa que vive com o HIV, centrando a análise em suas experiências com o vírus e com as mudanças enfrentadas desde o início da pandemia causada pelo Coronavírus, garantindo espaços de fala sobre os impactos que viver com HIV desencadearam em sua vida e como escolheu lidar com este fenômeno, partindo de uma análise existencial. Neste sentido, analisamos os dados sob a luz do método biográfico progressivo-regressivo de Jean Paul Sartre e criamos categorias de análise, a saber: Aprender a viver com HIV: Diagnóstico; Compartilhar o diagnóstico é positivo: Relações Sociais da pessoa com HIV; Assistência à Saúde da pessoa vivendo com HIV em meio a pandemia da Covid-19, e Viver: o importante é valorizar o caminho. Ao final da pesquisa concluímos que a perspectiva de viver com HIV em meio a maior pandemia de nosso tempo não significa parar a vida, mas sim a oportunidade de escolher um modo de vida diferente. Apesar dos desafios que atravessam o SUS, durante a pandemia da Covid-19 os serviços de saúde para a população vivendo com HIV foram mantidos e mesmo diante de diversas implicações causadas pelo Coronavírus, as adequações feitas pela pessoa com HIV não são tão diferentes das feitas por pessoas HIV negativos ou com outros tipos de comorbidades. Ademais, constatamos que a Psicologia enquanto ciência e profissão tem um importante papel na construção de espaços de referência na atenção para pessoas vivendo com HIV/AIDS. Para muito além de oferecer escuta e criar espaços de fala voltado para as pessoas vivendo com HIV, é preciso assumir um compromisso de formação, de discussão e debates na formação do profissional de psicologia relacionado ao impacto psíquico que o diagnóstico de Infecções Sexualmente Transmissíveis evoca, bem como a psicologia colaborar para a luta contra qualquer tipo de preconceito e discriminação.