Qual herança da modernidade? Uma crítica ao universalismo como critério normativo e projeto cosmopolita
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Educação e Filosofia |
Texto Completo: | https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/32148 |
Resumo: | Qual herança da modernidade? Uma crítica ao universalismo como critério normativo e projeto cosmopolita Resumo: A cultura europeia moderna possui, na teoria da modernidade de Habermas, duas características especiais e correlatas, secularização das instituições e subjetividade reflexiva, que viabilizariam a constituição de processos de socialização-subjetivação não-etnocêntricos e não-egocêntricos, garantidores do universalismo e instauradores da democracia e dos direitos humanos como o seu cerne. Critico esta posição, acusando-a de apresentar uma cegueira histórico-sociológica e uma romantização do racionalismo que o idealiza e o separa dos processos colonizatórios desenvolvidos desde a Europa, pondo-o como independente em relação a eles, de modo a servir como paradigma avaliativo dos contextos particulares e base para um processo integrativo em nível cosmopolita. Defenderei que o universalismo epistemológico-moral, ao colocar a racionalização como a chave para a maturidade das culturas e para a realização de um projeto cosmopolita, leva diretamente à deslegitimação dos saberes e das práticas mítico-tradicionais, abrindo espaço à modernização travestida de colonização cultural e globalização econômica. Palavras-chave: Habermas; Modernidade; Racionalismo; Universalismo; Herança. Which heritage of modernity? A critic to universalism as normative criteria and cosmopolitan project Abstract: according to Habermas' theory of modernity, European culture has two special and related characteristics, institutional secularization and reflexive subjectivity, which would enable the constitution of processes of non-ethnocentric and non-egocentric socialization-subjetivation, guaranteeing universalism and establishing democracy and human rights as its basis. I criticize habermasian position, accusing it of having a historical-sociological blindness and performing a romanticization of rationalism that idealize and separate it of the colonization process developed since Europe, placing it as independent of economic-cultural colonization, in a way to serve of evaluative paradigm of particular contexts, as basis to a cosmopolitan integrative project. I will defend that epistemological-moral universalism, in the moment it putts the rationalization as key to the maturity of the cultures and of a cosmopolitan integrative project, leads directly to delegitimation of mythical-traditional knowledge and practices, opening a free way to modernization travestied of cultural colonization and economic globalization. Keywords: Habermas; Modernity; Rationalism; Universalism; Heritage. ¿Qué herencia de la modernidad? Una crítica al universalismo como criterio normativo y projecto cosmopolita Resúmen: La cultura europea moderna posee, en la teoría de la modernidad de Habermas, dos características especiales y correlatas, secularización de las instituciones y subjetividad reflexiva, que viabilizarían la constitución de procesos de socialización-subjetivación no-etnocéntricos y no-egocéntricos, garantidores del universalismo e instauradores de la democracia y de los derechos humanos como su núcleo. Critico esta posición, acusándola de poseer una ceguera histórico-sociológica y una romantización del racionalismo que lo idealiza y lo separa de los procesos colonizatorios desarrollados desde Europa, poniéndolo como independiente en relación a ellos, para servir como paradigma evaluativo de los contextos particulares y base para un proceso integrativo a nivel cosmopolita. Defenderé que el universalismo epistemológico-moral, al colocar la racionalización como la clave para la madurez de las culturas y para la realización de un proyecto cosmopolita, lleva directamente a la deslegitimación de los saberes y de las prácticas mítico-tradicionales, abriendo espacio a la modernización travestida de colonización cultural y la globalización económica. Palabras clave: Habermas; Modernidad; Racionalismo; Universalismo; Herencia. Data de registro: 03/11/2015 Data de aceite: 21/06/2017 |
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A critic to universalism as normative criteria and cosmopolitan project Abstract: according to Habermas' theory of modernity, European culture has two special and related characteristics, institutional secularization and reflexive subjectivity, which would enable the constitution of processes of non-ethnocentric and non-egocentric socialization-subjetivation, guaranteeing universalism and establishing democracy and human rights as its basis. I criticize habermasian position, accusing it of having a historical-sociological blindness and performing a romanticization of rationalism that idealize and separate it of the colonization process developed since Europe, placing it as independent of economic-cultural colonization, in a way to serve of evaluative paradigm of particular contexts, as basis to a cosmopolitan integrative project. 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Critico esta posición, acusándola de poseer una ceguera histórico-sociológica y una romantización del racionalismo que lo idealiza y lo separa de los procesos colonizatorios desarrollados desde Europa, poniéndolo como independiente en relación a ellos, para servir como paradigma evaluativo de los contextos particulares y base para un proceso integrativo a nivel cosmopolita. Defenderé que el universalismo epistemológico-moral, al colocar la racionalización como la clave para la madurez de las culturas y para la realización de un proyecto cosmopolita, lleva directamente a la deslegitimación de los saberes y de las prácticas mítico-tradicionales, abriendo espacio a la modernización travestida de colonización cultural y la globalización económica. Palabras clave: Habermas; Modernidad; Racionalismo; Universalismo; Herencia. 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