A EPIDEMIA EM 2016-2019 DE FEBRE AMARELA SILVESTRE EM SAO PAULO, BRASIL: FATORES ASSOCIADOS ALÉM DA COBERTURA VACINAL
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Data de Publicação: | 2024 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Hygeia (Uberlândia) |
Texto Completo: | https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/70448 |
Resumo: | Objetivos: Descrever a ocorrência de febre amarela (FA) no estado de São Paulo (SP) entre 2016 e 2019 e, após ajuste para cobertura vacinal, avaliar associações com variáveis ambientais e demográficas. Métodos: Este estudo ecológico de casos autóctones confirmados de FA em SP entre abril de 2016 a maio de 2019, considerou modelos gaussianos bayesianos latentes, efeitos aleatórios espaciais em nível de município e distribuições de probabilidade binomial negativa e Poisson inflado e não inflado por zero, onde foram considerados também a taxa de incidência por 100.000 habitantes. Resultados: Entre 2016 e 2019, ocorreram 648 casos humanos de FA, com letalidade de 35,5%. Entre as covariáveis consideradas nos modelos, a cobertura vegetal nativa e a população rural total foram associadas à ocorrência de FA, após ajuste para cobertura vacinal. Como esperado, a cobertura vacinal mostrou ter um efeito protetor: o aumento de um desvio padrão (DP) da cobertura em um determinado município resultou em 82% menos casos (risco relativo [RR] = 0,18; intervalo de credibilidade (IC) de 95% (0,11 – 0,27). A taxa de cobertura vegetal e a população rural mostraram-se fatores de risco, independentemente da cobertura vacinal. Um aumento de um DP nos valores dessas variáveis representou um aumento de 109% (RR= 2,09; IC 95%: 1,60 – 2,73) e 99% (RR=1,99; IC 95%: 1,41 – 2,87) no número de casos de FA, respectivamente. Conclusões: Este estudo demonstrou que além da cobertura vacinal, fatores locais como cobertura vegetal e tamanho da população rural são envolvidos na ocorrência da FA nos municípios afetados. Como os estoques de vacinas são limitados e grande parte da população ainda não foi vacinada, essas informações podem ajudar a identificar áreas de risco para aumento da cobertura vacinal e ampliar as ações de vigilância epidemiológica e entomológica. |
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A EPIDEMIA EM 2016-2019 DE FEBRE AMARELA SILVESTRE EM SAO PAULO, BRASIL: FATORES ASSOCIADOS ALÉM DA COBERTURA VACINAL THE 2016-2019 WILD YELLOW FEVER EPIDEMIC IN SAO PAULO, BRAZIL: ASSOCIATED FACTORS BEYOND VACCINE COVERAGEFebre AmarelaEstudo ecológicoModelos BayesianosCobertura vegetalPopulação ruralYellow feverEcological studyBayesian modelsVegetation coverRural populationObjetivos: Descrever a ocorrência de febre amarela (FA) no estado de São Paulo (SP) entre 2016 e 2019 e, após ajuste para cobertura vacinal, avaliar associações com variáveis ambientais e demográficas. Métodos: Este estudo ecológico de casos autóctones confirmados de FA em SP entre abril de 2016 a maio de 2019, considerou modelos gaussianos bayesianos latentes, efeitos aleatórios espaciais em nível de município e distribuições de probabilidade binomial negativa e Poisson inflado e não inflado por zero, onde foram considerados também a taxa de incidência por 100.000 habitantes. Resultados: Entre 2016 e 2019, ocorreram 648 casos humanos de FA, com letalidade de 35,5%. Entre as covariáveis consideradas nos modelos, a cobertura vegetal nativa e a população rural total foram associadas à ocorrência de FA, após ajuste para cobertura vacinal. Como esperado, a cobertura vacinal mostrou ter um efeito protetor: o aumento de um desvio padrão (DP) da cobertura em um determinado município resultou em 82% menos casos (risco relativo [RR] = 0,18; intervalo de credibilidade (IC) de 95% (0,11 – 0,27). A taxa de cobertura vegetal e a população rural mostraram-se fatores de risco, independentemente da cobertura vacinal. Um aumento de um DP nos valores dessas variáveis representou um aumento de 109% (RR= 2,09; IC 95%: 1,60 – 2,73) e 99% (RR=1,99; IC 95%: 1,41 – 2,87) no número de casos de FA, respectivamente. Conclusões: Este estudo demonstrou que além da cobertura vacinal, fatores locais como cobertura vegetal e tamanho da população rural são envolvidos na ocorrência da FA nos municípios afetados. Como os estoques de vacinas são limitados e grande parte da população ainda não foi vacinada, essas informações podem ajudar a identificar áreas de risco para aumento da cobertura vacinal e ampliar as ações de vigilância epidemiológica e entomológica.Objectives: To describe the occurrence of yellow fever (YF) in the Brazilian state of Sao Paulo between 2016 and 2019, and after adjustment for vaccination coverage, evaluate associations with environmental and demographic variables. Methods: This ecological study on confirmed autochthonous cases of YF in SP between April 2016 to May 2019 considered latent Bayesian Gaussian models, spatial random effects at the municipality level, and zero-inflated and non-zero-inflated Poisson and negative binomial probability distributions where the incidence rate per 100,000 inhabitants were also considered. Results: Between 2016 and 2019, there were 648 human cases of YF, with lethality of 35.5%. Among the covariates considered in the models, native vegetation cover and total rural population were associated with YF occurrence, after adjustment for vaccine coverage. As expected, vaccine coverage was shown to have a protective effect: an increase in one standard deviation (SD) of coverage in a given municipality resulted in 82% fewer cases (relative risk [RR]=0.18; 95% credibility interval (CI): (0.11–0.27). Vegetation cover rate and rural population were shown to be risk factors, regardless of vaccination coverage. A one-SD increase in the values for these variables represented a 109% increase (RR= 2.09; 95% CI: 1.60–2.73) and 99% (RR=1.99; IC 95%: 1.41–2.87) in the number of YF cases, respectively. Conclusions: This study demonstrated that besides vaccination coverage, local factors such as vegetation cover and rural population size are involved in the occurrence of YF in affected municipalities. Since vaccine stocks are limited and large portions of the population are still unvaccinated, this information can help identify risk areas for increased vaccine coverage and broaden epidemiological and entomological surveillance activities.Universidade Federal de Uberlândia2024-05-17info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/7044810.14393/Hygeia2070448Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde; v. 20 (2024); e20431980-1726reponame:Hygeia (Uberlândia)instname:Universidade Federal de Uberlândia (UFU)instacron:UFUenghttps://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/70448/38772Copyright (c) 2024 Priscilla Venâncio Ikefuti, Leila del Castillo Saad, Francisco Chiaravalloti Netoinfo:eu-repo/semantics/openAccessIkefuti, Priscilla Venâncio Saad, Leila del CastilloChiaravalloti Neto, Francisco2024-05-17T18:31:39Zoai:ojs.www.seer.ufu.br:article/70448Revistahttps://seer.ufu.br/index.php/hygeiaPUBhttps://seer.ufu.br/index.php/hygeia/oaisamuel@ufu.br||flavia.santos@ufu.br1980-17261980-1726opendoar:2024-05-17T18:31:39Hygeia (Uberlândia) - Universidade Federal de Uberlândia (UFU)false |
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Objetivos: Descrever a ocorrência de febre amarela (FA) no estado de São Paulo (SP) entre 2016 e 2019 e, após ajuste para cobertura vacinal, avaliar associações com variáveis ambientais e demográficas. Métodos: Este estudo ecológico de casos autóctones confirmados de FA em SP entre abril de 2016 a maio de 2019, considerou modelos gaussianos bayesianos latentes, efeitos aleatórios espaciais em nível de município e distribuições de probabilidade binomial negativa e Poisson inflado e não inflado por zero, onde foram considerados também a taxa de incidência por 100.000 habitantes. Resultados: Entre 2016 e 2019, ocorreram 648 casos humanos de FA, com letalidade de 35,5%. Entre as covariáveis consideradas nos modelos, a cobertura vegetal nativa e a população rural total foram associadas à ocorrência de FA, após ajuste para cobertura vacinal. Como esperado, a cobertura vacinal mostrou ter um efeito protetor: o aumento de um desvio padrão (DP) da cobertura em um determinado município resultou em 82% menos casos (risco relativo [RR] = 0,18; intervalo de credibilidade (IC) de 95% (0,11 – 0,27). A taxa de cobertura vegetal e a população rural mostraram-se fatores de risco, independentemente da cobertura vacinal. Um aumento de um DP nos valores dessas variáveis representou um aumento de 109% (RR= 2,09; IC 95%: 1,60 – 2,73) e 99% (RR=1,99; IC 95%: 1,41 – 2,87) no número de casos de FA, respectivamente. Conclusões: Este estudo demonstrou que além da cobertura vacinal, fatores locais como cobertura vegetal e tamanho da população rural são envolvidos na ocorrência da FA nos municípios afetados. Como os estoques de vacinas são limitados e grande parte da população ainda não foi vacinada, essas informações podem ajudar a identificar áreas de risco para aumento da cobertura vacinal e ampliar as ações de vigilância epidemiológica e entomológica. |
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