Ethos, educação e currículo: ética como saber escolar

• Autor(a) principal: Correia, Wilson Francisco
• Data de Publicação: 2002
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
• Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/29083; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2002.44
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO; Saber escolar; Teocentrismo medieval

Esta investigação tem como objeto de estudo a ética como saber escolar. Trata se de uma pesquisa bibliográfica e documental, motivada pela seguinte questão: quais implicações apresenta uma proposta curricular que preconiza o ensino de ética na escola? Esse problema justifica-se porque, em 1997, o Ministério da Educação do Brasil propôs ao sistema educacional brasileiro os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), em que a ética figura como um tema transversal a ser desenvolvido na educação básica. Esta investigação objetiva: buscar um sentido para o ensino de ética na escola; responder à necessidade de compreensão relativa ao que e ao como trabalhá-la em sala de aula; e refletir sobre as implicações que uma tal proposta representa para a educação escolar brasileira. O primeiro capítulo analisa, na perspectiva onto-antropológica, os aspectos gnoseológicos e éticos do ethos ocidental. Revisita o teocentrismo medieval, que compreende a racionalidade filosófica da Grécia Antiga, o judaísmo e o cristianismo. Analisa o tecnocientificismo, elaborado a partir do racionalismo cartesiano-newtoniano, em articulação com o ethos liberal, buscando compreender como o Brasil se posiciona em relação a ele, particularmente sobre questões relativas ao público, ao privado, à educação, à ética e à cidadania. O segundo capítulo enfoca o processo de constituição curricular, no contexto da relação entre sociedade e educação, abordando-o como um produto sociocultural. O escolanovismo e o tecnicismo são tomados como exemplos de matrizes para a construção curricular, um processo conflituoso, ilustrado pelas teorias criticas que tentam super curriculares clássica e liberal, bem como as teorias pós-críticas, as quais têm marcado as pesquisas no campo de currículo. O terceiro capítulo investiga as tendências e os desafios que a ética, como saber escolar, apresenta à sociedade e aos sujeitos da educação. Os PCN são abordados no contexto das políticas públicas do ideário liberal para a educação e dos pressupostos da concepção que associa ética e cidadania, apresentando-as como desafios à educação. Conclui-se que a ética como saber escolar, numa perspectiva antropológica, sobre o ser do homem, pode contribuir para a construção da autonomia, emancipação e liberdade humana fundamentais.