Contar filmes: o cinema imaginário em "O beijo da mulher aranha", de Manuel Puig

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fiorini, Juan Ferreira
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/21076
http://doi.org/10.14393/ufu.di.2017.498
Resumo: Este trabalho tem por objetivo explorar as potencialidades cinematográficas presentes nas narrativas tecidas pelo personagem Molina em O beijo da mulher aranha, do escritor argentino Manuel Puig (1932-1990). Ao longo do romance, cuja maior parte se concentra em uma cela e em seus dois ocupantes, Molina e Valentín, o primeiro conta uma sequência de seis filmes que, partindo de uma memória cinéfila e de uma imaginação cinematográfica, exercem um gesto de contar e recriar os filmes que supostamente viu algum dia em alguma sala de cinema. Pensar a potencialidade cinematográfica presente nos filmes contados sugere um conjunto de estratégias narrativas cuja manipulação da palavra, no ato de contar, reforce a carga imagética instituída pela linguagem cinematográfica. Logo, as narrativas de Molina se encaixariam nas categorias que aqui denomino como “cinema de palavras” e “cinema imaginário”, um cinema mental cujas bases narrativas presentes na imaginação do personagem ganham poder, espaço e palavra por meio do ato de contar, entendido aqui como um ato criativo. Nesse cinema imaginário, ecoa um conjunto de bases hipotextuais que remetem às formas de cultura popular que formam um universo mítico de Molina (e, por extensão, de Manuel Puig) e que atuam como articulações narrativas: as configurações éticas e estéticas dos cinemas clássico hollywoodiano e de horror B, do cinema cabaretero mexicano, dos melodramas, das letras de bolero e do kitsch e camp. Para tanto, foi necessário que esta dissertação se estruturasse em três momentos distintos. No primeiro, o propósito foi apresentar brevemente um pouco da vida do escritor argentino, empolada por mitos pessoais que, fundidos a mitos coletivos de aspecto popular, conformam uma série de problematizações da própria vida reelaboradas e discutidas em seus romances, tais como o questionamento ao machismo que imperou em sua infância e sua introdução nos meios cinematográfico e literário. No segundo, reforçar a relevância dos estudos da intertextualidade, centrados em desconstruir uma concepção de texto puro e em enfatizar a abertura que todo texto permite a outros textos. Essa abertura pressupõe também os contatos, deslocamentos e trânsitos entre textos de diversas materialidades previstos pelas teorias da adaptação que, ao considerar os fluxos entre a variedade de superfícies textuais, desestabiliza conceitos de originalidade e de fidelidade/traição como elementos medidores qualitativos da relação que certos textos compartilhariam entre si. No terceiro e último momento, as abordagens giram em torno dos conceitos de imagem, dos modos como a imagem se realiza em suportes literários e visuais, das artimanhas narrativas de Molina no ato criador de seu cinema imaginário e, por último, dos filmes contados, nos quais se encontram uma sequência de estratégias narrativas da linguagem cinematográfica e os elos metafóricos que ligam os filmes às vidas dos personagens e suas implicações políticas.
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spelling 2018-04-05T19:07:41Z2018-04-05T19:07:41Z2017-08-25FIORINI, Juan Ferreira. Contar filmes: o cinema imaginário em "O beijo da mulher aranha", de Manuel Puig. 2017. 178 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017. DOI http://doi.org/10.14393/ufu.di.2017.498https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/21076http://doi.org/10.14393/ufu.di.2017.498Este trabalho tem por objetivo explorar as potencialidades cinematográficas presentes nas narrativas tecidas pelo personagem Molina em O beijo da mulher aranha, do escritor argentino Manuel Puig (1932-1990). Ao longo do romance, cuja maior parte se concentra em uma cela e em seus dois ocupantes, Molina e Valentín, o primeiro conta uma sequência de seis filmes que, partindo de uma memória cinéfila e de uma imaginação cinematográfica, exercem um gesto de contar e recriar os filmes que supostamente viu algum dia em alguma sala de cinema. Pensar a potencialidade cinematográfica presente nos filmes contados sugere um conjunto de estratégias narrativas cuja manipulação da palavra, no ato de contar, reforce a carga imagética instituída pela linguagem cinematográfica. Logo, as narrativas de Molina se encaixariam nas categorias que aqui denomino como “cinema de palavras” e “cinema imaginário”, um cinema mental cujas bases narrativas presentes na imaginação do personagem ganham poder, espaço e palavra por meio do ato de contar, entendido aqui como um ato criativo. Nesse cinema imaginário, ecoa um conjunto de bases hipotextuais que remetem às formas de cultura popular que formam um universo mítico de Molina (e, por extensão, de Manuel Puig) e que atuam como articulações narrativas: as configurações éticas e estéticas dos cinemas clássico hollywoodiano e de horror B, do cinema cabaretero mexicano, dos melodramas, das letras de bolero e do kitsch e camp. Para tanto, foi necessário que esta dissertação se estruturasse em três momentos distintos. No primeiro, o propósito foi apresentar brevemente um pouco da vida do escritor argentino, empolada por mitos pessoais que, fundidos a mitos coletivos de aspecto popular, conformam uma série de problematizações da própria vida reelaboradas e discutidas em seus romances, tais como o questionamento ao machismo que imperou em sua infância e sua introdução nos meios cinematográfico e literário. No segundo, reforçar a relevância dos estudos da intertextualidade, centrados em desconstruir uma concepção de texto puro e em enfatizar a abertura que todo texto permite a outros textos. Essa abertura pressupõe também os contatos, deslocamentos e trânsitos entre textos de diversas materialidades previstos pelas teorias da adaptação que, ao considerar os fluxos entre a variedade de superfícies textuais, desestabiliza conceitos de originalidade e de fidelidade/traição como elementos medidores qualitativos da relação que certos textos compartilhariam entre si. No terceiro e último momento, as abordagens giram em torno dos conceitos de imagem, dos modos como a imagem se realiza em suportes literários e visuais, das artimanhas narrativas de Molina no ato criador de seu cinema imaginário e, por último, dos filmes contados, nos quais se encontram uma sequência de estratégias narrativas da linguagem cinematográfica e os elos metafóricos que ligam os filmes às vidas dos personagens e suas implicações políticas.Este trabajo tiene el objetivo de explorar las potencialidades cinematográficas que se encuentran en las narrativas que teje el personaje Molina en El beso de la mujer arana, del escritor argentino Manuel Puig (1932-1990). A lo largo de la novela, cuya gran parte se concentra en una celda y en sus dos ocupantes, Molina y Valentín, el primero cuenta una secuencia de seis films que, teniendo como punto de partida la memoria cinéfila y la imaginación cinematográfica, ejerce un gesto de contar y recrear las películas que presuntamente ha visto algún día en alguna sala de cine. Pensar la potencialidad cinematográfica presente en los films contados sugiere un conjunto de estrategias narrativas en la cual la manipulación de la palabra, en el acto de contar, refuerce la carga imagética que se instituye por el lenguaje cinematográfico. Luego, las narrativas de Molina se encasillarían en las categorías que aquí las nombro como “cine de palabras” y “cine imaginario”, un cine mental cuyas bases narrativas presentes en la imaginación del personaje ganan poder, espacio y palabra a través de la acción de contar, que aquí se entiende como un acto creativo. En ese cine imaginario, resuena un conjunto de bases hipotextuales que remiten a las formas de cultura popular que componen un universo mítico de Molina (por extensión, de Manuel Puig) y que juegan como articulaciones narrativas: las configuraciones éticas y estéticas de los cines clásico hollywoodense y de horror B, del cine cabaretero mexicano, de los melodramas, de las letras de bolero y del kitsch y camp. Para ello, se volvió necesario que esta disertación se basara en tres momentos distintos. En primero, el propósito fue el de presentar brevemente algo de la vida del escritor argentino, ampulosa de mitos personales que, mezclados a los mitos colectivos de aspecto popular, conforma una serie de problemas de la vida misma reelaborados y discutidos en sus novelas, como el cuestionamiento al machismo que reinó en su infancia y su introducción a los medios cinematográfico y literario. En segundo, hacer hincapié en la relevancia de los estudios de la intertextualidad, centrados en deconstruir una concepción de texto puro y en confirmar la apertura que todo texto permite a otros textos. Esa apertura presupone también los contactos, desplazamientos y tránsitos entre textos de distintas materialidades previstos por las teorías de la adaptación que, al tener en cuenta los flujos entre la variedad de superficies textuales, inestabliza conceptos de originalidad y de fidelidad/traición como elementos medidores cualitativos de la relación que ciertos textos se comparten. En el tercer y último momento, los abordajes girarán alrededor de los conceptos de imagen, de los modos como la imagen se realiza en soportes literarios y visuales, de las tretas narrativas de Molina en el acto creador de su cine imaginario y, por último, de las películas contadas, en las cuales se encuentran una secuencia de estrategias narrativas del lenguaje cinematográfico y los eslabones metafóricos que atan las películas a las vidas de los personajes y sus implicaciones políticas.Dissertação (Mestrado)porUniversidade Federal de UberlândiaPrograma de Pós-graduação em Estudos LiteráriosBrasilCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICALiteraturaPuig, ManueL 1932-. O beijo da mulher aranha - Critica e interpretaçãoPuig, ManueL 1932-. O beijo da mulher aranha - Critica e interpretaçãoLiteratura latino-americanaIntermidialidadeManuel PuigO beijo da mulher aranhaTeoria da adaptaçãoLiteratura latinoamericana; IntermedialidadManuel PuigEl beso de la mujer aranaTeoría de la adaptaciónContar filmes: o cinema imaginário em "O beijo da mulher aranha", de Manuel PuigTelling movies: the imaginary cinema in "The kiss of the spider woman", from Manuel Puiginfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisSoares, Leonardo Franciscohttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767424H4Camargo, Fábio Figueiredohttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4796468J6Bragança, Maurício de.http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4730100P2http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4450165J3Fiorini, Juan Ferreira17881766025dcdba2ad-6c25-4208-909e-9b3db15581dbinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFUinstname:Universidade Federal de Uberlândia (UFU)instacron:UFUORIGINALContarFilmesCinema.pdfContarFilmesCinema.pdfDissertaçãoapplication/pdf4891554https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/21076/1/ContarFilmesCinema.pdf3c672aaae38c6b470a1bc8cad4cfdb37MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81792https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/21076/2/license.txt48ded82ce41b8d2426af12aed6b3cbf3MD52TEXTContarFilmesCinema.pdf.txtContarFilmesCinema.pdf.txtExtracted texttext/plain501748https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/21076/3/ContarFilmesCinema.pdf.txt795d9aa4e4709987930cc7fc49bd3425MD53THUMBNAILContarFilmesCinema.pdf.jpgContarFilmesCinema.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg957https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/21076/4/ContarFilmesCinema.pdf.jpg5236f38619ae77f31ba8d1a45e2e1cb7MD54123456789/210762021-10-20 16:49:17.779oai:repositorio.ufu.br:123456789/21076w4kgbmVjZXNzw6FyaW8gY29uY29yZGFyIGNvbSBhIGxpY2Vuw6dhIGRlIGRpc3RyaWJ1acOnw6NvIG7Do28tZXhjbHVzaXZhLCBhbnRlcyBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gcG9zc2EgYXBhcmVjZXIgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvLiBQb3IgZmF2b3IsIGxlaWEgYSBsaWNlbsOnYSBhdGVudGFtZW50ZS4gQ2FzbyBuZWNlc3NpdGUgZGUgYWxndW0gZXNjbGFyZWNpbWVudG8gZW50cmUgZW0gY29udGF0byBhdHJhdsOpcyBkbyBlLW1haWwgIHJlcG9zaXRvcmlvQHVmdS5ici4KCkxJQ0VOw4dBIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpBbyBhc3NpbmFyIGUgZW50cmVnYXIgZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgby9hIFNyLi9TcmEuIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpOgoKYSkgQ29uY2VkZSDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBVYmVybMOibmRpYSBvIGRpcmVpdG8gbsOjby1leGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3Vtby9hYnN0cmFjdCkgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsIG91IGltcHJlc3NvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpby4KCmIpIERlY2xhcmEgcXVlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2UsIHRhbnRvIHF1YW50byBsaGUgw6kgcG9zc8OtdmVsIHNhYmVyLCBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuCgpjKSBTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBjb250w6ltIG1hdGVyaWFsIGRvIHF1YWwgbsOjbyBkZXTDqW0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IsIGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBwYXJhIGNvbmNlZGVyIMOgIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFViZXJsw6JuZGlhIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgY3Vqb3MgZGlyZWl0b3Mgc8OjbyBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBjb250ZcO6ZG8gZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLgoKU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBVYmVybMOibmRpYSwgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFViZXJsw6JuZGlhIGlkZW50aWZpY2Fyw6EgY2xhcmFtZW50ZSBvKHMpIHNldShzKSBub21lKHMpIGNvbW8gbyhzKSBhdXRvcihlcykgb3UgZGV0ZW50b3IgKGVzKSBkb3MgZGlyZWl0b3MgZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalONGhttp://repositorio.ufu.br/oai/requestdiinf@dirbi.ufu.bropendoar:2024-04-26T15:03:38.491810Repositório Institucional da UFU - Universidade Federal de Uberlândia (UFU)false
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Fiorini, Juan Ferreira
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