Ocorrência e forrageamento de psitacídeos em paisagem antropogênica do noroeste paulista, limítrofe mata atlântica-cerrado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Paulo Antonio da
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/19557
Resumo: Paisagem antropogênica é a realidade do planeta terra. A situação é tão extrema, que o termo "antroma" (bioma antrópico) foi introduzido em alusão à enorme capacidade que o homem tem de ocupar e modificar as áreas naturais. Sem dúvidas, estas modificações têm ameaçado várias espécies de extinção. Em razão disso, reservas (ou áreas protegidas) têm sido estabelecidas como principais medidas de proteção das espécies. Contudo, muitos conservacionistas estão convencidos de que o futuro da biodiversidade depende principalmente dos impactos e do manejo das paisagens antropogênicas. Portanto, existe uma grande necessidade de pesquisar as espécies nestas paisagens, a fim de compreender suas exigências ecológicas e estabelecer práticas afetivas de manejo ambiental visando à conservação da biodiversidade além das reservas. Seguindo esta crescente tendência conservacionista, estudei uma assembleia de psitacídeos (araras, periquitos, tuins e papagaios) em uma paisagem antropogênica do sudeste do Brasil. Psitacídeos são severamente ameaçados pela modificação da paisagem e algumas espécies têm sido forçadas a viver em ambientes antropizados, onde os hábitos, bem como os elementos necessários para a persistência deles, têm sido pouco examinados. Os psitacídeos são consumidores primários e, portanto, a minha hipótese inicial é que algumas espécies vegetais, principalmente devido aos seus atributos fenológicos, assumem um papel importante na persistência destas aves em paisagens antropogênicas, mesmo em uma curta escala temporal. Estudei os psitacídeos no município de Ilha Solteira, que está localizado na região fronteiriça dos biomas Mata Atlântica e Cerrado (noroeste do Estado de São Paulo). Ilha Solteira tem uma área de 63.900 ha e 98% da vegetação natural foi modificada pelo homem. Os psitacídeos aqui estudados são: Ara ararauna (arara-canindé), Diopsittaca nobilis (maracanã-nobre), Aratinga leucophthalma (periquitão-maracanã), A. auricapillus (periquito-de-testa-vermelha), Forpus xanthopterygius (tuim-de-asa- azul), Alipiopsitta xanthops (papagaio-galego), Amazona amazonica (curica) e Amazona aestiva (papagaio- verdadeiro). Usei nove transectos lineares (com 5 km cada) para avaliar a ocorrência e forrageio dos papagaios durante 24 meses. Como a fenologia reprodutiva de plantas é um fator regulador das populações de psitacídeos, simultaneamente, eu também avaliei a disponibilidade temporal de flores e frutos em plantas localizadas nos transectos. Os psitacídeos forragearam 96 espécies vegetais pertencentes 30 famílias. A média de espécies de plantas forrageadas foi de 25,0 (DP=11,9), variando de seis (para A. amazonica) a 44 (para A. leucophthalma). Famílias botânicas cujas espécies são abundantes na área, tais como Anacardiaceae, Arecaceae, Fabaceae e Myrtaceae foram representativas no forrageamento dos psitacídeos. No geral, todos os psitacídeos forragearam plantas exóticas, que foram particularmente relevantes na dieta de A. ararauna e D. nobilis. Sementes foi o item mais consumido por todos os psitacídeos estudados, refletindo o potencial papel dessas aves na regulação das populações de plantas e diversidade de comunidades vegetais. Aratinga auricapillus foi a única espécie com amplo nicho alimentar, sendo generalista nas estações seca e chuvosa. Os outros psitacídeos, embora tenham forrageado várias espécies de plantas, apresentaram nicho alimentar estreito, focando 1-3 espécies vegetais, o que sugere uma dieta especialista. O padrão fenológico na área de estudo é consistente com o esperado para a região Neotropical, com frutos secos e carnosos abundantes, respectivamente, nas estações seca e chuvosa. A ocorrência de D. nobilis, A. leucophthalma e F. xanthopterygius parece regulada principalmente pela disponibilidade frutos carnosos, mas a atividade reprodutiva também pode ter sido um fator regulador. O padrão fenológico, no entanto, não explicou claramente as mudanças sazonais na amplitude do nicho alimentar dos psitacídeos. Alipiopsitta xanthops é, provavelmente, uma espécie nômade, ocorrendo e se alimentando na área de estudo apenas durante a estação seca. Plantas cuja frutificação se estende por mais de seis meses (padrão estendido) ou com repetidos episódios de frutificação em um ano (padrão bianual), parecem ser as mais importante na exigência alimentar e persistência local dos psitacídeos. Por isso, podem ser espécies-alvo para a restauração de áreas degradadas. É importante ressaltar que algumas espécies exóticas têm alta relevância no forrageio dos psitacídeos. Assim, é provável que a erradicação dessas plantas gere impactos negativos aos psitacídeos que parecem depender fortemente de seus frutos. Minha principal proposta de manejo é manter as plantas exóticas e aumentar a abundância de algumas espécies de plantas alimentícias nativas que no geral frutificam ao longo do ano. Acredito que tais práticas podem minimizar, em longo prazo, o extensivo uso de espécies vegetais exóticas pelos psitacídeos.
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Portanto, existe uma grande necessidade de pesquisar as espécies nestas paisagens, a fim de compreender suas exigências ecológicas e estabelecer práticas afetivas de manejo ambiental visando à conservação da biodiversidade além das reservas. Seguindo esta crescente tendência conservacionista, estudei uma assembleia de psitacídeos (araras, periquitos, tuins e papagaios) em uma paisagem antropogênica do sudeste do Brasil. Psitacídeos são severamente ameaçados pela modificação da paisagem e algumas espécies têm sido forçadas a viver em ambientes antropizados, onde os hábitos, bem como os elementos necessários para a persistência deles, têm sido pouco examinados. Os psitacídeos são consumidores primários e, portanto, a minha hipótese inicial é que algumas espécies vegetais, principalmente devido aos seus atributos fenológicos, assumem um papel importante na persistência destas aves em paisagens antropogênicas, mesmo em uma curta escala temporal. Estudei os psitacídeos no município de Ilha Solteira, que está localizado na região fronteiriça dos biomas Mata Atlântica e Cerrado (noroeste do Estado de São Paulo). Ilha Solteira tem uma área de 63.900 ha e 98% da vegetação natural foi modificada pelo homem. Os psitacídeos aqui estudados são: Ara ararauna (arara-canindé), Diopsittaca nobilis (maracanã-nobre), Aratinga leucophthalma (periquitão-maracanã), A. auricapillus (periquito-de-testa-vermelha), Forpus xanthopterygius (tuim-de-asa- azul), Alipiopsitta xanthops (papagaio-galego), Amazona amazonica (curica) e Amazona aestiva (papagaio- verdadeiro). Usei nove transectos lineares (com 5 km cada) para avaliar a ocorrência e forrageio dos papagaios durante 24 meses. Como a fenologia reprodutiva de plantas é um fator regulador das populações de psitacídeos, simultaneamente, eu também avaliei a disponibilidade temporal de flores e frutos em plantas localizadas nos transectos. Os psitacídeos forragearam 96 espécies vegetais pertencentes 30 famílias. A média de espécies de plantas forrageadas foi de 25,0 (DP=11,9), variando de seis (para A. amazonica) a 44 (para A. leucophthalma). Famílias botânicas cujas espécies são abundantes na área, tais como Anacardiaceae, Arecaceae, Fabaceae e Myrtaceae foram representativas no forrageamento dos psitacídeos. No geral, todos os psitacídeos forragearam plantas exóticas, que foram particularmente relevantes na dieta de A. ararauna e D. nobilis. Sementes foi o item mais consumido por todos os psitacídeos estudados, refletindo o potencial papel dessas aves na regulação das populações de plantas e diversidade de comunidades vegetais. Aratinga auricapillus foi a única espécie com amplo nicho alimentar, sendo generalista nas estações seca e chuvosa. Os outros psitacídeos, embora tenham forrageado várias espécies de plantas, apresentaram nicho alimentar estreito, focando 1-3 espécies vegetais, o que sugere uma dieta especialista. O padrão fenológico na área de estudo é consistente com o esperado para a região Neotropical, com frutos secos e carnosos abundantes, respectivamente, nas estações seca e chuvosa. A ocorrência de D. nobilis, A. leucophthalma e F. xanthopterygius parece regulada principalmente pela disponibilidade frutos carnosos, mas a atividade reprodutiva também pode ter sido um fator regulador. O padrão fenológico, no entanto, não explicou claramente as mudanças sazonais na amplitude do nicho alimentar dos psitacídeos. Alipiopsitta xanthops é, provavelmente, uma espécie nômade, ocorrendo e se alimentando na área de estudo apenas durante a estação seca. Plantas cuja frutificação se estende por mais de seis meses (padrão estendido) ou com repetidos episódios de frutificação em um ano (padrão bianual), parecem ser as mais importante na exigência alimentar e persistência local dos psitacídeos. Por isso, podem ser espécies-alvo para a restauração de áreas degradadas. É importante ressaltar que algumas espécies exóticas têm alta relevância no forrageio dos psitacídeos. Assim, é provável que a erradicação dessas plantas gere impactos negativos aos psitacídeos que parecem depender fortemente de seus frutos. Minha principal proposta de manejo é manter as plantas exóticas e aumentar a abundância de algumas espécies de plantas alimentícias nativas que no geral frutificam ao longo do ano. Acredito que tais práticas podem minimizar, em longo prazo, o extensivo uso de espécies vegetais exóticas pelos psitacídeos.Anthropogenic landscape is the reality of planet earth. The situation is so extreme, that the term "antroma'' (anthropogenic biome) was introduced in allusion to the enormous capacity that man has to occupy and modify natural areas. Undoubtedly, these changes have threatened many species with extinction. As a result, reserves (or protected areas) have been established as key measures of species protection. However, many conservationists are convinced that the future of biodiversity depends mainly on the impacts and management of anthropogenic landscapes. So there is a great need to research the species in these landscapes, in order to understand their ecological requirements and establish affective environmental management practices, aimed at conserving biodiversity beyond reserve. Following this growing trend conservationist, I studied an assembly of parrots (macaws, parakeets, parrotlets and amazons) in an anthropogenic landscape of southeastern Brazil. Parrots are severely threatened by landscape modification and some species have been forced to live in anthropogenic environments, where the habits and the elements necessary for the persistence of them have been little examined. Parrots are primary consumers and therefore my initial hypothesis is that some plant species, mainly due to their phenological attributes, play an important role in the persistence of these birds in anthropogenic landscapes, even in a short timescale. I studied the parrots in the Ilha Solteira municipality, which is located in the bordering region of the Atlantic Forest and Cerrado biomes (northwest of the state of São Paulo). Ilha Solteira has an area of 63,900 ha and 98% of the natural vegetation was modified by man. Parrots herein studied are: Ara ararauna (Blue- and-yellow Macaw), Diopsittaca nobilis (Red-shouldered Macaw), Aratinga leucophthalma (White-eyed Parakeet), A. auricapillus (Golden-capped Parakeet), Forpus xanthopterygius (Blue-winged Parrotlet), Alipiopsitta xanthops (Yellow-faced Amazon), Amazona amazonica (Orange-winged Amazon) and Amazona aestiva (Turquoise-fronted Amazon). I used nine transects line (each with 5 km) to evaluate the parrots occurrence and foraging for 24 months. As the reproductive phenology of plants is a factor regulating parrots populations, simultaneously, I also evaluated the temporal availability of flowers and fruits in plants located in transects. Parrots foraged 96 plant species belonging 30 families. The average plant species foraged was 25.0 (SD = 11.9), ranging from six (for A. amazonica) to 44 (for A. leucophthalma). Botanical families whose species are abundant in the area, such as Anacardiaceae, Arecaceae, Fabaceae and Myrtaceae, were representative in the parrots foraging. Overall, all parrots foraged exotic plants, which were particularly significant in the A. ararauna and D. nobilis diet. Seeds was the most consumed item by all parrots studied, reflecting the potential role of these birds in the plant populations regulation, consequently in the plant communities diversity. Aratinga auricapillus was the only species with broad feeding niche, being generalist in dry and rainy seasons. The other parrots, although used several plant species, presented narrow food niche, focusing 1-3 plant species, suggesting that have a specialist dietary. The phenological pattern in the study area is consistent with that expected for the Neotropical region, with dry and fleshy fruits abundant, respectively, in the dry and rainy seasons. The occurrence of D. nobilis, A. leucophthalma and F. xanthopterygius seems primarily regulated by the fleshy fruits availability, but the reproductive activity may also have been a factor regulator. The phenological pattern, however, did not clearly explain seasonal shifts in parrots feeding niche breadth. Alipiopsitta xanthops is probably a nomadic species, feeding and occurring in the study area only in the dry season. Plants whose fruiting extends for more than six months (extended pattern) or repeated fruiting episodes in a year (bi-annual pattern), appears to be the most important in the parrots foraging requirement and local persistence. Therefore, it may be the target species for restoration of degraded areas. Importantly, some exotic species have high relevance in parrots foraging. Thus, it is likely that the eradication of these plants generate negative impacts in parrots that depend greatly on its fruit. My main management purpose is to keep the exotic plants and increase the abundance of certain native food plants species, overall that fruiting throughout the year. I believe that such practices can minimize, in longterm, the extensive use of exotic plant species by the parrots.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorFAPEMIG - Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas GeraisTese (Doutorado)porUniversidade Federal de UberlândiaPrograma de Pós-graduação em Ecologia e Conservação de Recursos NaturaisBrasilCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIAEcologiaAve - EcologiaEcologia do cerradoEcologia alimentarFrugivoriaManejo ambientalPlantas cultivadasPredação de sementesSazonalidadeFeeding ecologyFrugivoryEnvironmental managementCultivated plantsSeed predationPsittacidaeSeasonalityOcorrência e forrageamento de psitacídeos em paisagem antropogênica do noroeste paulista, limítrofe mata atlântica-cerradoOccurrence and foraging of parrots in anthropogenic landscape of northeastern of the state of São Paulo, Atlantic Forest-Cerrado boundariesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisMelo, Celine dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4792916U0Nascimento, Andre Rosalvo Terrahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4762429J7Araújo, Carlos Barros dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4107352Y7Araújo, Glein Monteiro dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788653Z7Juliano, Rafael Freitashttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766751Y9http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4178867J6Silva, Paulo Antonio da15181760639info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFUinstname:Universidade Federal de Uberlândia (UFU)instacron:UFUTHUMBNAILOcorrenciaForrageamentoPsitacideos.pdf.jpgOcorrenciaForrageamentoPsitacideos.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1451https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/19557/4/OcorrenciaForrageamentoPsitacideos.pdf.jpg21f85fe0f10156cfc2a9701140cc8993MD54TEXTOcorrenciaForrageamentoPsitacideos.pdf.txtOcorrenciaForrageamentoPsitacideos.pdf.txtExtracted texttext/plain333058https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/19557/3/OcorrenciaForrageamentoPsitacideos.pdf.txtb8e9215b8e49c52e4869f9dd776007eeMD53ORIGINALOcorrenciaForrageamentoPsitacideos.pdfOcorrenciaForrageamentoPsitacideos.pdfTeseapplication/pdf13924692https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/19557/1/OcorrenciaForrageamentoPsitacideos.pdfdc694ff056cc46da0d7f802c66835e46MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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description Paisagem antropogênica é a realidade do planeta terra. A situação é tão extrema, que o termo "antroma" (bioma antrópico) foi introduzido em alusão à enorme capacidade que o homem tem de ocupar e modificar as áreas naturais. Sem dúvidas, estas modificações têm ameaçado várias espécies de extinção. Em razão disso, reservas (ou áreas protegidas) têm sido estabelecidas como principais medidas de proteção das espécies. Contudo, muitos conservacionistas estão convencidos de que o futuro da biodiversidade depende principalmente dos impactos e do manejo das paisagens antropogênicas. Portanto, existe uma grande necessidade de pesquisar as espécies nestas paisagens, a fim de compreender suas exigências ecológicas e estabelecer práticas afetivas de manejo ambiental visando à conservação da biodiversidade além das reservas. Seguindo esta crescente tendência conservacionista, estudei uma assembleia de psitacídeos (araras, periquitos, tuins e papagaios) em uma paisagem antropogênica do sudeste do Brasil. Psitacídeos são severamente ameaçados pela modificação da paisagem e algumas espécies têm sido forçadas a viver em ambientes antropizados, onde os hábitos, bem como os elementos necessários para a persistência deles, têm sido pouco examinados. Os psitacídeos são consumidores primários e, portanto, a minha hipótese inicial é que algumas espécies vegetais, principalmente devido aos seus atributos fenológicos, assumem um papel importante na persistência destas aves em paisagens antropogênicas, mesmo em uma curta escala temporal. Estudei os psitacídeos no município de Ilha Solteira, que está localizado na região fronteiriça dos biomas Mata Atlântica e Cerrado (noroeste do Estado de São Paulo). Ilha Solteira tem uma área de 63.900 ha e 98% da vegetação natural foi modificada pelo homem. Os psitacídeos aqui estudados são: Ara ararauna (arara-canindé), Diopsittaca nobilis (maracanã-nobre), Aratinga leucophthalma (periquitão-maracanã), A. auricapillus (periquito-de-testa-vermelha), Forpus xanthopterygius (tuim-de-asa- azul), Alipiopsitta xanthops (papagaio-galego), Amazona amazonica (curica) e Amazona aestiva (papagaio- verdadeiro). Usei nove transectos lineares (com 5 km cada) para avaliar a ocorrência e forrageio dos papagaios durante 24 meses. Como a fenologia reprodutiva de plantas é um fator regulador das populações de psitacídeos, simultaneamente, eu também avaliei a disponibilidade temporal de flores e frutos em plantas localizadas nos transectos. Os psitacídeos forragearam 96 espécies vegetais pertencentes 30 famílias. A média de espécies de plantas forrageadas foi de 25,0 (DP=11,9), variando de seis (para A. amazonica) a 44 (para A. leucophthalma). Famílias botânicas cujas espécies são abundantes na área, tais como Anacardiaceae, Arecaceae, Fabaceae e Myrtaceae foram representativas no forrageamento dos psitacídeos. No geral, todos os psitacídeos forragearam plantas exóticas, que foram particularmente relevantes na dieta de A. ararauna e D. nobilis. Sementes foi o item mais consumido por todos os psitacídeos estudados, refletindo o potencial papel dessas aves na regulação das populações de plantas e diversidade de comunidades vegetais. Aratinga auricapillus foi a única espécie com amplo nicho alimentar, sendo generalista nas estações seca e chuvosa. Os outros psitacídeos, embora tenham forrageado várias espécies de plantas, apresentaram nicho alimentar estreito, focando 1-3 espécies vegetais, o que sugere uma dieta especialista. O padrão fenológico na área de estudo é consistente com o esperado para a região Neotropical, com frutos secos e carnosos abundantes, respectivamente, nas estações seca e chuvosa. A ocorrência de D. nobilis, A. leucophthalma e F. xanthopterygius parece regulada principalmente pela disponibilidade frutos carnosos, mas a atividade reprodutiva também pode ter sido um fator regulador. O padrão fenológico, no entanto, não explicou claramente as mudanças sazonais na amplitude do nicho alimentar dos psitacídeos. Alipiopsitta xanthops é, provavelmente, uma espécie nômade, ocorrendo e se alimentando na área de estudo apenas durante a estação seca. Plantas cuja frutificação se estende por mais de seis meses (padrão estendido) ou com repetidos episódios de frutificação em um ano (padrão bianual), parecem ser as mais importante na exigência alimentar e persistência local dos psitacídeos. Por isso, podem ser espécies-alvo para a restauração de áreas degradadas. É importante ressaltar que algumas espécies exóticas têm alta relevância no forrageio dos psitacídeos. Assim, é provável que a erradicação dessas plantas gere impactos negativos aos psitacídeos que parecem depender fortemente de seus frutos. Minha principal proposta de manejo é manter as plantas exóticas e aumentar a abundância de algumas espécies de plantas alimentícias nativas que no geral frutificam ao longo do ano. Acredito que tais práticas podem minimizar, em longo prazo, o extensivo uso de espécies vegetais exóticas pelos psitacídeos.
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