Efeitos moduladores do ácido ascórbico quando associado ao cloridrato de doxorrubicina em células somáticas de Drosophila melanogaster, tratadas na presença e ausência de luz

• Autor(a) principal: Fragiorge, Edson José
• Data de Publicação: 2000
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
• Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/28344; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2000.20
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::GENETICA; Genética; SMART; Testes de mutagenicidade; Drosophila melanogaster; Vitamina C

Doxorrubicina (DXR), uma antraciclina é um agente quimioterápico amplamente empregado como agente antineoplástico. Esta droga e seus metabólitos têm sido mostrados serem estáveis à temperatura ambiente, no escuro, por pelo menos 24 h, porém são instáveis quando expostos à luz. A eficácia clínica da DXR é comprometida devido à produção de radicais livres, o que acarreta toxicidade cardíaca. Os efeitos modulatórios da vitamina C(ácido ascórbico – AA), um sequestrador de radicais livres, contra a genotoxicidade direta da DXR, foram investigados por meio do teste para detecção de mutações e recombinações somáticas (Somatic Mutation And Recombination Test – SMART) in vivo em Drosophila melanogaster. Os seguintes cruzamentos foram empregados: : 1)Cruzamento padrão (Standard cross – ST) no qual fêmeas flr3 /In(3LR) TM3, ri pp sep 1(3)89Aa bx34e e BdS foram cruzadas com machos mwh/mwh; 2) Alta capacidade de bioativação metabólica (High bioactivation crozz – HB) no qual fêmeas ORR; flr3/In (3LR) TM3, ri pp sep l (3) 89 Aa bx34e e BdS foram cruzadas com machos mwh/mwh. Este último cruzamento é caracterizado por uma alta sensibilidade a promutágenos e procarcinógenos. Larvas resultantes destes dois cruzamentos doram tratadas simultaneamente, por aproximadamente 48 h, com DXR e AA, protegidas da luz e expostas a luz ambiente. Controles negativo e positivo foram incluidos nas duas séries de experimentos. As asas dos adultos emergentes foram analisadas quanto a ocorrência de diferentes tipos de manchas mutantes. Os resultados de dois estudos separados são apresentados (1) Quando exposto à luz ambiente, o ácido ascórbico (50 e 100mM) não apresentou efeitos genotóxicos, enquanto que a DXR(Adriamicina) (0,1 e0,2 mg/ml de água destilada) foi clara e igualmente genotóxica em ambos cruzamentos. A adição de AA ao meio de cultura para drosófilas, contendo DXR, resultou em um efeito protetor inverso, pois a menor dose de 50mM reduziu a frequência de manchas induzidas pela DXR, enquanto que a dose de 100mM não teve efeito, ou aumentou a freqüência de manchas de ambos cruzamentos. (2) Para determinar a estabilidade da DXR (Doxina), dois lotes de larvas, emergentes de ambos cruzamentos, foram tratados simultaneamente durante aproximadamente 48 h com DXR e AA, protegidos da luz e expostos à luz ambiente. A adição de AA ao meio de cultura para drosófilas, contendo DXR, aumentou as frequências de manchas, demonstrando um efeito dose-resposta na série ST, tanto para os expostos à luz, quanto para os protegidos contra a luz ambiente. No entenato, foi verificado um efeito protetor inverso na série HB, pois a menor dose de 50 mM reduziu a frequência de manchas induzidas pela DXR, enquanto que a dose de 100mM não teve efeito(quando exposta à luz), ou aumentou a freqüência de manchas (quando protegida da luz). Estes resultados sugerem que uma produção do AA adicionado pode interferir com radicais livres produzidos pela DXR e outros metabólitos reativos, os quais elevam as freqüências de manchas.