Segregação Socioespacial e Programa "Minha Casa, Minha Vida" : uma análise do Residencial Pequis em Uberlândia-MG

• Autor(a) principal: Chaves, Gabriel Augusto da Silva
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
• Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/29019; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2020.319
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS; Segregação Socioespacial; Socio-spatial Segregation; Programa Minha Casa, Minha Vida; Minha Casa, Minha Vida Program; Residencial Pequis; Pequis Residential Pequis

Este trabalho foi desenvolvido na linha de pesquisa intitulada “Geografia e Gestão do Território”, que abrange os estudos sobre os espaços urbanos e sua dinâmica. Nesse sentido, buscamos a compreensão das relações entre o Programa “Minha Casa, Minha Vida” e o processo de segregação socioespacial. Para isso, delineamos a pesquisa com o objetivo geral de analisar a segregação socioespacial da população de baixa renda no bairro Pequis em Uberlândia-MG, fruto do Programa “Minha Casa, Minha Vida”, tendo como objetivos específicos: caracterizar os equipamentos comunitários do bairro e o perfil socioeconômico da população residente; avaliar os impactos da criação do bairro nos loteamentos/bairros vizinhos e na configuração urbana da Zona Oeste da cidade; verificar as transformações na paisagem e na dinâmica do bairro desde sua criação e compreender o significado e as implicações sociais da segregação para a população residente no Pequis. Um estudo com esta configuração mostra-se especialmente relevante, pois favorece reflexões sobre as desigualdades sociais presentes no meio urbano, em especial em Uberlândia, e contribui, nesse sentido, para o balizamento de iniciativas públicas que intentem tornar as cidades espaços menos desiguais. Para esta investigação, foram úteis não somente a revisão bibliográfica de livros e artigos científicos, mas também as visitas de campo, essenciais para o levantamento de registros fotográficos, bem como para a experimentação da área de estudo e demais observações in loco. Além disso, a busca por documentos oficiais do município e de outras instituições públicas, e a realização de uma entrevista semiestruturada com os moradores foram fundamentais para que atingíssemos os objetivos traçados. Os resultados apontam que a segregação socioespacial é uma realidade comum aos empreendimentos do Programa “Minha Casa, Minha Vida”, voltados para famílias de baixa renda, seja em Uberlândia, seja em outras regiões do país. E essa situação não é própria desse programa, pois iniciativas anteriores também lançaram mão dessa estratégia. No transcorrer da pesquisa, ficou claro, também, que, em virtude da supervalorização das regiões da cidade mais bem localizadas, o poder público, ao buscar cumprir seu papel na produção de moradias, acaba se subordinando aos interesses mercadológicos no que diz respeito a onde instalar os empreendimentos habitacionais, o que dificulta uma melhor inserção urbana das residências de famílias de baixa renda e compromete o combate às desigualdades sociais. Por outro lado, apesar de terem a noção de que residem em uma localidade pouco privilegiada e com determinadas carências por equipamentos e serviços públicos, os habitantes do Residencial Pequis sentem-se realizados com a aquisição da casa própria, o que, em certa medida, é capaz de suplantar todos os demais incômodos de viverem em um bairro periférico.