Pulsações utópicas e distópicas nos imaginários urbanos: a cidade de Frutal (MG) nas trilhas dissonantes da história

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brito, Lucia Elena Pereira Franco
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/20198
http://dx.doi.org/10.14393/ufu.te.2017.30
Resumo: A presente tese objetiva compreender sentidos e valores tramados nos imaginários sociais de Frutal (MG), tomados na perspectiva das utopias/distopias urbanas, desde a recente enunciação, por dirigentes locais e estaduais, de um novo tempo na história da cidade, a ser supostamente construído por intermédio do projeto denominado Cidade das Águas. O estudo parte da premissa que não somente Frutal, mas as cidades, em diferentes formas e escalas, podem ser tomadas na dimensão da utopia, não no sentido estrito de espaço modelado, mas como lugar de promessa de uma convivialidade politizada – ideal que remonta aos gregos clássicos e ao espírito da pólis. Entretanto, na modernidade, as relações sociais cada vez mais reificadas tornam a vida urbana extremamente complexa, ao inserir disposições distópicas do mercado capitalista nas utopias. Na experiência urbana contemporânea, a concepção de direito à cidade, ou seja, a aposta na urbe como espaço de (re)construção coletiva em tons dissensuais, se depara com projetos luminosos, pretensamente visionários, que reduzem as cidades à trama das mercadorias e os cidadãos a meros consumidores de sonhos assombrados por entre os inúmeros dramas urbanos. Como expressão desse processo tenso e ambíguo, Frutal, localizada no Triângulo Mineiro, foi palco, desde o decênio de 1990, de um notável projeto de modernização, com o estabelecimento de instituições de educação superior e a instalação, em 2009, da Fundação UNESCO-Hidroex – um centro internacional de pesquisa em água, que vinculava a cidade aos debates de apelo ecológico, relacionados à crise hídrica. A partir de 2010, o anúncio da construção da Cidade das Águas fez- se acompanhar da promessa de que Frutal passaria por significativa reestruturação urbana, que lhe daria visibilidade mundial, ao se tornar referência nos estudos ambientais e na formação de líderes para a gestão da água. A idealização, monumental por concepção, projetava a particularidade histórica da cidade como singularidade, o que suscitou o interesse em conferir se a transformação enunciada – um novo tempo – seria possível, em face da história anterior de Frutal e do que apontam os estudos sobre cidades no Brasil contemporâneo. Em última instância, pretendeu-se problematizar em que medida projetos luminosos fazem sucumbir ou não o espírito da pólis no espaço das cidades. Por meio de pesquisa bibliográfica, a investigação interpelou, inicialmente, momentos da história das cidades ocidentais em que impulsos utópicos/distópicos mobilizaram os imaginários urbanos, para finalmente considerar personagens e fatos que alavancaram representações grandiosas e singularizadoras em Frutal, em temporalidades variadas, visando resgatar e reconfigurar seus imaginários sociais. Pela análise de fontes documentais diversas (obras de memorialistas; jornais; revistas; fotografias e outras), foram perscrutados discursos e sensibilidades que lastreiam os projetos luminosos. Procurou-se, também, oferecer espaço de fala e escuta para alguns atores anônimos da cidade invisível, pensados como agentes que (re)constroem diariamente as tramas históricas em todas as cidades. Ao final deste percurso investigativo, defende-se que, mesmo em uma cidade pequena e interiorana, restam as ruas e as praças, as bordas e as trilhas, como espaços para denunciar e subverter consensos forjados em torno de projetos urbanísticos idealizados, quando os sujeitos tecem relações e atribuem sentidos dissonantes ao viver urbano, fazendo cintilar o uso autêntico e político das cidades, ainda que em lampejos.
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spelling 2018-01-17T12:40:58Z2018-01-17T12:40:58Z2017-12-13BRITO, Lucia Elena Pereira Franco. Pulsações utópicas e distópicas nos imaginários urbanos: a cidade de Frutal (MG) nas trilhas dissonantes da história. 2017. 269 f. Tese (Doutorado em História). Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia.https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/20198http://dx.doi.org/10.14393/ufu.te.2017.30A presente tese objetiva compreender sentidos e valores tramados nos imaginários sociais de Frutal (MG), tomados na perspectiva das utopias/distopias urbanas, desde a recente enunciação, por dirigentes locais e estaduais, de um novo tempo na história da cidade, a ser supostamente construído por intermédio do projeto denominado Cidade das Águas. O estudo parte da premissa que não somente Frutal, mas as cidades, em diferentes formas e escalas, podem ser tomadas na dimensão da utopia, não no sentido estrito de espaço modelado, mas como lugar de promessa de uma convivialidade politizada – ideal que remonta aos gregos clássicos e ao espírito da pólis. Entretanto, na modernidade, as relações sociais cada vez mais reificadas tornam a vida urbana extremamente complexa, ao inserir disposições distópicas do mercado capitalista nas utopias. Na experiência urbana contemporânea, a concepção de direito à cidade, ou seja, a aposta na urbe como espaço de (re)construção coletiva em tons dissensuais, se depara com projetos luminosos, pretensamente visionários, que reduzem as cidades à trama das mercadorias e os cidadãos a meros consumidores de sonhos assombrados por entre os inúmeros dramas urbanos. Como expressão desse processo tenso e ambíguo, Frutal, localizada no Triângulo Mineiro, foi palco, desde o decênio de 1990, de um notável projeto de modernização, com o estabelecimento de instituições de educação superior e a instalação, em 2009, da Fundação UNESCO-Hidroex – um centro internacional de pesquisa em água, que vinculava a cidade aos debates de apelo ecológico, relacionados à crise hídrica. A partir de 2010, o anúncio da construção da Cidade das Águas fez- se acompanhar da promessa de que Frutal passaria por significativa reestruturação urbana, que lhe daria visibilidade mundial, ao se tornar referência nos estudos ambientais e na formação de líderes para a gestão da água. A idealização, monumental por concepção, projetava a particularidade histórica da cidade como singularidade, o que suscitou o interesse em conferir se a transformação enunciada – um novo tempo – seria possível, em face da história anterior de Frutal e do que apontam os estudos sobre cidades no Brasil contemporâneo. Em última instância, pretendeu-se problematizar em que medida projetos luminosos fazem sucumbir ou não o espírito da pólis no espaço das cidades. Por meio de pesquisa bibliográfica, a investigação interpelou, inicialmente, momentos da história das cidades ocidentais em que impulsos utópicos/distópicos mobilizaram os imaginários urbanos, para finalmente considerar personagens e fatos que alavancaram representações grandiosas e singularizadoras em Frutal, em temporalidades variadas, visando resgatar e reconfigurar seus imaginários sociais. Pela análise de fontes documentais diversas (obras de memorialistas; jornais; revistas; fotografias e outras), foram perscrutados discursos e sensibilidades que lastreiam os projetos luminosos. Procurou-se, também, oferecer espaço de fala e escuta para alguns atores anônimos da cidade invisível, pensados como agentes que (re)constroem diariamente as tramas históricas em todas as cidades. Ao final deste percurso investigativo, defende-se que, mesmo em uma cidade pequena e interiorana, restam as ruas e as praças, as bordas e as trilhas, como espaços para denunciar e subverter consensos forjados em torno de projetos urbanísticos idealizados, quando os sujeitos tecem relações e atribuem sentidos dissonantes ao viver urbano, fazendo cintilar o uso autêntico e político das cidades, ainda que em lampejos.This thesis aims at understanding the meanings and values woven in the social imaginaries of Frutal (MG), taken from the perspective of urban utopias/dystopias, from the recent enunciation by local and state leaders of the new time in the history of the city, supposedly built through the project called City of Waters. The study has started from the premise that not only Frutal, but cities, in different forms and scales, can be taken in the dimension of utopia, not in the strict sense of modeled space, but as a place of promise of a politicized conviviality – ideal that has gone back to the classical Greeks and to the spirit of the polis. Nevertheless, in modernity, increasingly reified social relations make urban life extremely complex by inserting dystopian dispositions of the capitalist market into the utopias. In the contemporary urban experience, the conception of the right to the city, that is, the bet in the urbe as a space of collective (re)construction in dissonant tones, comes across luminous projects, supposedly visionary, that reduce the cities to the fabric of the goods and the citizens to mere consumers of dreams haunted by the countless urban dramas. As an expression of this tense and ambiguous process, Frutal, located in Triângulo Mineiro, has been the stage of a remarkable modernization project since the 1990s, with the establishment of institutions of higher education and the installation in 2009 of the UNESCO–Hidroex – an international center for water research, which linked the city to the debates on ecological appeal related to the water crisis. From 2010 onwards, the announcement of the construction of the City of Waters has been accompanied by the promise that Frutal would undergo significant urban restructuring, which would give it worldwide visibility, by becoming a reference in the environmental studies and in the formation of leaders for water management. The idealization, monumental at inception, projected the historical particularity of the city as a singularity, which aroused the interest in conferring if the enunciated transformation – a new time – would be possible, before the previous history of Frutal about what studies point to in respect of the cities in contemporary Brazil. Ultimately, it was intended to problematize to what extent luminous projects do succumb or not the spirit of the polis in the space of the cities. By means of a bibliographical research, the investigation interpellated, initially, moments in the history of western cities in which utopian/dystopic impulses mobilized urban imaginaries, to finally consider characters and facts which have leveraged grandiose and singularizing representations in Frutal, in varied temporalities, aiming at rescuing and reconfiguring their social imaginary. Through the analysis of various documentary sources (works of memorialists, newspapers, magazines, photographs among others), speeches and sensibilities which support the luminous projects were scrutinized. It was also attempted to offer space for speaking and listening to some anonymous actors of the invisible city, thought as agents who daily (re)build the historical plots in all the cities. At the end of this investigative course, it is defended that, even in a small city from the interior, the streets and squares, the edges and the trails remain, as spaces to denounce and subvert forged consensus around idealized urbanistic projects, when the subjects weave relations and attribute dissonant meanings to the urban living, making the authentic and political use of cities sparkle, even if in glimpses.Tese (Doutorado)porUniversidade Federal de UberlândiaPrograma de Pós-graduação em HistóriaBrasilCNPQ::CIENCIAS HUMANASCidadesCitiesImaginários sociaisSocial imaginariesUtopias/distopias urbanasUtopias/urban dystopiasFrutalFrutalCidade das águas/Água SantaCity of water /Água SantaPulsações utópicas e distópicas nos imaginários urbanos: a cidade de Frutal (MG) nas trilhas dissonantes da históriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisSeixas, Jacy Alves dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443P5Almeida, Antônio deNoronha, Gilberto Cézar deNaxara, Marcia Regina CapelariDantas, Sandra Marahttps://wwws.cnpq.br/cvlattesweb/PKG_MENU.menu?f_cod=DF8CAB9E09B10598B4AA0F30BE4EE51CBrito, Lucia Elena Pereira Franco269info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFUinstname:Universidade Federal de Uberlândia (UFU)instacron:UFUORIGINALPulsacoesUtopicasDistopicas.pdfPulsacoesUtopicasDistopicas.pdfTeseapplication/pdf8125667https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/20198/3/PulsacoesUtopicasDistopicas.pdfdb592aef0aea084d034a50f294dc0b86MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81792https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/20198/4/license.txt48ded82ce41b8d2426af12aed6b3cbf3MD54TEXTPulsacoesUtopicasDistopicas.pdf.txtPulsacoesUtopicasDistopicas.pdf.txtExtracted texttext/plain729449https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/20198/5/PulsacoesUtopicasDistopicas.pdf.txt080df5320a9ac377d44d76347bd5d444MD55THUMBNAILPulsacoesUtopicasDistopicas.pdf.jpgPulsacoesUtopicasDistopicas.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1176https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/20198/6/PulsacoesUtopicasDistopicas.pdf.jpg38360303c5da42606e7d3cbac28e4798MD56123456789/201982018-01-30 11:13:08.192oai:repositorio.ufu.br:123456789/20198w4kgbmVjZXNzw6FyaW8gY29uY29yZGFyIGNvbSBhIGxpY2Vuw6dhIGRlIGRpc3RyaWJ1acOnw6NvIG7Do28tZXhjbHVzaXZhLCBhbnRlcyBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gcG9zc2EgYXBhcmVjZXIgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvLiBQb3IgZmF2b3IsIGxlaWEgYSBsaWNlbsOnYSBhdGVudGFtZW50ZS4gQ2FzbyBuZWNlc3NpdGUgZGUgYWxndW0gZXNjbGFyZWNpbWVudG8gZW50cmUgZW0gY29udGF0byBhdHJhdsOpcyBkbyBlLW1haWwgIHJlcG9zaXRvcmlvQHVmdS5ici4KCkxJQ0VOw4dBIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpBbyBhc3NpbmFyIGUgZW50cmVnYXIgZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgby9hIFNyLi9TcmEuIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpOgoKYSkgQ29uY2VkZSDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBVYmVybMOibmRpYSBvIGRpcmVpdG8gbsOjby1leGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3Vtby9hYnN0cmFjdCkgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsIG91IGltcHJlc3NvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpby4KCmIpIERlY2xhcmEgcXVlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2UsIHRhbnRvIHF1YW50byBsaGUgw6kgcG9zc8OtdmVsIHNhYmVyLCBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuCgpjKSBTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBjb250w6ltIG1hdGVyaWFsIGRvIHF1YWwgbsOjbyBkZXTDqW0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IsIGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBwYXJhIGNvbmNlZGVyIMOgIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFViZXJsw6JuZGlhIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgY3Vqb3MgZGlyZWl0b3Mgc8OjbyBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBjb250ZcO6ZG8gZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLgoKU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBVYmVybMOibmRpYSwgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFViZXJsw6JuZGlhIGlkZW50aWZpY2Fyw6EgY2xhcmFtZW50ZSBvKHMpIHNldShzKSBub21lKHMpIGNvbW8gbyhzKSBhdXRvcihlcykgb3UgZGV0ZW50b3IgKGVzKSBkb3MgZGlyZWl0b3MgZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalONGhttp://repositorio.ufu.br/oai/requestdiinf@dirbi.ufu.bropendoar:2018-01-30T13:13:08Repositório Institucional da UFU - Universidade Federal de Uberlândia (UFU)false
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