A influência do habitat e do Metabolismo Ácido das Crassuláceas (CAM) na absorção de água em orquídeas

• Autor(a) principal: Lima, Jéssica Ferreira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
• Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/36066; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2022.5335
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA::ECOLOGIA DE ECOSSISTEMAS; Absorção foliar de água; Foliar water uptake; Epífitas; Epiphytes; Estresse hídrico; Hydric stress; Imunocitoquímica; Immunocytochemistry; Parede celular; Cell wall; Plantas CAM; CAM plants; Ecologia; Plantas dos cerrados; Ecologia vegetal

O sucesso adaptativo das orquídeas em diferentes habitats deve-se ao desenvolvimento de estratégias morfológicas e fisiológicas que promovem maior eficiência do uso da água. Dentre estas estratégias, podemos citar a suculência foliar, a absorção foliar de água (Foliar water uptake - FWU) e a expressão Metabolismo Ácido das Crassuláceas (CAM). Além disso, as raízes aéreas podem maximizar a absorção de água e nutrientes, processos que podem ser relacionados com a presença de um velame e a composição de sua parede celular. Diante disso, hipotetizamos no Capítulo 1 que a FWU pode ser uma estratégia para aquisição de água pelas orquídeas epífitas e rupícolas devido à baixa disponibilidade hídrica nestes ambientes, e que o metabolismo CAM aumentaria ainda mais a taxa de absorção de água por estas plantas. Para testar esta hipótese, avaliamos a capacidade de FWU e verificamos variações entre os habitats epifítico, rupícola e terrestre, e entre o metabolismo C3 e CAM em 16 espécies de orquídeas. Descobrimos que a absorção foliar de água pode ser uma estratégia desenvolvida pelas orquídeas, e possui relação com características estruturais das folhas. As espécies rupícolas apresentaram maior FWU, porém esta estratégia de absorção de água não foi favorecida pelo metabolismo CAM. Já no Capítulo 2, levantamos como hipótese que as raízes aéreas e terrestres de Vanilla bahiana podem apresentar características da parede celular que contribuem com seu papel em cada ambiente, bem como entender como ocorrem modificações em sua estrutura durante seu desenvolvimento. Para verificar as alterações na composição da parede celular das raízes de V. bahiana foram realizadas análises imunocitoquímicas utilizando anticorpos monoclonais que marcam epitopos de proteínas, hemiceluloses e pectinas. Descobrimos que a composição da parede celular das raízes aéreas (livres e aderidas ao forófito) e terrestres (fixadas no solo) de V. bahiana se altera em resposta ao ambiente, o que consequentemente reflete na função exercida por essas raízes. Em síntese, a absorção foliar de água provavelmente está relacionada com as condições do habitat e os traços morfológicos das folhas associados ao uso da água, e ajuda as orquídeas a enfrentar eventos de seca. As raízes aéreas de V. bahiana apresentaram uma maior complexidade e presença de pectinas, favorecendo o influxo de água e nutrientes. Nossos resultados fornecem novas perspectivas para compreender as estratégias relacionadas ao uso da água apresentadas pelas orquídeas em seus órgãos vegetativos para lidar com as condições do ambiente.