Mapeamento geológico e análise estrutural do setor noroeste do complexo Abadia dos Dourados, Orógeno Brasília Meridional

• Autor(a) principal: Honorato, Fernando Resende
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
• Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/36201
• topic: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA; Evolução estrutural; Structural evolution; Reconstrução tectonoestratigráfica; Tectonostratigraphic reconstruction; Complexo Abadia dos Dourados; Abadia dos Dourados Complex

O município de Abadia dos Dourados, localizado na macrorregião do Alto Paranaíba, em Minas Gerais, possui a ocorrência de rochas Meso e Neoproterozoicas pertencentes ao domínio interno do setor meridional do Orógeno Brasília. Esta unidade geotectônica compõe a Província Tocantins, um grande sistema orogênico diacrônico desenvolvido no Ciclo Brasiliano pela amalgamação do Gondwana Ocidental. O presente estudo se concentra na caracterização tectonoestratigráfica do setor noroeste do Complexo Abadia dos Dourados, uma sequência vulcanosedimentar que é composta por rochas metavulcânicas máficas e ácidas, metassedimentos químicos e siliciclásticos. Para este objetivo, foram realizados trabalhos de mapeamento geológico na escala de 1:25.000, análise estrutural e petrográfica. No presente trabalho, o Complexo Abadia dos Dourados foi subdividido na Unidade Inferior, composta por plagioclásioquartzosericita filito, definido como uma rocha metavulcânica ácida, anfibolito e magnetitahematita quartzito; e na Unidade Superior, que apresenta sericita filito, granadasericita filito e quartzito. Foram descritos ainda muscovita xisto e granadamuscovita xisto associados ao Grupo Araxá. Foram definidas duas fases de deformação responsáveis pela estruturação da área. A fase D1 foi gerada por meio de um encurtamento tectônico de direção NESW, sendo subdividida em dois momentos: o primeiro, responsável pela geração de dobras F1a, inversão da estratigrafia e geração da primeira foliação metamórfica S1a, e paralelismo desta com o acamamento composicional S0; e um segundo momento, marcado pela geração de dobras F1b, da segunda foliação metamórfica S1ab, da foliação milonítica Sm, de lineações de intersecção Lb1, lineações de estiramento mineral Lx e empurrões com vergência para NE. A fase D2 marca um encurtamento tectônico de direção NWSE, que gerou dobras F2, a foliação metamórfica S2, lineações de intersecção Lb2 e os principais fraturamentos na área. As assembleias minerais e estruturas descritas indicam que as rochas na área foram metamorfizadas na fácies xisto verde, zonas da clorita, biotita e granada. O pico metamórfico se deu na fase D1, entre a geração das foliações S1a e S1b. A fase D2 se apresenta como pósmetamórfica. As relações de contatos observadas entre as litologias são geralmente deposicionais, com exceção as falhas de empurrão sem expressão regional dentro do complexo e da falha de empurrão que coloca os metassedimentos da Unidade Superior sobre os metassedimentos do Grupo Araxá no setor nordeste da área. A coluna estratigráfica interpretada neste trabalho indica uma sucessão de rochas metassedimentares sobrepondo rochas metavulcânicas, organizadas da base para o topo da seguinte maneira: a base é composta por plagioclásioquartzosericita filito (metavulcânica ácida) intercalado com um magnetitahematita quartzito, sobrepostos por anfibolito, a parte intermediária apresenta sericita filito com intercalações de granadasericita filito e quartzito, e o topo é composto por muscovita xisto e granadamuscovita xisto.