Psicologia e espiritualidade: uma fundamentação a partir da antropologia fenomenológica de Edith Stein

• Autor(a) principal: Silva, Lauren Manuela de Paula
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
• Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/32350; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.5540
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Psicologia; Edith Stein; Espiritualidade; Psychology; Spirituality; Edith Stein; Psicologia

No intuito de responder à pergunta sobre o espírito e a espiritualidade como possíveis objetos da Psicologia, retomamos uma fundamentação para o “conceito de espírito” e suas possíveis implicações para a relação entre Psicologia e Espiritualidade, a partir da antropologia fenomenológica de Edith Stein. Para tal, nos dedicamos a pesquisa bibliográfica, por meio da qual delineamos os conceitos de “espírito” e “espiritualidade” no pensamento ocidental, a partir de uma reconstituição histórica, filosófica e científica; descrevemos algumas das contribuições da Fenomenologia para nosso campo de pesquisa, especialmente com a “Arqueologia Fenomenológica” e a “Fenomenologia da Religião”; e descrevemos o pensamento e a antropologia steiniana, principalmente no que constitui as noções de espírito e a espiritualidade. Detalhamos e discutimos as principais características que definem a “essência” do conceito de espírito, e da vivência do espiritual na obra steiniana. Para suas contribuições específicas de nossa pretensa “Psicologia do espírito” e da espiritualidade, enfocamos naquilo que dividimos como uma “antropologia fenomenológica” e uma “antropologia cristã” do espírito humano steiniano. Constatamos que noção de espírito presente na obra de Edith Stein é essencial para a compreensão do desenvolvimento da personalidade ou da formação da pessoa humana e está correlacionada a consciência transcendental. Além dessa dimensão antropológico-ontológica, especificamente humana que nos torna um animal diferente dos outros, é possível reconhecer no espírito humano, a esfera de transcendência em relação ao outro (comunidade), e ao Outro, reconhecido na fase cristã da filosofia de Stein, como a figura do divino. Nesse aspecto reconhecemos uma antropologia religiosa e uma espiritualidade religiosa, nas quais Deus se apresenta como motivo central, causa e destino. Tal tratamento antropológico fenomenológico do espírito tanto nas dimensões existenciais e filosóficas quanto na dimensão religiosa, lança bases para a compreensão de um “modo de ser” do espírito e, por conseguinte da espiritualidade. Edith Stein desenvolveu uma antropologia fenomenológica, uma “psicologia com alma”, uma “Psicologia do espírito” e assim uma autêntica “Psicologia da Espiritualidade”. O espírito e a espiritualidade são a própria condição antropológico-ontológica sob a qual podemos nos dizer “humanos”. Portanto não se trata apenas de um “ramo” das pesquisas psicológicas, mas a própria condição humana sem a qual não seria possível uma Psicologia autenticamente humana. Portanto os fenômenos do espírito e da espiritualidade, não são meros objetos, cujo estudo se constitui como uma “especialidade” da Psicologia, o contrário é sua própria condição.