O capital nos EUA: um estudo sobre a tendência da taxa de lucro americana (1945 – 2010)

• Autor(a) principal: Lima, Paulo Henrique Costa
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
• Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/29171; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2020.395
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA; Taxa de lucro; Tendência de queda; Estados Unidos; Profit rate; Downward trend; United States

O objetivo desta dissertação consiste em estudar o comportamento da taxa de lucros americana desde o Pós-Segunda Guerra até a primeira década do século XXI. Para isso, o estudo se divide em duas partes; uma teórica e uma empírica. A primeira parte consiste num resgate da teoria marxista a respeito da Lei de tendência de queda da taxa de lucros. Esse resgate teórico é feito ao longo do primeiro capítulo, englobando e discutindo temas que influenciam nas variações das taxas de lucro e são influenciados por elas, assim também como fatores contrarrestante que atuam como resposta ao comportamento limitante da acumulação de capital representado pela tendência de queda das taxas de lucro. Nos capítulos posteriores é apresentado uma exposição analítica sobre o histórico da economia estadunidense do Pós-Segunda Guerra até o fim da primeira década do século XXI. O capítulo II apresenta uma análise sobre a economia norte-americana durante os chamados anos dourados da economia mundial. A maneira como o capital se adapta, através das contratendências, de acordo com a dinâmica das taxas de lucro, é o fator modificador do sistema, que realiza metamorfoses à medida que a tendência e as forças contrarrestantes interagem. A abertura comercial e a iniciativa de reconstruir os países europeus e o Japão, passam de meios a se combater a tendência de queda a um fator de aumento da competitividade no mercado internacional, o que reforça a tendência estrutural de queda das taxas de lucro; e esses fatores levam ao fim do Wellfare State já nos anos 70, como forma de resposta a tendência de queda das taxas de lucro. No capítulo III o estudo é feito dos anos de 1980 até 2010, onde vemos a luta contra tendência ser realizada de diferentes formas ao longo dos anos; apesar de sempre se esforçarem em manter em baixa o crescimento dos salários reais, deprimindo cada vez mais a demanda agregada, aumentando a dependência do comércio externo. Na década de 80 o endividamento de empresas para a efetivação de processos de fusão e aquisição foi a principal estratégia. Na década seguinte, o endividamento cresceu ainda mais, mas num sentido de aumentar a produtividade em vista da concorrência dos mercados internacionais. Nos anos 2000 o capital especulativo, que desde a década de 1980 vinha financiando as estratégias contrarrestantes, alcança o nível mais alto de sua importância econômica, o que reverbera na crise de 2008. Ao longo desses anos, com a luta dialética entre tendência e contratendências ditando as metamorfoses do capitalismo americano, vemos as transformações do sistema como fruto desse embate.