Associação entre o tempo de tratamento e uso de suplementos nutricionais orais no consumo alimentar e frequência de inadequação dietética em pacientes com câncer de cabeça e pescoço

• Autor(a) principal: Ferreira, Isabela Borges
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
• Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/27172; http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.2019.2420
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::NUTRICAO; Consumo de Alimentos; Desnutrição; Suplementos Nutricionais; Neoplasias de Cabeça e Pescoço; Food Consumption; Malnutrition; Dietary Supplements; Head and Neck Neoplasms.; Ciências médicas

Introdução: A ingestão dietética de pacientes com câncer de cabeça e pescoço (CCP) pode estar alterada pelo local do tumor e sintomas decorrentes do tratamento, aumentando as taxas de desnutrição e mortalidade. São raros os estudos que investigam a ingestão dietética nesse contexto e não há evidências sobre a frequência de inadequação dietética em pacientes com CCP. O objetivo deste estudo foi investigar a associação do tempo de tratamento e uso de suplementos nutricionais orais (SNO) no consumo alimentar e a frequência de inadequação dietética em pacientes com CCP. Métodos: Estudo prospectivo foi realizado em 65 pacientes com CCP de julho/2017 a novembro/2018 em hospital universitário terciário em três momentos: antes ou no início (T0), no meio (T1 ~ quatro semanas) e imediatamente ao final do tratamento (T2 ~ oito semanas). Os dados de consumo alimentar foram obtidos a partir da média de três recordatórios de 24 horas e a prevalência de inadequação foi calculada pelo Estimated Average Requirement cut-off point method. As equações de estimativa generalizadas foram utilizadas para determinar a associação entre tempo de tratamento e SNO na ingestão dietética e os Modelos Lineares Generalizados para determinar a associação entre SNO e o Índice de Massa Corporal (IMC), ajustados ambos por tratamento, sexo, idade, local do tumor e estadio T. Resultados: A ingestão de energia e macronutrientes diminuiu no meio (T0-T1) e depois melhorou (T1-T2) no final do tratamento (p<0,001 para ambos). O consumo de micronutrientes aumentou ao longo do tratamento, devido ao uso do SNO, mas ainda apresentou elevada probabilidade de inadequação, principalmente para cálcio, magnésio e vitamina B6, sendo de quase 100% para aqueles que não utilizaram SNO. Os pacientes que usavam SNO mais frequentemente estavam com menor IMC. Conclusão: O tempo de tratamento e o uso de SNO foram associados ao consumo alimentar, de forma que a ingestão de energia e macronutrientes diminuiu e o consumo de micronutrientes, devido ao uso de SNO, aumentou em aproximadamente um mês de tratamento. A prevalência de inadequação dietética foi elevada, mesmo com uso do SNO. Portanto, recomendamos que o aconselhamento nutricional seja iniciado a partir do diagnóstico para otimizar a adequação dos macronutrientes, em conjunto com a prescrição profilática do SNO, para ajustar a ingestão de micronutrientes, com intuito de minimizar o impacto no estado nutricional e evitar pior prognóstico.