Ventilação mecânica invasiva domiciliar: a experiência de 10 anos de um serviço de atenção domiciliar pediátrico
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Data de Publicação: | 2019 |
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Resumo: | Introdução: Mudanças demográficas, epidemiológicas, sociais e culturais, além da preocupação com o aumento dos gastos públicos e com a qualidade de vida dos pacientes crônicos e dependentes de ventilação mecânica invasiva (VMI), tanto no Brasil quanto no âmbito mundial, tem impulsionado a demanda por um novo modelo de assistência. Nesse cenário, a atenção domiciliar apresenta-se como uma alternativa para a reorganização dos sistemas de saúde. No entanto, ainda há escassez de protocolos e publicações referente ao tema e, portanto, é essencial conhecer o perfil epidemiológico desta população, identificar os principais preditores de desfechos para a implementação e a continuidade da assistência aos pacientes que necessitam de atenção domiciliar de alta complexidade a curto, médio e longo prazo. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar, em um período de dez anos, a desospitalização dos pacientes pediátricos sob VMI no Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) do Hospital de Clínicas de Uberlândia da Universidade Federal de Uberlândia (HCU-UFU) e analisar os preditores de desfecho. Métodos: Foram avaliados todos os prontuários dos pacientes pediátricos em VMI do SAD/HCU-UFU entre 2007 e 2016. Foram solicitados os prontuários dos pacientes no sistema de arquivos e, posteriormente, realizou-se a coleta de dados referente a idade, sexo, diagnósticos, período de internação hospitalar e domiciliar, número de reinternações, período de reinternações, número de procedimentos e desfecho. Para análise estatística utilizou-se a análise descritiva, como média e desvio padrão, frequência absoluta e percentual. Aplicou-se a razão de chance para compreender as chances de óbito para cada diagnóstico. Para todas as análises, adotou-se o nível de significância de 5%. Resultados: Foram avaliados os prontuários de 27 pacientes pediátricos. O diagnóstico mais prevalente foi de paralisia cerebral (37,0%). O tempo total médio de permanência dos pacientes em atenção domiciliar (955 ±4,62 dias) foi superior ao tempo total médio de internação hospitalar (341 ±0,49 dias). A desospitalização desses 27 pacientes, ao longo de 10 anos, pode ter possibilitado 2.150 novas internações. A principal causa de reinternação foram as infecções de trato respiratório (45,9%), destacando-se dentre essas, a traqueíte. Do total de óbitos (13 pacientes), 76,9% ocorreram em unidade hospitalar e 23,1% no domicílio. Observamos que os pacientes que foram reinternados em um período inferior à seis meses após a alta hospitalar apresentaram 9,9 mais chances de evoluírem para óbito em relação aos que foram reinternados posteriormente a este período ou àqueles que não necessitaram de reinternação (p=0,016). Conclusão: A internação domiciliar de pacientes pediátricos dependentes de VMI é uma alternativa viável para liberação de leitos hospitalares de alta complexidade. A primeira reinternação com menos de seis meses de internação domiciliar revelou-se como fator de risco para o óbito. Estes resultados, adicionado a frequência de traqueíte, revela a importância do treinamento do cuidador e da continuidade do acompanhamento no domicílio para manutenção e melhoria do serviço de atenção domiciliar. |
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2019-09-10T19:54:22Z2019-09-10T19:54:22Z2019-03-28BORGES, Eliza Fernanda. Ventilação mecânica invasiva domiciliar: a experiência de 10 anos de um serviço de atenção domiciliar pediátrico . 2019. 43 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.201.77.https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/26925http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.2019.58Introdução: Mudanças demográficas, epidemiológicas, sociais e culturais, além da preocupação com o aumento dos gastos públicos e com a qualidade de vida dos pacientes crônicos e dependentes de ventilação mecânica invasiva (VMI), tanto no Brasil quanto no âmbito mundial, tem impulsionado a demanda por um novo modelo de assistência. Nesse cenário, a atenção domiciliar apresenta-se como uma alternativa para a reorganização dos sistemas de saúde. No entanto, ainda há escassez de protocolos e publicações referente ao tema e, portanto, é essencial conhecer o perfil epidemiológico desta população, identificar os principais preditores de desfechos para a implementação e a continuidade da assistência aos pacientes que necessitam de atenção domiciliar de alta complexidade a curto, médio e longo prazo. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar, em um período de dez anos, a desospitalização dos pacientes pediátricos sob VMI no Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) do Hospital de Clínicas de Uberlândia da Universidade Federal de Uberlândia (HCU-UFU) e analisar os preditores de desfecho. Métodos: Foram avaliados todos os prontuários dos pacientes pediátricos em VMI do SAD/HCU-UFU entre 2007 e 2016. Foram solicitados os prontuários dos pacientes no sistema de arquivos e, posteriormente, realizou-se a coleta de dados referente a idade, sexo, diagnósticos, período de internação hospitalar e domiciliar, número de reinternações, período de reinternações, número de procedimentos e desfecho. Para análise estatística utilizou-se a análise descritiva, como média e desvio padrão, frequência absoluta e percentual. Aplicou-se a razão de chance para compreender as chances de óbito para cada diagnóstico. Para todas as análises, adotou-se o nível de significância de 5%. Resultados: Foram avaliados os prontuários de 27 pacientes pediátricos. O diagnóstico mais prevalente foi de paralisia cerebral (37,0%). O tempo total médio de permanência dos pacientes em atenção domiciliar (955 ±4,62 dias) foi superior ao tempo total médio de internação hospitalar (341 ±0,49 dias). A desospitalização desses 27 pacientes, ao longo de 10 anos, pode ter possibilitado 2.150 novas internações. A principal causa de reinternação foram as infecções de trato respiratório (45,9%), destacando-se dentre essas, a traqueíte. Do total de óbitos (13 pacientes), 76,9% ocorreram em unidade hospitalar e 23,1% no domicílio. Observamos que os pacientes que foram reinternados em um período inferior à seis meses após a alta hospitalar apresentaram 9,9 mais chances de evoluírem para óbito em relação aos que foram reinternados posteriormente a este período ou àqueles que não necessitaram de reinternação (p=0,016). Conclusão: A internação domiciliar de pacientes pediátricos dependentes de VMI é uma alternativa viável para liberação de leitos hospitalares de alta complexidade. A primeira reinternação com menos de seis meses de internação domiciliar revelou-se como fator de risco para o óbito. Estes resultados, adicionado a frequência de traqueíte, revela a importância do treinamento do cuidador e da continuidade do acompanhamento no domicílio para manutenção e melhoria do serviço de atenção domiciliar.Background:Demographic, epidemiological, social and cultural changes, in addition to the concern with the increase in public spending and the quality of life of chronic patients dependent on invasive mechanical ventilation (IMV), both in Brazil and worldwide, has driven the demand for a new assistance model. In this scenario, home care presents itself as an alternative for the reorganization of health systems. However, there is still a shortage of protocols and publications related to the subject and therefore it is essential to know the epidemiological profile of this population, to identify the main predictors of outcomes for implementation and continuity of care for patients who require high complexity home care short, medium and long term. Therefore, the objective of this study was to evaluate the de - hospitalization of pediatric patients under IMV in the Home Care Service (SAD) of the Hospital of Clinics of Uberlândia of the Federal University of Uberlândia (HCU-UFU) over a ten year period and to compare the predictors of outcome. Methods:All medical records of pediatric patients in IMV of SAD/HCU-UFU between 2007 and 2016 were evaluated. Patients' records were requested in the filesystem and, later, data were collected regarding age, gender, diagnosis, hospitalization and home care periods, number of readmissions, period of readmissions, number of procedures and outcome. For statistical analysis we used the descriptive analysis, as mean and standard deviation, absolute frequency and percentage. The Odds Ratio was used to understand the chances of death for each diagnosis. For all analyzes, the significance level of 5% was adopted. Results: The medical records of 27 pediatric patients were evaluated. The most prevalent diagnosis was cerebral palsy (37.0%). The home care total mean of stay time (955 ±4.62 days) was higher than the hospital total mean of stay time (341 ±0.49 days). The de-hospitalization of these 27 patients, over 10 years, might have allow for 2,150 new hospitalizations. The main cause of rehospitalization was respiratory tract infections (45.9%), among which tracheitis. Of the total number of deaths (13 patients), 76.9% occurred in a hospital unit and 23.1% at home. We observed that patients who were readmitted for less than 6 months after discharge were 9.9 times more likely to die than those who were readmitted after that period or those who did not require rehospitalization (p = 0.016). Conclusion:Home hospitalization of pediatric patients dependent on IMV is a viable alternative for the release of hospital beds of high complexity. The first rehospitalization with less than six months of home hospitalization proved to be a risk factor for death. These results, added to the frequency of tracheitis, reveal the importance of the caregiver training and the continuity of follow-up at home for maintenance and improvement of the home care service.Dissertação (Mestrado)porUniversidade Federal de UberlândiaPrograma de Pós-graduação em Ciências da SaúdeBrasilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/us/info:eu-repo/semantics/openAccessCNPQ::CIENCIAS DA SAUDEVentilação mecânicaSaúde públicaServiço de atenção domiciliarPediatriaCiências médicasVentilação artificialServiços de cuidados de saúde domiciliaresMechanical ventilationPublic healthHome care servicePediatricsVentilação mecânica invasiva domiciliar: a experiência de 10 anos de um serviço de atenção domiciliar pediátricoInvasive home mechanical ventilation: 10-year experience of a pediatric domiciliary care serviceinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisAzevedo, Vivian Mara Gonçalves de OliveiraHattori, Wallisen TadashiRonchi, Carlos FernandoMontemezzo, Dayanehttp://lattes.cnpq.br/1773224217160807Borges, Eliza Fernanda4361476728reponame:Repositório Institucional da UFUinstname:Universidade Federal de Uberlândia (UFU)instacron:UFUORIGINALVentilaçãoMecânicaInvasiva.pdfVentilaçãoMecânicaInvasiva.pdfDissertaçãoapplication/pdf239628https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/26925/1/Ventila%c3%a7%c3%a3oMec%c3%a2nicaInvasiva.pdf85f14fadca3b409222946f1216c11b77MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/26925/2/license_rdf9868ccc48a14c8d591352b6eaf7f6239MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81792https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/26925/3/license.txt48ded82ce41b8d2426af12aed6b3cbf3MD53TEXTVentilaçãoMecânicaInvasiva.pdf.txtVentilaçãoMecânicaInvasiva.pdf.txtExtracted texttext/plain61310https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/26925/4/Ventila%c3%a7%c3%a3oMec%c3%a2nicaInvasiva.pdf.txt8f999eee907989a47a6f2996013b0a01MD54THUMBNAILVentilaçãoMecânicaInvasiva.pdf.jpgVentilaçãoMecânicaInvasiva.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1224https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/26925/5/Ventila%c3%a7%c3%a3oMec%c3%a2nicaInvasiva.pdf.jpgbd6ef630ccf16c0a0c8aeb65a75db9c0MD55123456789/269252019-09-11 03:11:42.974oai:repositorio.ufu.br:123456789/26925w4kgbmVjZXNzw6FyaW8gY29uY29yZGFyIGNvbSBhIGxpY2Vuw6dhIGRlIGRpc3RyaWJ1acOnw6NvIG7Do28tZXhjbHVzaXZhLCBhbnRlcyBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gcG9zc2EgYXBhcmVjZXIgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvLiBQb3IgZmF2b3IsIGxlaWEgYSBsaWNlbsOnYSBhdGVudGFtZW50ZS4gQ2FzbyBuZWNlc3NpdGUgZGUgYWxndW0gZXNjbGFyZWNpbWVudG8gZW50cmUgZW0gY29udGF0byBhdHJhdsOpcyBkbyBlLW1haWwgIHJlcG9zaXRvcmlvQHVmdS5ici4KCkxJQ0VOw4dBIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpBbyBhc3NpbmFyIGUgZW50cmVnYXIgZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgby9hIFNyLi9TcmEuIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpOgoKYSkgQ29uY2VkZSDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBVYmVybMOibmRpYSBvIGRpcmVpdG8gbsOjby1leGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3Vtby9hYnN0cmFjdCkgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsIG91IGltcHJlc3NvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpby4KCmIpIERlY2xhcmEgcXVlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2UsIHRhbnRvIHF1YW50byBsaGUgw6kgcG9zc8OtdmVsIHNhYmVyLCBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuCgpjKSBTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBjb250w6ltIG1hdGVyaWFsIGRvIHF1YWwgbsOjbyBkZXTDqW0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IsIGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBwYXJhIGNvbmNlZGVyIMOgIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFViZXJsw6JuZGlhIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgY3Vqb3MgZGlyZWl0b3Mgc8OjbyBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBjb250ZcO6ZG8gZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLgoKU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBVYmVybMOibmRpYSwgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFViZXJsw6JuZGlhIGlkZW50aWZpY2Fyw6EgY2xhcmFtZW50ZSBvKHMpIHNldShzKSBub21lKHMpIGNvbW8gbyhzKSBhdXRvcihlcykgb3UgZGV0ZW50b3IgKGVzKSBkb3MgZGlyZWl0b3MgZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalONGhttp://repositorio.ufu.br/oai/requestdiinf@dirbi.ufu.bropendoar:2019-09-11T06:11:42Repositório Institucional da UFU - Universidade Federal de Uberlândia (UFU)false |
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