Adubação verde com leguminosas herbáceas perenes no Médio Vale do Jequitinhonha.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Diego Mathias Natal da
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFVJM
Texto Completo: http://acervo.ufvjm.edu.br:8080/jspui/handle/1/586
Resumo: O médio vale do Jequitinhonha apresenta condições climáticas adversas, tendendo para a semiaridez, com precipitações anuais abaixo de 1.000 mm, demandando estratégias de convivência com essas condições. Os solos agrícolas nessas regiões tropicais, por estarem expostos aos fenômenos climáticos, térmicos e hídricos, necessitam de proteção contínua, alcançada através da cobertura, viva ou morta, proporcionada principalmente por leguminosas herbáceas perenes utilizadas na adubação verde. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o comportamento e as potencialidades de leguminosas herbáceas perenes para uso como adubação verde, em recuperação ao período de seca, e avaliar a produção do quiabeiro em cultivo sobre a cobertura viva dessas leguminosas, sob manejo orgânico, na região do médio vale do Jequitinhonha/MG. Dois experimentos foram conduzidos: o primeiro com as leguminosas cudzu tropical (Pueraria phaseoloides), calopogônio (Calopogonium mucunoides), amendoim forrageiro (Arachis pintoi), soja perene (Glycine wightii), estilosantes campo grande (Stylosanthes capitata, Stylosanthes macrocephala) e com plantas espontâneas (controle); e o segundo com o quiabeiro cultivado em consórcio com essas leguminosas. O delineamento experimental utilizado nos dois experimentos foi o de blocos, nesse caso com quatro repetições. Observou-se que no primeiro experimento o cudzu e a soja perene restabeleceram-se na área, mais influenciados pela rebrota do que pelo ressemeio; o amendoim forrageiro e o estilosantes restabeleceram-se pelos dois métodos propagativos citados; e o calopogônio se restabeleceu praticamente por ressemeio. As espécies cudzu tropical, calopogônio, amendoim forrageiro e soja perene se destacaram para a cobertura do solo. O uso das leguminosas como cobertura permanente promoveu inibição e mudanças na composição das espécies de plantas espontâneas ao longo do tempo, com destaque para o cudzu. Todas as leguminosas proporcionaram menor temperatura do solo em relação ao controle, com destaque para o cudzu e amendoim forrageiro. O calopogônio se destacou entre as leguminosas com maior capacidade de retenção da umidade do solo. O uso de leguminosas perenes como calopogônio, cuduz tropical e soja perene, pode contribuir para o incremento de N, e a ciclagem dos macronutrientes, além do aumento da matéria orgânica sobre o solo, por meio do material senescente. Independentemente do tratamento, foram encontrados maiores valores de P, K, Mg, SB, pH e matéria orgânica nos primeiros 5 cm de profundidade. Os tratamentos calopogônio, cudzu e soja perene se destacaram, para o teor de K, Mg, SB, H+Al e T em todas as profundidades do solo, com o controle também se destacando para o teor de K. Em todas as profundidades, o solo sob cudzu revelou o menor valor de pH. Amendoim forrageiro, calopogônio e soja perene se destacaram para o teor de P na camada de 10 a 20 cm de profundidade do solo. O calopogônio apresentou os maiores teores de matéria orgânica em todas as profundidades, e independentemente do tratamento, na medida em que se aumenta a profundidade do solo, observam-se valores decrescentes para o teor de matéria orgânica. O controle, calopogônio, cudzu e estilosantes apresentaram o maior valor de carbono da matéria orgânica leve. No segundo experimento observou-se que após estiagem, com início do restabelecimento, cudzu tropical, soja perene e amendoim forrageiro, demonstraram considerável potencial de acúmulo de matéria seca na parte aérea. Após o corte, o calopogônio e o amendoim forrageiro restabeleceram-se bem, principalmente através de germinação, proporcionada pelo banco de sementes depositado no solo e também por rebrota, no caso do amendoim forrageiro. O cudzu e a soja perene promoveram menor presença de plantas espontâneas. Amendoim forrageiro e calopogônio se destacaram em proporcionar menor temperatura do solo e todas as leguminosas promoveram maior retenção de umidade do solo, com exceção do estilosantes, quando comparados com o controle. O quiabeiro cultivado sobre soja perene e cudzu tropical apresentou maiores alturas. A adubação verde com soja perene, estilosantes e cudzu tropical, proporcionou aumento no número e produtividade de frutos de quiabeiro por colheita, por somatório de colheitas, e por classe.
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spelling Silva, Diego Mathias Natal daGrazziotti, Paulo HenriqueFávero, ClaudenirOliveira, Fábio Luiz deGrazziotti, Paulo HenriqueUniversidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)Fávero, Claudenir2015-02-27T19:46:09Z2015-02-27T19:46:09Z20122012-01-27SILVA, Diego Mathias Natal da. Adubação verde com leguminosas herbáceas perenes no Médio Vale do Jequitinhonha. 2012. 79 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2012.http://acervo.ufvjm.edu.br:8080/jspui/handle/1/586O médio vale do Jequitinhonha apresenta condições climáticas adversas, tendendo para a semiaridez, com precipitações anuais abaixo de 1.000 mm, demandando estratégias de convivência com essas condições. Os solos agrícolas nessas regiões tropicais, por estarem expostos aos fenômenos climáticos, térmicos e hídricos, necessitam de proteção contínua, alcançada através da cobertura, viva ou morta, proporcionada principalmente por leguminosas herbáceas perenes utilizadas na adubação verde. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o comportamento e as potencialidades de leguminosas herbáceas perenes para uso como adubação verde, em recuperação ao período de seca, e avaliar a produção do quiabeiro em cultivo sobre a cobertura viva dessas leguminosas, sob manejo orgânico, na região do médio vale do Jequitinhonha/MG. Dois experimentos foram conduzidos: o primeiro com as leguminosas cudzu tropical (Pueraria phaseoloides), calopogônio (Calopogonium mucunoides), amendoim forrageiro (Arachis pintoi), soja perene (Glycine wightii), estilosantes campo grande (Stylosanthes capitata, Stylosanthes macrocephala) e com plantas espontâneas (controle); e o segundo com o quiabeiro cultivado em consórcio com essas leguminosas. O delineamento experimental utilizado nos dois experimentos foi o de blocos, nesse caso com quatro repetições. Observou-se que no primeiro experimento o cudzu e a soja perene restabeleceram-se na área, mais influenciados pela rebrota do que pelo ressemeio; o amendoim forrageiro e o estilosantes restabeleceram-se pelos dois métodos propagativos citados; e o calopogônio se restabeleceu praticamente por ressemeio. As espécies cudzu tropical, calopogônio, amendoim forrageiro e soja perene se destacaram para a cobertura do solo. O uso das leguminosas como cobertura permanente promoveu inibição e mudanças na composição das espécies de plantas espontâneas ao longo do tempo, com destaque para o cudzu. Todas as leguminosas proporcionaram menor temperatura do solo em relação ao controle, com destaque para o cudzu e amendoim forrageiro. O calopogônio se destacou entre as leguminosas com maior capacidade de retenção da umidade do solo. O uso de leguminosas perenes como calopogônio, cuduz tropical e soja perene, pode contribuir para o incremento de N, e a ciclagem dos macronutrientes, além do aumento da matéria orgânica sobre o solo, por meio do material senescente. Independentemente do tratamento, foram encontrados maiores valores de P, K, Mg, SB, pH e matéria orgânica nos primeiros 5 cm de profundidade. Os tratamentos calopogônio, cudzu e soja perene se destacaram, para o teor de K, Mg, SB, H+Al e T em todas as profundidades do solo, com o controle também se destacando para o teor de K. Em todas as profundidades, o solo sob cudzu revelou o menor valor de pH. Amendoim forrageiro, calopogônio e soja perene se destacaram para o teor de P na camada de 10 a 20 cm de profundidade do solo. O calopogônio apresentou os maiores teores de matéria orgânica em todas as profundidades, e independentemente do tratamento, na medida em que se aumenta a profundidade do solo, observam-se valores decrescentes para o teor de matéria orgânica. O controle, calopogônio, cudzu e estilosantes apresentaram o maior valor de carbono da matéria orgânica leve. No segundo experimento observou-se que após estiagem, com início do restabelecimento, cudzu tropical, soja perene e amendoim forrageiro, demonstraram considerável potencial de acúmulo de matéria seca na parte aérea. Após o corte, o calopogônio e o amendoim forrageiro restabeleceram-se bem, principalmente através de germinação, proporcionada pelo banco de sementes depositado no solo e também por rebrota, no caso do amendoim forrageiro. O cudzu e a soja perene promoveram menor presença de plantas espontâneas. Amendoim forrageiro e calopogônio se destacaram em proporcionar menor temperatura do solo e todas as leguminosas promoveram maior retenção de umidade do solo, com exceção do estilosantes, quando comparados com o controle. O quiabeiro cultivado sobre soja perene e cudzu tropical apresentou maiores alturas. A adubação verde com soja perene, estilosantes e cudzu tropical, proporcionou aumento no número e produtividade de frutos de quiabeiro por colheita, por somatório de colheitas, e por classe.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)Ministério do Desenvolvimento Agrário/Secretaria de Agricultura FamiliarDissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, 2012.ABSTRACT The médio vale do Jequitinhonha is severely punished by adverse climate conditions, tending to the semiarid, with annual rainfall below 1.000 mm, then it is required strategies for dealing with these conditions. Soils in these tropical regions need continuous protection because they are exposed to extreme climate, temperature and water. Bad consequences can be minimized by alive or dead coverage which came mainly from perennial herbaceous leguminous used for green manure. This study aimed to evaluate the performance and potential of perennial herbaceous leguminous to be used as green manure on recovery at dry period, and the production of okra cultivated on these leguminous living coverage, under organic management in the region of médio vale do Jequitinhonha/MG. Two experiments were conducted: the first one with tropical kudzu (Pueraria phaseoloides), calopo (Calopogonium mucunoides), forage peanut (Arachis pintoi), perennial soybeans (Glycine wightii), stylosanthes (Stylosanthes capitata, Stylosanthes macrocephala) and control group; and in the second one, okra was intercropped with these leguminous. A randomized block design was used with four replicates. It was observed that in the first experiment, the perennial soybean and kudzu had re-established themselves in the area, more influenced by re-growth than by re-seeding. Forage peanut and stylosanthes were restored by the two propagation methods mentioned, and calopo was restored by re-seeding. The tropical kudzu, calopo, forage peanut and perennial soybean species stood out on soil coverage. The use of leguminous plants as permanent coverage promoted inhibition and changes in the weed species composition of the species over time, emphasing kudzu. All leguminous plants provided lower soil temperature as compared to the control group, especially the kudzu and forage peanut. The calopo stood out among the leguminous plants with a greater capacity to retain soil humidity. The use of these perennial leguminous may contribute to the increase of N, and the cycling of macronutrients besides increasing organic matter on the soil through senescent material. Regardless of the treatment, higher values of P, K, Mg, SB, pH and organic matter were found in the first 5 cm depth. The calopo, kudzu and perennial soybean treatments stood out for the content of K, Mg, SB, T and H + Al in all soil depths, with the control group also standing out for the content of K. In all depths, the soil under kudzu showed the lowest pH value. Peanut forage, calopo and perennial soybean stood out for P content from 10 to 20 cm of soil depth. The calopo showed the highest levels of organic matter at all depths, regardling of the treatment. As soil depth increases, values of organic matter content decreases. The control group, calopo, kudzu and stylosanthes showed the greatest amount of carbon from light organic matter. In the second experiment it was observed that after dry time, beginning the restoration, kudzu tropical, perennial soybean and forage peanut, showed considerable potential for dry matter accumulation in shoots. After cutting, forage peanut and calopo had a great recoverage, mainly through germination, provided by the seed bank in the soil and also in the case of forage peanut re-growth. The kudzu and perennial soybean promoted lower re-infestation of weeds. Calopo and the forage peanut were better in providing lower soil temperature and all leguminous plants promoted a greater retention of soil humidity, except for stylosanthes, when compared to control group. The okra grown on soybeans and tropical kudzu presented higher heights. Green manure with perennial soybean, Kudzu and stylosanthes increased the number and the productivity of okra by harvest, by the sum of harvests, and by class.porAdubação verde com leguminosas herbáceas perenes no Médio Vale do Jequitinhonha.Green manure with perennial herbaceous legumes in the médio vale do Jequitinhonha.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisCiências AgráriasProdução VegetalCobertura-vivaPlantas de coberturaManejo do soloreponame:Repositório Institucional da UFVJMinstname:Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)instacron:UFVJMinfo:eu-repo/semantics/openAccessTHUMBNAILdiego_mathias_natal_silva.pdf.jpgdiego_mathias_natal_silva.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2683https://acervo.ufvjm.edu.br//bitstreams/84420622-6f1a-42fa-a7a6-32d03dc8cf66/downloadad9eaac2836fe384363ceeef336a1bd8MD57falseAnonymousREADORIGINALdiego_mathias_natal_silva.pdfapplication/pdf928043https://acervo.ufvjm.edu.br//bitstreams/6245564d-90e5-47f3-8b78-a3ed63c06d51/download9eff581b95268e24883923008dfea1b5MD51trueAnonymousREADCC-LICENSElicense_urlapplication/octet-stream52https://acervo.ufvjm.edu.br//bitstreams/f419fa95-1ae4-440e-91de-ecc770d7f8f3/download3d480ae6c91e310daba2020f8787d6f9MD52falseAnonymousREADlicense_textapplication/octet-stream0https://acervo.ufvjm.edu.br//bitstreams/7bc8f1d9-ab1f-4542-bffe-8926b2960e4d/downloadd41d8cd98f00b204e9800998ecf8427eMD53falseAnonymousREADlicense_rdfapplication/octet-stream23898https://acervo.ufvjm.edu.br//bitstreams/61be4b03-7495-4042-b8ec-c2505bf22830/downloade363e809996cf46ada20da1accfcd9c7MD54falseAnonymousREADLICENSElicense.txttext/plain2109https://acervo.ufvjm.edu.br//bitstreams/a06f665d-5672-462c-b727-eeaeec5ace6c/downloadaa477231e840f304454a16eb85a9235fMD55falseAnonymousREADTEXTdiego_mathias_natal_silva.pdf.txtdiego_mathias_natal_silva.pdf.txtExtracted texttext/plain202081https://acervo.ufvjm.edu.br//bitstreams/7ce7216b-9db3-4b41-87bd-9103bbb5e490/download69fe4ed38b1023cb26f2e5f2a9202795MD56falseAnonymousREAD1/5862024-09-12 06:38:09.372open.accessoai:acervo.ufvjm.edu.br:1/586https://acervo.ufvjm.edu.br/Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufvjm.edu.brrepositorio@ufvjm.edu.bropendoar:21452024-09-12T06:38:09Repositório Institucional da UFVJM - 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