Caracterização de solos de manguezais e de restinga no município de Ilhéus-Bahia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Felipe Haenel
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10767
Resumo: Os manguezais e as restingas são ecossistemas localizados na interface dos meios terrestre, fluvial e marinho. Estão presentes em praticamente todo o litoral brasileiro. Apesar da grande importância ecológica destes ecossistemas, são ainda escassos os estudos mais pormenorizados das características dos solos que os sustentam. O presente trabalho teve como objetivos caracterizar química, física e mineralogicamente solos de restingas e manguezais localizados em Ilhéus-Bahia; caracterizar quimicamente plantas de espécies típicas ou associadas a estes manguezais; e avaliar a relação homem-mangue na região, através de entrevistas com famílias que exploram e/ou residem em manguezais. Para tanto, foram selecionados cinco solos de manguezais, ao longo do Rio Almada, norte de Ilhéus, e para as restingas, três solos sob diferentes coberturas vegetais. Os solos sob manguezal apresentaram no geral textura franco-arenosa ou mais grosseira. A coloração predominante nos solos de manguezais estudados é a cinza-escuro, com baixos valores de croma e matiz, reflexo do acúmulo de matéria orgânica. Devido à constituição predominantemente arenosa, não apresentaram plasticidade ou pegajosidade. Os valores de CTC e carbono orgânico dos solos de manguezais foram elevados, evidenciando a participação da matéria orgânica na CTC, bem como a presença de argilominerais 2:1 expansíveis. Eles apresentam, em algumas camadas (tiomórficas), elevados teores de alumínio juntamente com elevados teores de bases trocáveis, especialmente o magnésio, reflexo da influência da água do mar. O tiomorfismo foi confirmado, além do abaixamento do pH, pela presença de enxofre no extrato de sais solúveis. De um modo geral, a salinidade foi maior quanto mais próximo à foz do rio e aumentou em profundidade. Os teores de ferro obtidos pela extração com oxalato ácido de amônio e ditionito-citrato- bicarbonato (DCB) foram muito próximos, indicando a pequena presença de óxidos de ferro cristalinos nestes solos. O ataque sulfúrico evidenciou a pobreza em ferro dos solos de manguezais estudados, excetuando-se um solo, que é influenciado pelo material de origem de rochas do complexo cristalino, dada sua posição mais próxima à encosta. O fracionamento das substâncias húmicas demonstrou a riqueza deste ambiente em humina, sugerindo alguma relação com o tanino, composto encontrado em quantidade apreciável na vegetação deste ecossistema . A mineralogia da fração argila dos solos de manguezais em questão é composta de caulinita, micas, argilominerais 2:1 expansíveis e pirita. Na fração silte estão presentes, além de mica, caulinita e pirita, o quartzo, feldspatos e apenas em um solo, influenciado pelas rochas do complexo cristalino, goethita e ilmenita. Este solo possui características distintas dos outros solos de manguezais estudados apresentando maiores teores de ferro, alumínio, sílica e fósforo pelo ataque sulfúrico, além da baixa salinidade, que permite o desenvolvimento de uma vegetação diferenciada, composta de aninga (Montrichardia arborescens). Os solos sob restinga apresentaram textura arenosa, reflexo do material de origem, sendo que o um deles apresenta dominantemente areia grossa. Apresentam cores brunadas em profundidade, correspondendo ao horizonte espódico. A CTC é baixa e são solos álicos, à exceção do horizonte O de um dos solos, coletado sob uma restinga arbórea e densa. A extração de ferro com oxalato e DCB demonstrou a menor cristalinidade dos horizontes espódicos. O fracionamento de substâncias húmicas mostra o enriquecimento da fração ácidos fúlvicos, indicando iluviação. As plantas de manguezais apresentaram predominância, principalmente nas folhas, de sódio, atribuído a mecanismos de exclusão de sais presente nestas plantas adaptadas. Não apresentaram concentração significativa de elementos traços. As entrevistas mostraram a precária condição de vida experimentada pelos moradores dos manguezais, especialmente os da comunidade de São Domingos, na zona urbana de Ilhéus. Em Acuípe, ao sul da cidade de Ilhéus, apesar das condições de miserabilidade, os moradores parecem conhecer e usufruir melhor a riqueza do ecossistema.
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spelling Costa, Liovando Marciano daBarros, Nairam Félix deGomes, Felipe Haenelhttp://lattes.cnpq.br/7201421383401608Ker, João Carlos2017-06-20T18:23:51Z2017-06-20T18:23:51Z2002-06-26GOMES, Felipe Haenel. Caracterização de solos de manguezais e de restinga no município de Ilhéus-Bahia. 2002. 96 f. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2002.http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10767Os manguezais e as restingas são ecossistemas localizados na interface dos meios terrestre, fluvial e marinho. Estão presentes em praticamente todo o litoral brasileiro. Apesar da grande importância ecológica destes ecossistemas, são ainda escassos os estudos mais pormenorizados das características dos solos que os sustentam. O presente trabalho teve como objetivos caracterizar química, física e mineralogicamente solos de restingas e manguezais localizados em Ilhéus-Bahia; caracterizar quimicamente plantas de espécies típicas ou associadas a estes manguezais; e avaliar a relação homem-mangue na região, através de entrevistas com famílias que exploram e/ou residem em manguezais. Para tanto, foram selecionados cinco solos de manguezais, ao longo do Rio Almada, norte de Ilhéus, e para as restingas, três solos sob diferentes coberturas vegetais. Os solos sob manguezal apresentaram no geral textura franco-arenosa ou mais grosseira. A coloração predominante nos solos de manguezais estudados é a cinza-escuro, com baixos valores de croma e matiz, reflexo do acúmulo de matéria orgânica. Devido à constituição predominantemente arenosa, não apresentaram plasticidade ou pegajosidade. 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Este solo possui características distintas dos outros solos de manguezais estudados apresentando maiores teores de ferro, alumínio, sílica e fósforo pelo ataque sulfúrico, além da baixa salinidade, que permite o desenvolvimento de uma vegetação diferenciada, composta de aninga (Montrichardia arborescens). Os solos sob restinga apresentaram textura arenosa, reflexo do material de origem, sendo que o um deles apresenta dominantemente areia grossa. Apresentam cores brunadas em profundidade, correspondendo ao horizonte espódico. A CTC é baixa e são solos álicos, à exceção do horizonte O de um dos solos, coletado sob uma restinga arbórea e densa. A extração de ferro com oxalato e DCB demonstrou a menor cristalinidade dos horizontes espódicos. O fracionamento de substâncias húmicas mostra o enriquecimento da fração ácidos fúlvicos, indicando iluviação. As plantas de manguezais apresentaram predominância, principalmente nas folhas, de sódio, atribuído a mecanismos de exclusão de sais presente nestas plantas adaptadas. Não apresentaram concentração significativa de elementos traços. As entrevistas mostraram a precária condição de vida experimentada pelos moradores dos manguezais, especialmente os da comunidade de São Domingos, na zona urbana de Ilhéus. Em Acuípe, ao sul da cidade de Ilhéus, apesar das condições de miserabilidade, os moradores parecem conhecer e usufruir melhor a riqueza do ecossistema.The mangrove and restingas (coastal reefs) are ecosystems that occur in the interface between terrestrial, fluvial and marine environments, and are present along practically all the Brazilian coast side. Despite the great ecological importance of these ecosystems, there are few detailed studies about the soils that occur in these areas. The objective of this work was to characterize the soils of mangrove and restinga areas located in Ilhéus-Bahia with reference to their chemical, physical and mineralogical attributes and to proceed a chemical characterization of typical plant species. The relationship between the families that explore or live in the mangrove and their environment was also evaluated by means of interviews. Five mangrove soils were studied along the Almada River, north of Ilhéus, as well as three restinga soils, each under different vegetation. The mangrove soils presented coarse texture, low chrome and matiz, high cation exchange capacity (CEC) and high organic carbon levels, evidencing the participation of organic matter and expansible minerals in the CEC. These soils presented in some layers (acid sulfate soils), high Al levels and high exchangeable cation levels, specially magnesium, ixreflecting the influence of seawater. The presence of sulfur in the extract of soluble salts, as well as the pH reduction, confirmed the acid sulfate aspect of these soils. In general, salinity increased towards the mouth of the river and with depth. The iron levels obtained with acid ammonium oxalate and dithionite-citrate-bicarbonate (DCB) were very similar, indicating small amounts of crystalline iron oxides in these soils. The sulfuric digestion evidenced the low iron content of the studied mangrove soils, except for one, which is influenced by crystalline rocks. The fractionation of humic substances revealed high levels of humin in the mangrove environment, which may be related with tanine compounds, widely present in mangrove vegetation. The clay mineralogy is composed of kaolinite, micas, 2:1 expansible minerals and pirite while quartz and feldspars also occur in the silt fraction. The soil affected by crystalline rocks presented also goethite and ilmenite. This soil also presented higher iron, aluminium, silicium and phosphorous levels after sulfuric digestion, as well as low salinity, which accounts for the presence of different vegetation, composed by Montrichardia arborescens. The soils under restinga presented sandy texture, bruned coloring with depth indicating the presence of a spodic horizon, low CEC and high aluminium saturation, except for an organic horizon collected under dense arboreous restinga. The iron extraction with ammonium oxalate and DCB evidenced the less crystalline mineralogy of spodic horizons. The fractionation of humic substances showed an enrichment of fulvic acids, indicating illuviation. The mangrove vegetation presented a dominance of sodium, specially in the leaves, which is attributed to the salt exclusion mechanisms verified in these adapted species and no significant concentration of trace elements was detected. Interviews with mangrove inhabitants evidenced the extremely miserable life conditions, specially in the São Domingos community, urban part of Ilhéus. In Açuípe, south of Ilhéus, locals seem to better utilize the natural resources offered by the mangrove.Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de ViçosaSolos de mangueTiomorfismoSolos de restingasEspodossolosCiências AgráriasCaracterização de solos de manguezais e de restinga no município de Ilhéus-BahiaCaracterization of mangrove and restinga soils in Ilhéus-Bahia, Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de SolosMestre em Solos e Nutrição de PlantasViçosa - MG2002-06-26Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf2019011https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/10767/1/texto%20completo.pdf94164e5172dabc7a7ce4f40b1c94c423MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/10767/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3759https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/10767/3/texto%20completo.pdf.jpgcf82edc68b99cf68c9be25b7351cdc72MD53123456789/107672017-06-20 23:00:34.942oai:locus.ufv.br:123456789/10767Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452017-06-21T02:00:34LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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