Pela “honra pública e notória”: a familiatura do Santo Ofício da Inquisição em Pernambuco (1750-1800)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, Juliana de Holanda Alves
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: https://locus.ufv.br/handle/123456789/32553
Resumo: Durante o Antigo Regime, honra e nobreza eram características que se identificavam com o conceito de pureza de sangue. A ocupação de um cargo público era um atestado de nobreza e ascendência limpa de sangue. Havia, portanto, um desejo de elevação do status social e um dos caminhos possíveis era a obtenção de uma patente de um cargo oficial. Assim, uma política de controle esteve presente nas várias instituições do Antigo Regime. Uma destas instituições, e até uma das que mais tinham como objetivo o controle social e, sobretudo, das consciências, era a Inquisição. No complexo quadro de agentes que serviam à Inquisição, havia os Familiares do Santo Ofício, cujo cargo podia ser ocupado por leigos e conferiam certos privilégios ao habilitado. Especialmente na segunda metade do século XVIII, pudemos observar um aumento no número de solicitações para Familiar no Brasil e, mais especificamente em Pernambuco 280 homens ditos “bons” requereram uma Carta de Familiatura e obtiveram sucesso. Isto leva-nos a questionar os reais motivos da investidura desses cargos e ainda faz-nos perceber o quão importante era para aquela sociedade o “testemunho público e notório” da pureza de sangue, posto que ascender a um cargo oficial, fosse da Inquisição ou outra instituição Régia, favorecia este reconhecimento.
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