Efeitos da vegetação no conforto ambiental interno em Edifícios Corporativos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Antunes, Flávia Corrêa Borges
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9206
Resumo: O surgimento e o crescimento das cidades têm provocado desequilíbrios no meio ambiente. Esse crescimento contribui para o aumento da temperatura média do planeta, a diminuição da quantidade de áreas verdes e das espécies vegetais existentes, altera o clima urbano e reduz as superfícies de absorção térmica, o que realça o efeito da ilha de calor. Uma forma para atenuar o clima urbano é a utilização do paisagismo vertical, realidade em várias regiões brasileiras. Todavia, o paisagismo é voltado principalmente para fatores estéticos associados a projetos arquitetônicos. Em alguns casos, esses fatores resultam em uma baixa eficiência energética das construções e conseqüentemente a insatisfação por parte dos usuários. Nesse contexto, percebeu-se a necessidade de desenvolver o presente trabalho visando a investigar as condições para implantar áreas verdes em Edifícios Corporativos e a delinear meios para controle natural da temperatura e da ventilação. Do ponto de vista experimental, a pesquisa foi realizada de fevereiro a março de 2003, em dois Edifícios Corporativos localizados próximos à área central da cidade de Viçosa - MG. Estes edifícios são vizinhos e diferem quanto aos materiais construtivos, orientação solar e aberturas para ventilação. Para realização do experimento foram escolhidas algumas salas dos edifícios, nas quais foram colocados vasos com plantas, próximos às paredes externas sujeitas a maior intercâmbio térmico devido a efeitos do sol e dos ventos. De acordo com as dimensões das salas, foram escolhidos os pontos para medição de fatores ambientais térmicos, de umidade e de ventilação. Em todos os pontos foram feitas medições no ar nas alturas de 0,80 m e 1,50 m do piso. Nos edifícios A e B, a inclusão de vegetação fez com que a temperatura abaixasse e a umidade aumentasse, o que repercutiu também nas salas próximas que não tinham a presença de plantas. Isso aconteceu porque a maior parte das salas ficava com as portas e janelas abertas. No edifício A, ao longo do período de medições sem vegetação, as temperaturas do ar oscilaram entre 23,5 e 32,8oC e as umidades relativas do ar entre 45 e 82%. Com a inclusão de vegetação, ocorreram reduções da temperatura de 1 a 5oC e aumento da umidade relativa de 8 a 22%. No edifício B, as temperaturas do ar oscilaram entre 24,5 e 30,9oC e as umidades relativas do ar entre de 49 e 79%. Com a inclusão de vegetação, ocorreram reduções da temperatura de 4,3 a 5,5oC e aumento da umidade relativa de 11 a 18%. Conjugando-se as variáveis ambientais associadas à condição de céu claro, pode-se dizer que, na maioria das salas, a sensação de conforto melhorou. Ainda que, de um modo geral, as temperaturas do ar em dias com vegetação tenham ficado próximas ou na faixa de conforto ótimo, a sensação de conforto não foi ótima devido ao aumento da umidade relativa. Ou seja, a quantidade e o tipo de vegetação e/ou déficits de ventilação influíram na condição de conforto. Avaliando os resultados em dias de céu nublado, verificou-se que mesmo a temperatura diminuindo, a presença de vegetação permitiu um aumento acentuado da umidade relativa, fazendo com que as salas ficassem desconfortáveis. A sala de computação gráfica, no edifício A, era o único ambiente com ar-condicionado e em todas as medições com e sem vegetação a sala permaneceu dentro dos limites de conforto. Baseando-se nos edifícios estudados, concluiu-se que o volume de vegetação dentro das salas não deve ser acima de 6% do volume do ambiente, tanto para condições de céu claro como nublado. Acima disso, em ambientes com baixíssima ventilação (var < 0,1 m/s), há grande tendência de se verificarem umidades relativas superiores a 75%, em condição de verão, aumentando as manifestações de desconforto higrotérmico.
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Todavia, o paisagismo é voltado principalmente para fatores estéticos associados a projetos arquitetônicos. Em alguns casos, esses fatores resultam em uma baixa eficiência energética das construções e conseqüentemente a insatisfação por parte dos usuários. Nesse contexto, percebeu-se a necessidade de desenvolver o presente trabalho visando a investigar as condições para implantar áreas verdes em Edifícios Corporativos e a delinear meios para controle natural da temperatura e da ventilação. Do ponto de vista experimental, a pesquisa foi realizada de fevereiro a março de 2003, em dois Edifícios Corporativos localizados próximos à área central da cidade de Viçosa - MG. Estes edifícios são vizinhos e diferem quanto aos materiais construtivos, orientação solar e aberturas para ventilação. Para realização do experimento foram escolhidas algumas salas dos edifícios, nas quais foram colocados vasos com plantas, próximos às paredes externas sujeitas a maior intercâmbio térmico devido a efeitos do sol e dos ventos. De acordo com as dimensões das salas, foram escolhidos os pontos para medição de fatores ambientais térmicos, de umidade e de ventilação. Em todos os pontos foram feitas medições no ar nas alturas de 0,80 m e 1,50 m do piso. Nos edifícios A e B, a inclusão de vegetação fez com que a temperatura abaixasse e a umidade aumentasse, o que repercutiu também nas salas próximas que não tinham a presença de plantas. Isso aconteceu porque a maior parte das salas ficava com as portas e janelas abertas. No edifício A, ao longo do período de medições sem vegetação, as temperaturas do ar oscilaram entre 23,5 e 32,8oC e as umidades relativas do ar entre 45 e 82%. Com a inclusão de vegetação, ocorreram reduções da temperatura de 1 a 5oC e aumento da umidade relativa de 8 a 22%. No edifício B, as temperaturas do ar oscilaram entre 24,5 e 30,9oC e as umidades relativas do ar entre de 49 e 79%. Com a inclusão de vegetação, ocorreram reduções da temperatura de 4,3 a 5,5oC e aumento da umidade relativa de 11 a 18%. Conjugando-se as variáveis ambientais associadas à condição de céu claro, pode-se dizer que, na maioria das salas, a sensação de conforto melhorou. Ainda que, de um modo geral, as temperaturas do ar em dias com vegetação tenham ficado próximas ou na faixa de conforto ótimo, a sensação de conforto não foi ótima devido ao aumento da umidade relativa. Ou seja, a quantidade e o tipo de vegetação e/ou déficits de ventilação influíram na condição de conforto. Avaliando os resultados em dias de céu nublado, verificou-se que mesmo a temperatura diminuindo, a presença de vegetação permitiu um aumento acentuado da umidade relativa, fazendo com que as salas ficassem desconfortáveis. A sala de computação gráfica, no edifício A, era o único ambiente com ar-condicionado e em todas as medições com e sem vegetação a sala permaneceu dentro dos limites de conforto. Baseando-se nos edifícios estudados, concluiu-se que o volume de vegetação dentro das salas não deve ser acima de 6% do volume do ambiente, tanto para condições de céu claro como nublado. Acima disso, em ambientes com baixíssima ventilação (var < 0,1 m/s), há grande tendência de se verificarem umidades relativas superiores a 75%, em condição de verão, aumentando as manifestações de desconforto higrotérmico.The arrival and growth of cities has created an unstable environment. This growth has contributed for increasing the average temperature of the planet. The decrease of the quantity of green areas and the existing vegetation species, alter the urban climate and reduce the thermal intake of surfaces, which highlights the effects over the heat island. A way of attenuating the urban climate is the use of vertical landscaping, which is already a reality in many regions of Brazil. However, landscaping is regarded mainly to aesthetics factors related to architectural projects, in some cases these factors result in a low energy efficiency of constructions e consequently no satisfaction by part of users. The necessity of developing the present study with the aim of investigating the conditions for implanting green areas in business buildings and delineating means for natural control of the temperature and ventilation was noticed in this context. From an experimental point of view, the research was carried on from February to March of 2003, in two buildings, both located close to the central green area of Viçosa (MG).These buildings are next to each other and differ on constructive materials, solar orientation and fends for ventilation. For the realization of the experiment some rooms of both buildings were picked out. Vases with plants were put next to the external walls which were subject to a greater thermal interchange due to sun and wind effects. According to dimensions of the room, some points were chosen for the measuring of humidity and ventilation. In all points, air measurements were conducted at the height of 0.80m and 1.50m from the floor. In buildings A and B, the inclusion of vegetation made the temperature drop and the humidity rise, also reflecting on the offices which were close and had no presence of plants. This happened because most part of the offices had their doors and windows kept open. In building A, throughout the measuring period without plants, the air temperatures varied from 23.5 and 32.8° and the relative air humidity from 45 to 82%. With C the inclusion of vegetation, there were temperature drops of 1 to 5° and an C increase from 8 to 22% for the relative humidity. In building B, the air temperatures varied from 24.5 to 30.9° and the relative humidity among 49 C and 79%. With the inclusion of vegetation there were reductions of temperature from 4.3 to 5.5° and an increase of the relative humidity from 11% to 18%. C Conjugating the environmental variables associated with the condition of clear skies, it can be said that in most offices, the sensation of comfort was improved. Although the air temperatures in days with plants were kept close to or at the very good comfort range, the sensation of comfort was not, due to the increase of the relative humidity. In other words, the quantity and type of plants and/or deficit of ventilation influenced the comfort condition. Evaluating the results on cloudy days, it was verified that although the temperature dropped, the presence of plants resulted in a prominent increase of the relative humidity making the offices uncomfortable. The computer graphics room in building A was the only quarter equipped with air-conditioning and in all the measurements, with and without plants, the room had stayed within the comfort limits. Based on the buildings which were studied, it was concluded that volume of plants inside the offices should not be over 6% of the volume of the environment, whether for clear sky or cloudy sky conditions. Over this limit, in places with a very low ventilation (var < 0,1 m/s), it was verified a relative humidity above 75% in summer conditions, which increases the hygrothermal uncomfort.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de ViçosaConforto AmbientalEdifícios CorporativosMeio AmbienteVegetaçãoCiências AgráriasEfeitos da vegetação no conforto ambiental interno em Edifícios CorporativosEffects of the vegetation upon internal environment comfort inside Business Buildingsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Engenharia FlorestalMestre em Ciência FlorestalViçosa - MG2003-11-21Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf2641742https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9206/1/texto%20completo.pdf65a0cc1fd1a5cda13f174095e75f1714MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9206/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3744https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9206/3/texto%20completo.pdf.jpg7f5c34987f212de0861d5acf4f25885dMD53123456789/92062016-12-15 22:00:24.313oai:locus.ufv.br:123456789/9206Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452016-12-16T01:00:24LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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