Brazilian future land-use dynamics and impacts of deforestation policies

• Autor(a) principal: Ambrósio, Geanderson Eduardo
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: eng
• Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
• Texto Completo: https://locus.ufv.br//handle/123456789/27524
• topic: Desmatamento; Solos - Uso; Agricultura - Aspectos ambientais; Brasil; Economia Aplicada

O uso da terra interage com a relação dicotômica entre produção agrícola e a conservação da floresta, depende de características socioeconômicas e biofísicas, e possui dinâmicas específicas de tempo e geográficas. Políticas ambientais nacionais podem determinar mudanças de uso da terra em nível nacional e, devido a mercados globais interconectados, afetam também essa dinâmica em nível internacional, de formas positivas ou negativas. A presente pesquisa usa um modelo global de uso da terra para i) projetar e avaliar a dinâmica brasileira de uso da terra ao longo deste século e ii) os impactos nacionais e internacionais das políticas brasileiras de desmatamento até 2050. Os resultados sugerem que o uso da terra no Brasil pode evoluir em diversos caminhos, dependendo dos pressupostos socioeconômicos e biofísicos. A área de pastagem reduz nas próximas décadas, enquanto a área agrícola expande sobre pastagens abandonadas até 2040, especialmente no sul e nordeste. O desmatamento e depleção de áreas naturais reduz e se estabiliza nas próximas décadas e essa dinâmica pode ser devido ao abandono das pastagens e às políticas de redução do desmatamento. Caso siga-se as trajetórias que mantém a temperatura média global abaixo de 2 graus, o Brasil se beneficiaria do estabelecimento de um mercado de biocombustíveis produzindo e exportando culturas de bioenergia, mas em um cenário de aumento dos preços dos alimentos devido à maior competição agrícola. Os resultados sobre a política desmatamento na Amazônia Legal e Cerrado contribuem com uma preservação líquida de até 50 milhões de hectares de florestas entre 1995 e 2050. Tal política promove também realocação agropecuária para outros países, resultando em desmatamento e emissões de Carbono nesses países, porém estes efeitos não são maiores que a mitigação brasileira. Esse contrapeso demonstra que os resultados de mitigação do Brasil são mais altos do que sua contribuição efetiva para a mitigação global. Por um lado, os diversos caminhos de uso da terra até 2100 sugerem que o Brasil ainda pode ter tempo para conduzir suas mudanças de uso da terra de acordo com seus melhores interesses. No entanto, como os resultados globais relativos são mais baixos do que os resultados individuais brasileiros, o tempo que o Brasil ainda pode ter para agir e direcionar seu uso da terra também deve ser usado para desenvolver políticas internacionais cooperativas de mitigação a fim de aumentar a eficácia global dessas políticas.