Avaliando a igualdade inicial de parcelas gêmeas em experimentos sobre produtividade florestal

• Autor(a) principal: Rodrigues, Caroline Ribeiro
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
• Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/15299
• topic: Florestas - Crescimento; Florestas - Medição; Levantamentos florestais; Economia florestal; Manejo Florestal

O arranjo das parcelas gêmeas possibilita avaliar o efeito da aplicação de tratamentos silviculturais na produtividade florestal, abrangendo diferentes sítios. Um importante aspecto a ser considerado, no entanto, consiste em garantir a igualdade entre as parcelas experimentais (gêmeas) pareadas às parcelas de inventário florestal contínuo (IFC) no início das avaliações. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar metodologias para definição da igualdade inicial entre as parcelas do IFC e gêmeas. Foram utilizados dados de inventário de 191 Cases, sendo cada Case composto por uma parcela gêmea e sua respectiva parcela do IFC. A igualdade entre as parcelas (IFC e gêmea) na primeira medição foi avaliada em termos de produção por unidade de área e de estrutura interna. Para primeira abordagem, a produção em nível de área (m3ha -1 ) foi comparada considerando duas alternativas: o teste “t” de Student para amostras dependentes e a estatística não paramétrica de Wilcoxon. Em termos de estrutura interna, avaliou-se a heterogeneidade das parcelas por meio do Coeficiente de Gini, calculado para o volume individual das árvores das parcelas; e a aderência das distribuições diamétricas observadas e estimadas pelo ajuste da função Weibull de dois parâmetros, por meio dos testes Kolmogorov-Smirnov, Qui-quadrado e L&O. Em virtude do não atendimento da pressuposição de normalidade, mesmo após transformação dos dados pelo procedimento de Box-Cox, não foi possível realizar a avaliação da igualdade da produção em nível de área (m3ha -1 ) pelo teste “t” de Student. Assim sendo, pela aplicação do teste de Wilcoxon, não houve diferença média entre a produção por unidade de área das duas categorias de parcelas (p > 0,05). Quanto à estrutura interna dos pares de parcelas (IFC e gêmea), os valores de Coeficientes de Gini evidenciaram diferenças quanto a distribuição dos volumes das árvores dentro dos Cases. Haja vista o reduzido número de árvores por parcela (em média 22 árvores) e a distribuição delas nas respectivas classes de diâmetro, não houve aderência das distribuições observadas à função Weibull, nem foi possivel realizar os testes de aderência de Qui-quadrado e Kolmogorov-Smirnov às distribuições observadas e estimadas. Como alternativa, procedeu-se à avaliação da igualdade das distribuições de diâmetros observadas das parcelas pelo teste L&O, em que foi verificada diferença (p < 0,05) para 29 % dos pares de parcelas, na idade inicial. Diante dos resultados, conclui-se que a comparação de produções médias não é suficiente para estudos desta natureza. O teste de Wilcoxon (não paramétrico) também não foi suficiente para garantir a igualdade estatística das parcelas na idade inicial, uma vez que foram observadas desigualdades significativas da estrutura interna das parcelas. Desta forma, ao estabelecer experimentos com parcelas gêmeas, deve-se garantir que estas tenham área suficiente para incluir um número de árvores suficiente para caracterizar e comparar a estrutura interna dos dois tipos de parcelas e, desse modo, permitir concluir corretamente sobre o efeito de tratamentos como a fertilização, matocompetição e irrigação.