A comida na cultura pomerana: simbolismo, identidade e sociabilidade
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | LOCUS Repositório Institucional da UFV |
Texto Completo: | http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6327 |
Resumo: | Os pomeranos são um grupo étnico proveniente da extinta Pomerânia, região da Europa situada entre a Alemanha e a Polônia. Por motivos de guerra, fome e perseguição religiosa, esse grupo emigrou para o Brasil a partir de 1859 e outros países em busca de novas perspectivas de vida. Em seu novo país reconstituíram seus modos de vida e reinventaram alguns aspectos de sua cultura. Diante da amplitude e dinâmica da cultura, a comida pomerana se tornou objeto principal de estudo por estar presente em praticamente todos os contextos e por pressupor que a comida cotidiana e a presente nos rituais e festividades pomeranos são importantes marcadores de identidade grupal, estão dotados de simbolismos e atuam na mediação e na manutenção das relações sociais entre as famílias. Assim, objetivou-se estudar a cultura pomerana e os marcadores de identidade do seu povo, em especial os aspectos culturais da comida pomerana em seu uso ritual e cotidiano pelos imigrantes residentes em Santa Maria de Jetibá e em Itarana Espírito Santo - Brasil. Trata-se de um estudo qualitativo, mais especificamente, de uma etnografia sobre pomeranos. A coleta de dados se deu por meio de observação participante e entrevistas em profundidade acerca de assuntos como identidade pomerana, a comida no cotidiano e nas festividades e suas transformações e permanências ao longo das gerações, bem como sobre mutirões, sociabilidade e relações de trocas entre os pomeranos. Os dados de campo permitem afirmar que longe da Pomerânia e dos antepassados, os imigrantes reinventaram os seus modos de vida no Brasil. Entretanto, a cultura continua sendo pomerana, uma vez que o ato de emigrar significou um rompimento com o país de origem, mas não com as suas tradições. Assim, muitos dos aspectos culturais pomeranos continuam presentes e marcam a sua identidade tais como a língua, a forma de ser, de trabalhar e de festejar, a religião, o vestuário, a arquitetura e a comida, que está muito ligada à história e aos primórdios da imigração pomerana ao Brasil, pois, diante dos desafios, reinventaram suas práticas alimentares de acordo com suas necessidades e disponibilidade de alimentos em cada período. As tradições e os rituais alimentares contêm e transportam as culturas de quem as pratica, constituindo-se em heranças que são preservadas e repassadas entre as gerações, e que estão dotadas de simbolismos, crenças e afetividades. A comida também incorpora dimensões sociais e culturais que podem ser evidenciadas nos atos de doar, receber e retribuir presentes alimentares entre familiares, amigos e vizinhos. O trabalho é um marcador de identidade pomerana fundamental, pois por meio dele percebe-se as formas de organização da sociedade, questões de gênero e transmissão de herança. Ressalta-se o trabalho em mutirão para realização de atividades de interesse coletivo, sejam eles trabalhos comunitários, agrícolas ou até mesmo a organização de festividades. Além desses aspectos, os idosos foram considerados guardiões da cultura pomerana. No entanto, os adultos e jovens também apresentaram seu ponto de vista e notou-se divergentes percepções, em que para os idosos os aspectos culturais pomeranos e a comida não deveriam ter sido tão ressignificados e na perspectiva dos adultos e jovens, não há problemas nas mudanças pela qual as comunidades pomeranas têm passado, desde que elas convivam no mesmo espaço que as tradições. |
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Schmidt, Adrielehttp://lattes.cnpq.br/0227474386338036Farias, Rita de Cássia Pereira2015-10-20T08:53:43Z2015-10-20T08:53:43Z2015-03-24SCHMIDT, Adriele. A comida na cultura pomerana: simbolismo, identidade e sociabilidade. 2015. 190f. Dissertação (Mestrado em Economia Doméstica) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2015.http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6327Os pomeranos são um grupo étnico proveniente da extinta Pomerânia, região da Europa situada entre a Alemanha e a Polônia. Por motivos de guerra, fome e perseguição religiosa, esse grupo emigrou para o Brasil a partir de 1859 e outros países em busca de novas perspectivas de vida. Em seu novo país reconstituíram seus modos de vida e reinventaram alguns aspectos de sua cultura. Diante da amplitude e dinâmica da cultura, a comida pomerana se tornou objeto principal de estudo por estar presente em praticamente todos os contextos e por pressupor que a comida cotidiana e a presente nos rituais e festividades pomeranos são importantes marcadores de identidade grupal, estão dotados de simbolismos e atuam na mediação e na manutenção das relações sociais entre as famílias. Assim, objetivou-se estudar a cultura pomerana e os marcadores de identidade do seu povo, em especial os aspectos culturais da comida pomerana em seu uso ritual e cotidiano pelos imigrantes residentes em Santa Maria de Jetibá e em Itarana Espírito Santo - Brasil. Trata-se de um estudo qualitativo, mais especificamente, de uma etnografia sobre pomeranos. A coleta de dados se deu por meio de observação participante e entrevistas em profundidade acerca de assuntos como identidade pomerana, a comida no cotidiano e nas festividades e suas transformações e permanências ao longo das gerações, bem como sobre mutirões, sociabilidade e relações de trocas entre os pomeranos. Os dados de campo permitem afirmar que longe da Pomerânia e dos antepassados, os imigrantes reinventaram os seus modos de vida no Brasil. Entretanto, a cultura continua sendo pomerana, uma vez que o ato de emigrar significou um rompimento com o país de origem, mas não com as suas tradições. Assim, muitos dos aspectos culturais pomeranos continuam presentes e marcam a sua identidade tais como a língua, a forma de ser, de trabalhar e de festejar, a religião, o vestuário, a arquitetura e a comida, que está muito ligada à história e aos primórdios da imigração pomerana ao Brasil, pois, diante dos desafios, reinventaram suas práticas alimentares de acordo com suas necessidades e disponibilidade de alimentos em cada período. As tradições e os rituais alimentares contêm e transportam as culturas de quem as pratica, constituindo-se em heranças que são preservadas e repassadas entre as gerações, e que estão dotadas de simbolismos, crenças e afetividades. A comida também incorpora dimensões sociais e culturais que podem ser evidenciadas nos atos de doar, receber e retribuir presentes alimentares entre familiares, amigos e vizinhos. O trabalho é um marcador de identidade pomerana fundamental, pois por meio dele percebe-se as formas de organização da sociedade, questões de gênero e transmissão de herança. Ressalta-se o trabalho em mutirão para realização de atividades de interesse coletivo, sejam eles trabalhos comunitários, agrícolas ou até mesmo a organização de festividades. Além desses aspectos, os idosos foram considerados guardiões da cultura pomerana. No entanto, os adultos e jovens também apresentaram seu ponto de vista e notou-se divergentes percepções, em que para os idosos os aspectos culturais pomeranos e a comida não deveriam ter sido tão ressignificados e na perspectiva dos adultos e jovens, não há problemas nas mudanças pela qual as comunidades pomeranas têm passado, desde que elas convivam no mesmo espaço que as tradições.Pomeranians are an ethnic group from the former Pomerania, European region between Germany and Poland. Because of war, famine and religious persecution, after 1859, this group emigrated to Brazil and other countries in search of new perspectives of life. In this new country, they reconstituted their ways of life and reinvented some aspects of their culture. Considering the magnitude and dynamics of their culture, the Pomeranian food became the main object of this study since it is present in essentially all contexts. Besides, daily food and the one which is part of Pomeranians rituals and festivities are important group identity markers, providing symbolism and acting in mediation and maintenance of social relationships among families. Because of that, the objective of this study was to investigate the Pomeranian culture and identity markers of its people, especially the cultural aspects of Pomeranian food in ritual and daily use by immigrants in Santa Maria de Jetibá and Itarana, Espirito Santo, Brazil. This is a qualitative study, more specifically, an ethnography of Pomeranians. Data was collected through participant observation and in-depth interviews concerning Pomeranian identity, food in daily life and in festivities, as well as its changes or maintenance over the generations, task forces, sociability and trade relations between Pomeranians. Field data revealed that far from Pomerania and ancestors, immigrants reinvented their ways of life in Brazil. However, culture remained essentially Pomeranian, since the act of emigration meant breaking with the country of origin but not with their traditions. Therefore many of the Pomeranians cultural aspects are still present and mark their identity such as food, language, way of living, working and celebrating; religion, clothing, and architecture. Food is closely linked to the history and the beginning of Pomeranian immigration to Brazil, because, due to the challenges faced, they reinvented their eating habits according to their needs and food availability in each period. Traditions and food rituals contain and transport the culture of those who practice them, constituting a heritage, preserved and passed on among generations, which is endowed with symbolism, beliefs and affections. The food also incorporates social and cultural dimensions that can be evidenced in acts of giving, receiving and retributing food gifts between family, friends and neighbors. That work is a fundamental Pomeranian identity marker, since through it, forms of society organization, gender and heritage transmission can be seen. It is important to highlight work as a joint effort to carry out collective interest activities, whether community or agricultural work, as well as festivity organization. Concerning Pomeranians cultural aspects, the elderly were considered guardians of the Pomeranian culture believing that their food should not have been so reinterpreted. On the other hand, adults and young people presented different perceptions, considering that they do not see any problem in the changes Pomeranian communities have gone through, since they coexist in the same space with the traditions.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de ViçosaPomeranios - Espírito Santo (Estado) - AlimentosPomeranios - Espírito Santo (Estado) - Usos e costumesEconomia DomésticaA comida na cultura pomerana: simbolismo, identidade e sociabilidadeThe Food in culture pomeranian: symbolism, identity and sociabilityinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Economia DomésticaMestre em Economia DomésticaViçosa - MG2015-03-24Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf4412125https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/6327/1/texto%20completo.pdffda08699bdbe46e77ce05845b9a22896MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/6327/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXTtexto completo.pdf.txttexto completo.pdf.txtExtracted texttext/plain463387https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/6327/3/texto%20completo.pdf.txtc8d7979befc603c5081fdd259127a579MD53THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3658https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/6327/4/texto%20completo.pdf.jpgfe76bb8876b7dd9883670e41a5247ddfMD54123456789/63272016-04-11 23:18:54.268oai:locus.ufv.br:123456789/6327Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452016-04-12T02:18:54LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false |
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