Perfil e posicionamentos dos pré-aposentados da UFV em sua realidade cotidiana – Viçosa, MG
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Data de Publicação: | 2003 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | LOCUS Repositório Institucional da UFV |
Texto Completo: | http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9259 |
Resumo: | O aumento do número de indivíduos que estão se aposentando, associado a uma esperança de vida cada vez mais longa, tem levado a uma preocupação mais intensa com a questão do desligamento laboral. Na tentativa de amenizar os conflitos que surgem no momento da aposentadoria, muitas organizações estão optando pela implantação dos Programas de Preparação para a Aposentadoria – os PPAs. Contudo, tais iniciativas costumam enfrentar resistências dos trabalhadores que se originam, em geral, dos próprios conflitos vivenciados nesse período. Em virtude de não haver, por parte dos servidores da UFV, que estão para se aposentar, uma participação mais efetiva no PPA-UFV, considerou-se necessário ampliar o conhecimento sobre essa problemática, visando buscar respostas que possam proporcionar subsídios às políticas relacionadas à aposentadoria e à 3a Idade. Nesse sentido, objetivou-se caracterizar o indivíduo pré-aposentado da UFV quanto à sua realidade pessoal, familiar, profissional e social, bem como identificar suas expectativas e representações ligadas à aposentadoria, à velhice e ao processo de envelhecimento. Trabalhou-se com uma amostra de 50 indivíduos, divididos em 25 docentes e 25 funcionários. Para análise das representações, foram selecionados, dentro dessa amostra, 10 professores e 10 funcionários, divididos igualmente entre homens e mulheres. Os dados, analisados por meio da estatística descritiva, indicaram que, com relação ao perfil pessoal e familiar dos entrevistados, mantiveram-se as diferenças esperadas no tocante às categorias de docentes e funcionários, principalmente no que se referia à renda e escolaridade. Quando foram analisadas as expectativas dos entrevistados em termos de planos para depois da aposentadoria ou de preparação para tal, verificou-se que a aposentadoria não era vista por eles como um assunto com que devessem se preocupar no momento, justificado por várias respostas do tipo ainda não pensei na aposentadoria ou não pretendo me aposentar agora. A maior parte dos servidores pretendia, depois de se aposentar, dedicar-se a alguma atividade, principalmente remunerada, existindo também o interesse, sobretudo do público feminino, de se dedicar ao voluntariado. Não foi demonstrado, por parte deles, um interesse em se preparar para a aposentadoria, principalmente porque percebiam essa preparação apenas pelo lado financeiro. No balanço entre ganhos e perdas advindos da aposentadoria, os entrevistados imaginavam que teriam ganhos de tempo e de renda após o desligamento laboral, conjugados com “hipotéticas” perdas salariais e sociais. Os resultados confirmaram o que já tinha sido percebido pelos coordenadores do PPA–U FV, com relação ao quase desconhecimento, pelos entrevistados, do programa de preparação para a aposentadoria e sobre o baixo interesse em participar dele, com a ressalva de que as mulheres e os funcionários se sentiam mais inclinados em fazê-lo. A análise das representações dos entrevistados sobre aposentadoria permitiu identificar que esta é, para eles, o encerramento de um trabalho e o momento de se iniciar em outro, que deverá ser, preferencialmente, remunerado, o que excluía o trabalho doméstico. A visão de aposentado que os servidores tinham estava permeada pelas representações negativas existentes em nossa sociedade. Essa visão negativa também se aplica ao velho e à velhice, sendo esta vista como um período triste da vida. É importante ressaltar que essa imagem, assim como a do aposentado, refere-se ao Outro. No caso dos entrevistados, apesar de assumirem que estavam envelhecendo, não se sentiam velhos, pois possuíam um espírito jovem. Da mesma forma, acreditavam que, ao exercer outro trabalho, não mereceriam ser chamados de aposentados. As análises permitiram entender o porquê de não haver, por parte dos pré-aposentados da UFV, interesse em planejar suas aposentadorias, pois, por não desejarem ser vistos como aposentados, esperavam que a aposentadoria não fosse mais do que o encerramento do trabalho na UFV e o reinício de outro, mantendo, assim, o seu valor numa sociedade que valoriza aquele que é produtivo. |
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Contudo, tais iniciativas costumam enfrentar resistências dos trabalhadores que se originam, em geral, dos próprios conflitos vivenciados nesse período. Em virtude de não haver, por parte dos servidores da UFV, que estão para se aposentar, uma participação mais efetiva no PPA-UFV, considerou-se necessário ampliar o conhecimento sobre essa problemática, visando buscar respostas que possam proporcionar subsídios às políticas relacionadas à aposentadoria e à 3a Idade. Nesse sentido, objetivou-se caracterizar o indivíduo pré-aposentado da UFV quanto à sua realidade pessoal, familiar, profissional e social, bem como identificar suas expectativas e representações ligadas à aposentadoria, à velhice e ao processo de envelhecimento. Trabalhou-se com uma amostra de 50 indivíduos, divididos em 25 docentes e 25 funcionários. Para análise das representações, foram selecionados, dentro dessa amostra, 10 professores e 10 funcionários, divididos igualmente entre homens e mulheres. Os dados, analisados por meio da estatística descritiva, indicaram que, com relação ao perfil pessoal e familiar dos entrevistados, mantiveram-se as diferenças esperadas no tocante às categorias de docentes e funcionários, principalmente no que se referia à renda e escolaridade. Quando foram analisadas as expectativas dos entrevistados em termos de planos para depois da aposentadoria ou de preparação para tal, verificou-se que a aposentadoria não era vista por eles como um assunto com que devessem se preocupar no momento, justificado por várias respostas do tipo ainda não pensei na aposentadoria ou não pretendo me aposentar agora. A maior parte dos servidores pretendia, depois de se aposentar, dedicar-se a alguma atividade, principalmente remunerada, existindo também o interesse, sobretudo do público feminino, de se dedicar ao voluntariado. Não foi demonstrado, por parte deles, um interesse em se preparar para a aposentadoria, principalmente porque percebiam essa preparação apenas pelo lado financeiro. No balanço entre ganhos e perdas advindos da aposentadoria, os entrevistados imaginavam que teriam ganhos de tempo e de renda após o desligamento laboral, conjugados com “hipotéticas” perdas salariais e sociais. Os resultados confirmaram o que já tinha sido percebido pelos coordenadores do PPA–U FV, com relação ao quase desconhecimento, pelos entrevistados, do programa de preparação para a aposentadoria e sobre o baixo interesse em participar dele, com a ressalva de que as mulheres e os funcionários se sentiam mais inclinados em fazê-lo. A análise das representações dos entrevistados sobre aposentadoria permitiu identificar que esta é, para eles, o encerramento de um trabalho e o momento de se iniciar em outro, que deverá ser, preferencialmente, remunerado, o que excluía o trabalho doméstico. A visão de aposentado que os servidores tinham estava permeada pelas representações negativas existentes em nossa sociedade. Essa visão negativa também se aplica ao velho e à velhice, sendo esta vista como um período triste da vida. É importante ressaltar que essa imagem, assim como a do aposentado, refere-se ao Outro. No caso dos entrevistados, apesar de assumirem que estavam envelhecendo, não se sentiam velhos, pois possuíam um espírito jovem. Da mesma forma, acreditavam que, ao exercer outro trabalho, não mereceriam ser chamados de aposentados. As análises permitiram entender o porquê de não haver, por parte dos pré-aposentados da UFV, interesse em planejar suas aposentadorias, pois, por não desejarem ser vistos como aposentados, esperavam que a aposentadoria não fosse mais do que o encerramento do trabalho na UFV e o reinício de outro, mantendo, assim, o seu valor numa sociedade que valoriza aquele que é produtivo.The increase in the number of people who are retiring, associated to the hope of a longer life, has brought a more intense worry about the labor disconnection question. In a try to ease the conflicts which appear in the retirement moment, many organizations are opting for implanting the Programs of Retirement Preparation – the PRPs. However, these have faced a little resistance from the workers, which are originated, in general, by the conflicts lived in this period. Due to not having, on the worker’s behalf, a more effective participation in the PRP-UFV, it was considered necessary to broaden the knowledge about this problem, in order to find answers that could bring about an assistance to the politics related to retirement and old age. Considering this, there was an objective of characterizing the UFV pre-retired individual, in terms of his personal, familiar and professional reality, as well as identifying his expectations and representations connected to his retirement, old age, and aging process. The work was done with a 50-individual-sample, divided in 25 professors and 25 workers. For the representations analyses, 10 professors and 10 workers were selected, divided equally in men and women. The data analyzed by means of descriptive statistic, showed that, in relation to the personal and familiar profile of the ones interviewed, the expected differences concerning the professors and workers categories, mainly in what referred to the income and educational level, were maintained. When the interviewed expectations in terms of plans for after the retirement or the preparation for it were analyzed, it was seen that the retirement was not viewed by them as a subject which they should worry about at the moment, justified by many answers such as “I still have not though about it” or “I do not intend to retire now”. Most workers intended to, after retirement, dedicate themselves to some activity, mainly remunerated, also being an interest, specially by the female public, to turn to volunteering. It was not shown by them an interest to prepare for retirement, specially because they perceived this preparation only on the financial side. In the balance between gains and losses coming from retirement, the interviewed imagined that they would have time and income gains after the labor disconnecting, conjugated to “hypothetical” social and salary losses. The results found by the research confirmed what had already been perceived by the PRP-UFV coordinators, in relation to the almost ignorance, by the interviewed, of the retirement preparation program and of the low interest in participating of it, being the women and the workers most inclined to participate. The interviewed representations analyzes about the retirement permitted identify that this is, foe them, the finishing of a work and the moment to start another one, that should preferably be remunerated, and that does not include housework. The retired image that the workers had was permeated by the negative representations existing in our society. This negative image also applied to the old and old age, seen as a sad period of life. It is important to give prominence that this image, as well as that of the retired one, refers to the Other. Considering the interviewed ones, although they assumed that they were aging, they did not consider themselves old, for they had a young spirit. Likewise, they believed that, doing another job, they did not deserve to be called retired. The analyzes permitted us to understand why there was not, on behalf of the UFV pre-retired ones, an interest in planning their retirements, because, as they did not want to be seen as retired persons, they expected that the retirement was not more than the finishing of work at UFV and the beginning of another, keeping their value in a society which values those who are productive.porUniversidade Federal de ViçosaServidores da UFVPré-aposentado da UFVCiências Sociais AplicadasPerfil e posicionamentos dos pré-aposentados da UFV em sua realidade cotidiana – Viçosa, MGThe Federal University of Viçosa pre-retiring people profile and positioning in their daily reality – Viçosa, MGinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Economia DomésticaMestre em Economia DomésticaViçosa - MG2003-03-21Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf240014https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9259/1/texto%20completo.pdf1dcf591b65dc44ec8920e5f79c038e35MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9259/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3582https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9259/3/texto%20completo.pdf.jpg6545e6442027fc9c3b0df39f72c719b2MD53123456789/92592016-12-22 22:00:20.601oai:locus.ufv.br:123456789/9259Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452016-12-23T01:00:20LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false |
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