Biologia reprodutiva de Corymborkis flava (Sw.) Kuntze (Orchidaceae: Tropidieae)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Andrade, Maria Regina Stephan
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8831
Resumo: Os objetivos do presente estudo foram verificar a fenologia de floração, a morfologia e a biologia floral, o sistema reprodutivo e os visitantes florais, em indivíduos de Corymborkis flava, em população natural, na Reserva Florestal Mata do Paraíso (RFMP), localizada no município de Viçosa (20 o 45’S e 42 o 55’W), Estado de Minas Gerais. Os estudos foram realizados no período de março a abril de 1998, de fevereiro a agosto de 2000 e de fevereiro a setembro de 2002. Em 98 indivíduos foram registrados o número de inflorescências por indivíduo, de indivíduos com flores abertas e de flores abertas por indivíduo. O estudo da morfologia floral incluiu a análise de cortes histológicos e testes histoquímicos para a localização do nectário. Os estudos sobre biologia floral e visitantes florais foram realizados, principalmente, por meio de observações de campo. O sistema reprodutivo foi verificado mediante testes de polinização. A floração durou cerca de dois meses; o início correspondeu ao período de transição da estação chuvosa para a seca (março/abril) e o final ao da estação seca (maio/junho). O pico de floração ocorreu em março/abril. As flores abriram ao longo do dia e duraram, em média, 7,8 dias. São amarelas, inodoras, tubulosas, fracamente zigomorfas e posicionam-se horizontalmente, atributos que sugerem a ornitofilia. A presença de néctar foi verificada pela manhã e à tarde. O nectário é perigonal e localiza- se no terço proximal do labelo, onde as células nectaríferas são ricas em amiloplastos. Esse é o primeiro registro da localização do nectário floral em espécies de Corymborkis. A câmara nectarífera, encontra-se na região proximal do labelo e coluna, ventralmente, e é formada pela porção dilatada do labelo, que envolve a coluna. As frutificações foram altas, inclusive após a autopolinização manual (84,85%), demonstrando autocompatibilidade, embora autopolinização espontânea não ocorra, devido à hercogamia. Esses resultados são inéditos para espécies de Tropidieae. Os frutos demoraram cerca de quatro meses para alcançarem a maturidade e a sua deiscência foi observada entre junho e setembro, que corresponde à estação seca. Dois beija-flores, Phaethornis squalidus e Chlorostilbon aureoventris, visitaram, legitimamente, as flores. Apenas em P.squalidus foi observado com polinário fixado na extremidade dorsal do bico. Entretanto, o comportamento desses beija-flores é semelhante, indicando que ambos podem atuar como polinizadores. A remoção e inserção de polínias, por indivíduo, foram altas, em média, 79,53 e 83,70%, respectivamente; considerando o número total de flores, as porcentagens foram igualmente altas, 80,36 e 82,48%, respectivamente. Esses resultados e os obtidos nos testes de polinização indicam que as condições atuais da RFMP são favoráveis à reprodução de C. flava; entretanto, por se tratar de espécie que se desenvolve em ambientes úmidos e sombreados, a alteração do hábitat pode levá-la à extinção local.
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spelling Okano, Rita Maria de CarvalhoAndrade, Maria Regina Stephanhttp://lattes.cnpq.br/1046365810786759Vieira, Milene Faria2016-10-13T18:23:45Z2016-10-13T18:23:45Z2004-03-19ANDRADE, Maria Regina Stephan. Biologia reprodutiva de Corymborkis flava (Sw.) Kuntze (Orchidaceae: Tropidieae). 2004. 43 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2004.http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8831Os objetivos do presente estudo foram verificar a fenologia de floração, a morfologia e a biologia floral, o sistema reprodutivo e os visitantes florais, em indivíduos de Corymborkis flava, em população natural, na Reserva Florestal Mata do Paraíso (RFMP), localizada no município de Viçosa (20 o 45’S e 42 o 55’W), Estado de Minas Gerais. Os estudos foram realizados no período de março a abril de 1998, de fevereiro a agosto de 2000 e de fevereiro a setembro de 2002. Em 98 indivíduos foram registrados o número de inflorescências por indivíduo, de indivíduos com flores abertas e de flores abertas por indivíduo. O estudo da morfologia floral incluiu a análise de cortes histológicos e testes histoquímicos para a localização do nectário. Os estudos sobre biologia floral e visitantes florais foram realizados, principalmente, por meio de observações de campo. O sistema reprodutivo foi verificado mediante testes de polinização. A floração durou cerca de dois meses; o início correspondeu ao período de transição da estação chuvosa para a seca (março/abril) e o final ao da estação seca (maio/junho). O pico de floração ocorreu em março/abril. As flores abriram ao longo do dia e duraram, em média, 7,8 dias. São amarelas, inodoras, tubulosas, fracamente zigomorfas e posicionam-se horizontalmente, atributos que sugerem a ornitofilia. A presença de néctar foi verificada pela manhã e à tarde. O nectário é perigonal e localiza- se no terço proximal do labelo, onde as células nectaríferas são ricas em amiloplastos. Esse é o primeiro registro da localização do nectário floral em espécies de Corymborkis. A câmara nectarífera, encontra-se na região proximal do labelo e coluna, ventralmente, e é formada pela porção dilatada do labelo, que envolve a coluna. As frutificações foram altas, inclusive após a autopolinização manual (84,85%), demonstrando autocompatibilidade, embora autopolinização espontânea não ocorra, devido à hercogamia. Esses resultados são inéditos para espécies de Tropidieae. Os frutos demoraram cerca de quatro meses para alcançarem a maturidade e a sua deiscência foi observada entre junho e setembro, que corresponde à estação seca. Dois beija-flores, Phaethornis squalidus e Chlorostilbon aureoventris, visitaram, legitimamente, as flores. Apenas em P.squalidus foi observado com polinário fixado na extremidade dorsal do bico. Entretanto, o comportamento desses beija-flores é semelhante, indicando que ambos podem atuar como polinizadores. A remoção e inserção de polínias, por indivíduo, foram altas, em média, 79,53 e 83,70%, respectivamente; considerando o número total de flores, as porcentagens foram igualmente altas, 80,36 e 82,48%, respectivamente. Esses resultados e os obtidos nos testes de polinização indicam que as condições atuais da RFMP são favoráveis à reprodução de C. flava; entretanto, por se tratar de espécie que se desenvolve em ambientes úmidos e sombreados, a alteração do hábitat pode levá-la à extinção local.The objective of this work was to verify flowering phenology, floral morphology and biology, the breeding system and floral visitors in individuals of Corymborkis flava, in a natural population at the Reserva Florestal Mata do Paraíso (RFMP), located in the municipality of Viçosa (20 o 45’S and 42 o 55’W), in Minas Gerais State. The studies were carried out during March-April 1998, February-August 2000 and February-September 2002. Number of inflorescences per individual, individuals bearing open flowers and open flowers per individual were recorded in 98 individuals. Floral morphology studies comprise the analysis of histological cuts and histochemical tests for nectary localization. Studies on floral biology and floral visitors were carried out mainly by means of field observation. The breeding system was verified by means of pollination tests. Flowering lasted around two months, with the start corresponding to the rainy to dry season transition period (March/April) and the end of the dry season (May/June). Flowering peak was reached in March/April. Flowers opened along the day lasting 7.8 days, on average, being yellow, inodorous, tubulous, slightly zygomorph, and horizontally positioned, attributes suggestive of ornithophily. The presence of nectar was verified in the morning and afternoon. Nectary is perigonial and located at the proximal third of the labellum, where the nectariferous cells are rich in amyloplasts. This is the first record of floral nectary location in species of Corymborkis. The nectariferous chamber is located in the proximal region of the labellum and column, ventrally, and is formed by the expanded portion of the labellum surrounding the column. Fructification was high, inclusive after manual self-pollination (84.85%), indicating self-compatibility, although spontaneous self-pollination does not occur, due to hercogamy. These results are unprecedented for Tropidieae species. It took four months for fruit to reach maturity, with dehiscence being observed between June and September (dry season). Two hummingbirds, Phaethornis squalidus and Chlorostilbon aureoventris, visited the flowers legitimally. Only P.squalidus was observed with the pollinarium fixed on the dorsal extremity of the beak. However, the behavior of these hummingbirds is similar, showing that both can act as pollinators. The removal and insertion of pollinia, per individual, were high, 79.53 and 83.70%, on average, respectively; with regard to the total blossom number, percentage was equally high, 80.36 and 82.48%, respectively. These results, as well as those obtained in the pollination tests, show that the present RFMP conditions are favorable to the reproduction of C. flava; however, since it is a species growing in humid and shady environment, habitat alteration may lead to local extinction.porUniversidade Federal de ViçosaOrquídea - MorfologiaOrquídea - ReproduçãoOrquídea - BiologiaNectários - AnatomiaCorymborkis flavaCiências BiológicasBiologia reprodutiva de Corymborkis flava (Sw.) Kuntze (Orchidaceae: Tropidieae)Reproductive biology of Corymborkis flava (Sw.) Kuntze (Orchidaceae: Tropidieae)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Biologia VegetalMestre em BotânicaViçosa - MG2004-03-19Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf1442090https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/8831/1/texto%20completo.pdfdb482b49357d38ce6ed11494f4342fc9MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/8831/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3736https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/8831/3/texto%20completo.pdf.jpgee35d33496597ab0be8161f0ae57f4b8MD53123456789/88312016-10-13 23:00:25.662oai:locus.ufv.br:123456789/8831Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452016-10-14T02:00:25LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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