Efeito das variações de temperatura na expressão gênica no intestino médio de Aedes aegypti e suas implicações para a interação com Zika virus

• Autor(a) principal: Ferreira, Priscila Gonçalves
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: eng
• Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
• Texto Completo: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28984; https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.083
• topic: Aedes aegypti; Temperatura - Efeito fisiológico; Vírus da Zika; Transcriptoma; Processamento Alternativo; Mendes, Tiago Antônio de Oliveira, 1986-; Biologia Molecular

Efeito das variações de temperatura na expressão gênica no intestino médio de Aedes aegypti e suas implicações para a interação com Zika virus. Orientador: Tiago Antônio Mendes. Coorientador: Gustavo Ferreira Martins. A descoberta contínua de novos patógenos e o surgimento de novas formas de transmissão revelam uma ameaça constante à saúde pública. Somado a isso, as mudanças climáticas podem ser um fator agravante na transmissão de patógenos. Os patógenos transmitidos por vetores representam um grande desafio à saúde pública e, no entanto, estamos apenas começando a entender a complexidade subjacente às interações mosquito-patógeno e como os fatores abióticos, como a temperatura, afetam essas interações. Para entender melhor os efeitos da temperatura na fisiologia do vetor e seus efeitos na interação mosquito-patógeno, comparamos o transcriptoma de amostras do intestino médio de mosquitos expostos ao Zika virus (ZIKV) e mosquitos não expostos alojados em três temperaturas diferentes (20, 28 e 36°C) durante 24 e 48 horas de exposição. Inicialmente, a quantificação do número de cópias de RNA viral não mostrou diferença entre 24 e 48h pós-exposição a 20°C, sugerindo que a replicação do ZIKV é limitada por alterações induzidas por temperaturas mais baixas no ambiente do intestino médio. Genes que codificam proteínas envolvidas com a digestão de sangue, metabolismo de ROS e imunidade do mosquito foram os que apresentaram maior alteração de expressão pela temperatura de 20ºC. A partir desses resultados, hipotetizamos que a variação de temperatura afeta o processo de digestão do sangue, modulando a geração de espécies reativas de oxigênio (ROS) no intestino médio. Mostramos que a variação de temperatura afeta tanto a expressão de genes envolvidos na digestão do sangue quanto a taxa de digestão. Além disso, devido aos efeitos da temperatura nos níveis de ROS e à expressão de proteínas antioxidantes no intestino médio, temperaturas mais baixas (20°C) resultam em um estado de estresse oxidativo mais longo quando comparado a outras temperaturas (28 e 36°C). Finalmente, eventos de splicing alternativos foram investigados sob diferentes temperaturas. Curiosamente, entre os genes listados, encontramos Tripsina, Ferritina, Tiorredoxina e a proteína de reconhecimento de Peptidoglicano LC, genes previamente demonstrados ter suaexpressão modulada pela temperatura. Nossos resultados revelam os processos fisiológicos que são impactados pela variação de temperatura e sugerem como a resposta imunológica é modulada frente a infecção pelo Zika virus. Palavras-chave: Aedes aegypti. Temperatura. Zika virus. Transcriptoma. Splicing Alternativo