Dieta de quatis (Procyonidae: Nasua nasua Linnaeus, 1766) em áreas de visitação pública no Parque Nacional do Caparaó e Parque Municipal das Mangabeiras

• Autor(a) principal: Rodrigues, Delma Henrique Domiciano
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
• Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/13180
• topic: Quati - Alimentação - Influência do homem; Mata Atlântica; Ciências Biológicas; Zoologia

Enquanto a fragmentação age negativamente reduzindo ou eliminando algumas espécies, outras, tais como o quati (Nasua nasua), parecem permanecer estáveis ou aumentam nas áreas urbanizadas em relação aos ambientes rurais, adaptando-se à presença humana e ao fornecimento de recursos alimentares. Este estudo investiga a dieta de quatis em duas unidades de conservação no sudeste do Brasil (Parque Municipal Mangabeiras –PMM e Parque Nacional do Caparaó- PNC), com diferentes graus de interação dos animais com a população humana. A amostragem ocorreu nos anos de 2012 e 2013. Foram realizadas buscas em locais utilizados com maior frequência pelos quatis, observação direta e contenção física. As fezes foram coletadas, armazenadas e devidamente identificadas. As amostras foram lavadas em água, levadas para secar e triadas com o auxílio de lupa estereoscópica e pinça de ponta fina. Os itens foram identificados e separados em 5 principais categorias: artrópodes, vertebrados, vegetais, sementes e lixo. Para determinar a importância de cada item alimentar para a dieta de quatis, utilizou-se o percentual de ocorrência (PO) e frequência de ocorrência (FO). Para comparar a dieta de machos e fêmeas foi utilizado o teste não paramétrico Mann-Withney U (p≤ 0,5). Foram coletadas 99 amostras, sendo 75 para o PNC e 24 para o PMM. Machos e fêmeas não diferiram significativamente para a frequência de ocorrência e a porcentagem de ocorrência dos itens alimentares analisados. A dieta de N. nasua para as áreas estudas é composta em maior parte por artrópodes e vegetais. A ingestão de vertebrados parece ter ocorrido de forma oportunista. Foi identificado influência antrópica com ocorrência da ingestão de alimentos processados, resíduos não digeríveis descartados e frutos cultivados. A presença antrópica tem influenciado não só no consumo alimentar dos quatis, bem como nos padrões de atividades de forrageio nas duas áreas amostradas.