A resiliência das cooperativas da agricultura familiar durante a pandemia da COVID- 19: uma abordagem relacional
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Data de Publicação: | 2023 |
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Título da fonte: | LOCUS Repositório Institucional da UFV |
Texto Completo: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/32197 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.080 |
Resumo: | As restrições de circulação de pessoas durante a pandemia da COVID-19 desencadearam uma cascata de efeitos sobre a economia afetando também os empreendimentos rurais. As feiras livres e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) são exemplos de canais de comercialização que foram suspensos no decorrer da pandemia. Nesse contexto, esta tese buscou compreender a resiliência das cooperativas da agricultura familiar durante a pandemia da COVID-19, por uma perspectiva relacional, evidenciando as vulnerabilidades, as estratégias adotadas e como as interações entre as cooperativas e os demais atores com quem se relacionam condicionaram a construção dessas estratégias. Este estudo, de caráter qualitativo e delineado pelo estudo de múltiplos eventos, investigou três cooperativas sediadas no Polo de Agroecologia e produção orgânica da Zona da Mata de Minas Gerais. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com gestores e cooperados, observação não participante e análise documental. O aporte teórico escolhido pautou-se na Nova Sociologia Econômica, com as análises centradas em uma abordagem relacional. Como resultado, verificou-se que a interrupção do PNAE foi a vulnerabilidade mais significativa, explicitando a importância de as cooperativas diversificarem seus canais de comercialização, como mecanismo de proteção frente a uma possível dependência dos mercados institucionais, e de fortalecimento da própria resiliência. Quanto às estratégias de reação, destacou-se o papel das relações inerentes a essas cooperativas como base para a mobilização de seus cooperados, no fomento às alternativas de mercados em detrimento ao PNAE, e para a articulação com atores externos em busca de novas oportunidades de comercialização, como projetos emergenciais, políticas públicas e outros canais de escoamento. Além disso, as estratégias também envolveram habilidades da gestão em congregar alternativas que atendessem seus cooperados no escoamento da produção provisionada e nas possibilidades de (re)organização da produção. Essa habilidade alicerçou-se em relações de confiança, promovendo a coesão entre gestão/cooperados, culminando em ações que abarcassem não somente os aspectos mercadológicos inerentes às cooperativas, mas também os aspectos socioecológicos de seus cooperados. As ações coletivas possibilitaram condições para superar os entraves de comercialização decorrentes do isolamento social e da suspensão e/ou adaptação do PNAE como fator causal para perda e redução da produção durante a pandemia. Mediante isso, pode- se concluir que, a organização cooperativa, transcende a perspectiva econômica, visto que as relações estabelecidas com os atores de suas redes, e a aproximação de diferentes grupos sociais contribuíram para a reprodução social da agricultura familiar e, consequentemente, favoreceram sua resiliência como organização. Finalmente, considerou-se que as características inerentes a cada cooperativa também foram determinantes na conformação das redes e nas relações tecidas. Assim, os resultados mais favoráveis decorreram das cooperativas cujos comportamentos foram pautados numa sólida coesão entre gestão e cooperados, assim como de uma rede de interações mais bem difundida e com complementaridade entre laços fortes e fracos. Em suma, o estudo revelou que as cooperativas tiveram sua resiliência condicionada, principalmente, pelo dinamismo das organizações, em especial pelas parcerias constituídas; pela diversificação dos mercados que acessam e pela característica das lideranças que conduzem a gestão, pautadas no engajamento com seus cooperados. Palavras-chave: Cooperativa da Agricultura Familiar. Pandemia da COVID-19. Resiliência. |
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Valadão, William Barbosahttp://lattes.cnpq.br/2045427141952789Freitas, Alair Ferreira de2024-02-29T17:26:09Z2024-02-29T17:26:09Z2023-12-01VALADÃO, William Barbosa. A resiliência das cooperativas da agricultura familiar durante a pandemia da COVID- 19: uma abordagem relacional. 2023. 166 f. Tese (Doutorado em Extensão Rural) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2023.https://locus.ufv.br//handle/123456789/32197https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.080As restrições de circulação de pessoas durante a pandemia da COVID-19 desencadearam uma cascata de efeitos sobre a economia afetando também os empreendimentos rurais. As feiras livres e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) são exemplos de canais de comercialização que foram suspensos no decorrer da pandemia. 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Como resultado, verificou-se que a interrupção do PNAE foi a vulnerabilidade mais significativa, explicitando a importância de as cooperativas diversificarem seus canais de comercialização, como mecanismo de proteção frente a uma possível dependência dos mercados institucionais, e de fortalecimento da própria resiliência. Quanto às estratégias de reação, destacou-se o papel das relações inerentes a essas cooperativas como base para a mobilização de seus cooperados, no fomento às alternativas de mercados em detrimento ao PNAE, e para a articulação com atores externos em busca de novas oportunidades de comercialização, como projetos emergenciais, políticas públicas e outros canais de escoamento. Além disso, as estratégias também envolveram habilidades da gestão em congregar alternativas que atendessem seus cooperados no escoamento da produção provisionada e nas possibilidades de (re)organização da produção. Essa habilidade alicerçou-se em relações de confiança, promovendo a coesão entre gestão/cooperados, culminando em ações que abarcassem não somente os aspectos mercadológicos inerentes às cooperativas, mas também os aspectos socioecológicos de seus cooperados. As ações coletivas possibilitaram condições para superar os entraves de comercialização decorrentes do isolamento social e da suspensão e/ou adaptação do PNAE como fator causal para perda e redução da produção durante a pandemia. Mediante isso, pode- se concluir que, a organização cooperativa, transcende a perspectiva econômica, visto que as relações estabelecidas com os atores de suas redes, e a aproximação de diferentes grupos sociais contribuíram para a reprodução social da agricultura familiar e, consequentemente, favoreceram sua resiliência como organização. Finalmente, considerou-se que as características inerentes a cada cooperativa também foram determinantes na conformação das redes e nas relações tecidas. Assim, os resultados mais favoráveis decorreram das cooperativas cujos comportamentos foram pautados numa sólida coesão entre gestão e cooperados, assim como de uma rede de interações mais bem difundida e com complementaridade entre laços fortes e fracos. Em suma, o estudo revelou que as cooperativas tiveram sua resiliência condicionada, principalmente, pelo dinamismo das organizações, em especial pelas parcerias constituídas; pela diversificação dos mercados que acessam e pela característica das lideranças que conduzem a gestão, pautadas no engajamento com seus cooperados. Palavras-chave: Cooperativa da Agricultura Familiar. Pandemia da COVID-19. Resiliência.Restrictions on the movement of people during the COVID-19 pandemic triggered a cascade of effects on the economy, also affecting rural enterprises. Open-air markets and the National School Food Program (PNAE) are examples of marketing channels that were suspended during the pandemic. In this context, this thesis sought to understand the resilience of family farming cooperatives during the COVID-19 pandemic, from a relational perspective, highlighting the vulnerabilities, the strategies adopted and how interactions between cooperatives and other actors with whom they relate conditioned the construction of these strategies. This study, of a qualitative nature and outlined by the study of multiple events, investigated three cooperatives based in the Agroecology and organic production Hub of Zona da Mata in Minas Gerais. Data were collected through interviews with managers and cooperative members, non-participant observation and document analysis. The theoretical support chosen was based on New Economic Sociology, with analyzes centered on a relational approach. As a result, it was found that the interruption of the PNAE was the most significant vulnerability, demonstrating the importance of cooperatives diversifying their marketing channels, as a protection mechanism against possible dependence on institutional markets, and to strengthen their own resilience. Regarding reaction strategies, the role of the relationships inherent to these cooperatives was highlighted as a basis for mobilizing their members, fostering market alternatives to the detriment of the PNAE, and for articulation with external actors in search of new opportunities for commercialization, such as emergency projects, public policies and other distribution channels. Furthermore, the strategies also involved management skills in bringing together alternatives that would assist their members in the flow of provisioned production and in the possibilities of (re)organizing production. This ability was based on relationships of trust, promoting cohesion between management and members, culminating in actions that covered not only the marketing aspects inherent to cooperatives, but also the socio-ecological aspects of their members. Collective actions enabled conditions to overcome commercialization obstacles arising from social isolation and the suspension and/or adaptation of the PNAE as a causal factor for the loss and reduction of production during the pandemic. Therefore, it can be concluded that the cooperative organization transcends the economic perspective, since the relationships established with the actors in their networks, and the rapprochement of different social groups contributed to the social reproduction of family farming and, consequently, favored its resilience as an organization. Finally, it was considered that the characteristics inherent to each cooperative were also decisive in the formation of networks and the relationships created. Thus, the most favorable results came from cooperatives whose behavior was based on solid cohesion between management and members, as well as a more widespread network of interactions with complementarity between strong and weak ties. In short, the study revealed that cooperatives had their resilience conditioned, mainly, by the dynamism of the organizations, especially by the partnerships established; due to the diversification of the markets they access and the characteristics of the leaders who conduct management, based on engagement with their members. Key words: Family Farming Cooperative. COVID-19 Pandemic. Resilience.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de ViçosaExtensão RuralCooperativas agrícolasAgricultura familiarCOVID-19, Pandemia de, 2020-ResiliênciaSociologia RuralA resiliência das cooperativas da agricultura familiar durante a pandemia da COVID- 19: uma abordagem relacionalThe resilience of family farming cooperatives during the COVID-19 pandemic: a relational approachinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Economia RuralDoutor em Extensão RuralViçosa - MG2023-12-01Doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf4525598https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/32197/1/texto%20completo.pdfc6a35bec86aaa2d58007fef13c5355a0MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/32197/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/321972024-02-29 14:27:23.046oai:locus.ufv.br:123456789/32197Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452024-02-29T17:27:23LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false |
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