Interações tritróficas afetando os surtos de pragas em Myrtaceae

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Holtz, Anderson Mathias
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11094
Resumo: As Myrtaceae nativas do Brasil (goiabeira, guabirobeira, jaboticabeira, etc.) abrigam uma entomofauna indígena, a qual sobrevive nestes hospedeiros sem, aparentemente, apresentar surtos populacionais. No eucalipto, que é também uma Myrtaceae, porém exótica, observa-se um aumento do número de espécies de insetos herbívoros que vêm causando sérios prejuízos à eucaliptocultura nacional. Assim, indaga-se por que um mesmo inseto é praga em uma espécie de planta (eucalipto) e em outra não (goiaba). O crescimento, o desenvolvimento e a reprodução dos insetos dependem da quantidade e qualidade do alimento que utilizam. Sabe-se que plantas possuem compostos químicos, e que quando atacadas por insetos herbívoros, tais compostos são utilizados como defesa da planta, prejudicando a performance da praga e/ou servindo como guia (voláteis) para os inimigos naturais (IN) encontrarem estes insetos herbívoros. Em razão do exposto, este trabalho foi dividido em três etapas que abordaram o potencial de sobrevivência e reprodução do inseto herbívoro Thyrinteina arnobia (Lepidoptera: Geometridae) e a atração do predador Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae) em duas espécies de plantas: Eucalyptus cloesiana (eucalipto) e Psidium guajava (goiaba). Na primeira etapa, avaliou- se o desenvolvimento (biologia) deste herbívoro em folhas de goiaba e eucalipto em laboratório através do cálculo da taxa intrínsica de crescimento (rm). O rm encontrado mostrou que o desenvolvimento de T. arnobia foi melhor no hospedeiro eucalipto (0,103) do que no seu hospedeiro de origem (0.067) (goiaba). Possivelmente, plantas de goiaba possuem compostos químicos que agem negativamente sobre populações de herbívoros e, em eucalipto, aparentemente este tipo de defesa foi suplantado por estes herbívoros. A segunda etapa avaliou a preferência de forrageamento de P. nigrispinus às duas espécies de plantas aqui estudadas. Os ensaios foram realizados utilizando-se três plantas (controle) intercaladas com outras três plantas testes formando um hexágono. No centro desse hexágono foi liberado, em cada teste, um total de 100 percevejos. O experimento constou de quatro repetições para os seguintes tratamentos: (a) plantas de goiaba e eucalipto sem injúria; (b) plantas de eucalipto injuriadas por lagartas de T. arnobia, mas sem a permanência das mesmas nas plantas, e plantas sem injúria; (c) plantas de goiaba injuriadas por lagartas de T. arnobia, mas sem a permanência das mesmas nas plantas, e plantas sem injúria; (d) plantas de eucalipto e goiaba injuriadas por lagartas de T. arnobia, mas sem a permanência das mesmas nas plantas; (e) plantas de eucalipto e goiaba injuriadas por lagartas de T. arnobia, com a permanência das mesmas nas plantas. P. nigrispinus preferiu plantas de goiaba injuriadas por lagartas de T. arnobia com a permanência das mesmas nas plantas. Adicionalmente, plantas injuriadas, por lagartas de T. arnobia, sem a permanência das mesmas nas plantas, foram preferidas pelos percevejos, mesmo quando foram comparadas plantas da mesma espécie nos testes. Plantas sem injúria (limpas) também atraíram os percevejos, porém, a porcentagem de recaptura em plantas de goiaba foi maior que em plantas de eucalipto. Os resultados obtidos neste trabalho demonstram que o predador P. nigrispinus além de discriminar entre os odores liberados por espécies de plantas nativas (goiaba) e eucalipto, também discrimina voláteis associados à herbivoria. A terceira etapa avaliou a mortalidade de T. arnobia em campo em plantas de goiaba e eucalipto, e em laboratório, quando se induziu o sistema de defesa da planta. Em campo, a mortalidade foi maior no hospedeiro goiaba (70,77%) do que no hospedeiro eucalipto (22,00%). No teste de laboratório, para a avaliação de defesa induzida, foram utilizadas folhas de plantas de eucalipto limpas (sem terem sofrido nenhum tipo de injúria) e folhas de plantas de eucalipto injuriadas por lagartas de T. arnobia, para verificar se plantas de eucalipto injuriadas ativam seu mecanismo de defesa contra a herbivoria. A mortalidade larval foi de 30,00% em plantas injuriadas contra 10,00% em plantas limpas. Estes resultados demonstram que, quando atacadas por herbívoros, as plantas de eucalipto ativam seu mecanismo de defesa, o que afeta negativamente o desenvolvimento dos herbívoros. De acordo com os resultados apresentados nesse trabalho, é possível concluir que, as plantas de goiaba não são um hospedeiro adequado para o desenvolvimento e estabelecimento de populações de T. arnobia (apesar de ser um de seus hospedeiros nativos), devido à defesas químicas diretas (que agem sobre o herbívoro) ou indiretas (que atraem IN para predarem herbívoros). Por outro lado, T. arnobia vem, aparentemente, se desenvolvendo, adaptando-se e mantendo suas populações em plantios de eucalipto. De uma forma ou de outra, os herbívoros vêm conseguindo quebrar as barreiras de defesa das plantas em eucalipto, ao contrário com plantas de goiaba, onde esses herbívoros têm maior dificuldade em se estabelecer.
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spelling Zanuncio, José ColaSouza, Og Francisco Fonseca deHoltz, Anderson Mathiashttp://lattes.cnpq.br/3943417292642301Pallini Filho, Angelo2017-07-06T19:41:59Z2017-07-06T19:41:59Z2001-07-27HOLTZ, Anderson Mathias. Interações tritróficas afetando os surtos de pragas em Myrtaceae. 2001. 104 f. Dissertação (Mestrado em Entomologia) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2001.http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11094As Myrtaceae nativas do Brasil (goiabeira, guabirobeira, jaboticabeira, etc.) abrigam uma entomofauna indígena, a qual sobrevive nestes hospedeiros sem, aparentemente, apresentar surtos populacionais. No eucalipto, que é também uma Myrtaceae, porém exótica, observa-se um aumento do número de espécies de insetos herbívoros que vêm causando sérios prejuízos à eucaliptocultura nacional. Assim, indaga-se por que um mesmo inseto é praga em uma espécie de planta (eucalipto) e em outra não (goiaba). O crescimento, o desenvolvimento e a reprodução dos insetos dependem da quantidade e qualidade do alimento que utilizam. Sabe-se que plantas possuem compostos químicos, e que quando atacadas por insetos herbívoros, tais compostos são utilizados como defesa da planta, prejudicando a performance da praga e/ou servindo como guia (voláteis) para os inimigos naturais (IN) encontrarem estes insetos herbívoros. Em razão do exposto, este trabalho foi dividido em três etapas que abordaram o potencial de sobrevivência e reprodução do inseto herbívoro Thyrinteina arnobia (Lepidoptera: Geometridae) e a atração do predador Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae) em duas espécies de plantas: Eucalyptus cloesiana (eucalipto) e Psidium guajava (goiaba). Na primeira etapa, avaliou- se o desenvolvimento (biologia) deste herbívoro em folhas de goiaba e eucalipto em laboratório através do cálculo da taxa intrínsica de crescimento (rm). O rm encontrado mostrou que o desenvolvimento de T. arnobia foi melhor no hospedeiro eucalipto (0,103) do que no seu hospedeiro de origem (0.067) (goiaba). Possivelmente, plantas de goiaba possuem compostos químicos que agem negativamente sobre populações de herbívoros e, em eucalipto, aparentemente este tipo de defesa foi suplantado por estes herbívoros. A segunda etapa avaliou a preferência de forrageamento de P. nigrispinus às duas espécies de plantas aqui estudadas. Os ensaios foram realizados utilizando-se três plantas (controle) intercaladas com outras três plantas testes formando um hexágono. No centro desse hexágono foi liberado, em cada teste, um total de 100 percevejos. O experimento constou de quatro repetições para os seguintes tratamentos: (a) plantas de goiaba e eucalipto sem injúria; (b) plantas de eucalipto injuriadas por lagartas de T. arnobia, mas sem a permanência das mesmas nas plantas, e plantas sem injúria; (c) plantas de goiaba injuriadas por lagartas de T. arnobia, mas sem a permanência das mesmas nas plantas, e plantas sem injúria; (d) plantas de eucalipto e goiaba injuriadas por lagartas de T. arnobia, mas sem a permanência das mesmas nas plantas; (e) plantas de eucalipto e goiaba injuriadas por lagartas de T. arnobia, com a permanência das mesmas nas plantas. P. nigrispinus preferiu plantas de goiaba injuriadas por lagartas de T. arnobia com a permanência das mesmas nas plantas. Adicionalmente, plantas injuriadas, por lagartas de T. arnobia, sem a permanência das mesmas nas plantas, foram preferidas pelos percevejos, mesmo quando foram comparadas plantas da mesma espécie nos testes. Plantas sem injúria (limpas) também atraíram os percevejos, porém, a porcentagem de recaptura em plantas de goiaba foi maior que em plantas de eucalipto. Os resultados obtidos neste trabalho demonstram que o predador P. nigrispinus além de discriminar entre os odores liberados por espécies de plantas nativas (goiaba) e eucalipto, também discrimina voláteis associados à herbivoria. A terceira etapa avaliou a mortalidade de T. arnobia em campo em plantas de goiaba e eucalipto, e em laboratório, quando se induziu o sistema de defesa da planta. Em campo, a mortalidade foi maior no hospedeiro goiaba (70,77%) do que no hospedeiro eucalipto (22,00%). No teste de laboratório, para a avaliação de defesa induzida, foram utilizadas folhas de plantas de eucalipto limpas (sem terem sofrido nenhum tipo de injúria) e folhas de plantas de eucalipto injuriadas por lagartas de T. arnobia, para verificar se plantas de eucalipto injuriadas ativam seu mecanismo de defesa contra a herbivoria. A mortalidade larval foi de 30,00% em plantas injuriadas contra 10,00% em plantas limpas. Estes resultados demonstram que, quando atacadas por herbívoros, as plantas de eucalipto ativam seu mecanismo de defesa, o que afeta negativamente o desenvolvimento dos herbívoros. De acordo com os resultados apresentados nesse trabalho, é possível concluir que, as plantas de goiaba não são um hospedeiro adequado para o desenvolvimento e estabelecimento de populações de T. arnobia (apesar de ser um de seus hospedeiros nativos), devido à defesas químicas diretas (que agem sobre o herbívoro) ou indiretas (que atraem IN para predarem herbívoros). Por outro lado, T. arnobia vem, aparentemente, se desenvolvendo, adaptando-se e mantendo suas populações em plantios de eucalipto. De uma forma ou de outra, os herbívoros vêm conseguindo quebrar as barreiras de defesa das plantas em eucalipto, ao contrário com plantas de goiaba, onde esses herbívoros têm maior dificuldade em se estabelecer.Native Myrtaceae of Brazil (guava tree, guabiroba tree, jaboticaba tree, etc.) they shelter an indigenous entomofauny, which survives in these hosts without, seemingly, present in populational outbreak. In the eucalyptus, that is also a Myrtaceae, even so exotic, an increase of the number of species of herbivore insects is observed that come causing serious damages to the national eucalyptus crop. Thus, the question is, why the same insect is a plague in a type of plant (eucalyptus) and not in other (guava). The growth, the development and the reproduction of the insects depend on the amount and quality of the food that is used. It is known that plants have chemical compounds, and that when attacked by herbivore insects, such compounds are used as a defense of the plant, harming the performance of the pest outbreaks and/or serving as guide (volatile) for the natural enemies (IN) they find these herbivore insects. In reason of the exposed, this work was divided in three stages that approached the survival potential and reproduction of the insect herbivore Thyrinteina arnobia (Lepidoptera: Geometridae) and the attraction of the predator Podisus nigrispinus (Heteroptera: Pentatomidae) in two species of plants: Eucalyptus cloesiana (eucalyptus) and Psidium guajava (guava). In the first stage, the development was evaluated (biology) of this herbivore in guava leaves and eucalyptus in laboratory through the calculation of the rate growth intrinsic (rm). The found rm showed that the development of T. arnobia was better in the host eucalyptus (0.103) than in its origin host (0. 067) (guava). Possibly, guava plants possess chemical compounds that act negatively on populations of herbivores and, in eucalyptus, seemingly this kind of defense was supplanted by these herbivores. The second stage evaluated the preference of foraging of P. nigrispinus to the two species of plants studied here. The rehearsals were accomplished using three plants (it controls) inserted with other three test plants forming an hexagon. In the center of that hexagon it was liberated, in each test, a total of 100 true bug. The experiment consisted of four repetitions for the following treatments: (a) guava plants and eucalyptus without offense; (b) eucalyptus plants reviled by caterpillars of T. arnobia, but without the permanence of the same ones in the plants, and plant without offense; (c) guava plants reviled by caterpillars of T. arnobia, but without the permanence of the same ones in the plants, and plant without offense; (d) eucalyptus plants and guava reviled by caterpillars of T. arnobia, but without the permanence of the same ones in the plants; (e) eucalyptus plants and guava reviled by caterpillars of T. arnobia, with the permanence of the same ones in the plants. P. nigrispinus preferred guava plants reviled by caterpillars of T. arnobia with the permanence of the same ones in the plants. Additeonally, reviled plants, by caterpillars of T. arnobia, without the permanence of the same ones in the plants, they were favorite for the true bug, same when plants of the same species were compared in the tests. Plants without offense (clean) they also attracted the true bug, even so, the percentage of its recaptures in guava plants was larger than in eucalyptus plants. The results obtained in this work demonstrate that the predator P. nigrispinus besides discriminating among the scents liberated by species of native plants (guava) and eucalyptus, also discriminates volatile associated to the herbivory. The third stage evaluated the mortality of T. arnobia in field in guava plants and eucalyptus, and in laboratory, when the system of defense of the plant was induced. In field, the mortality was larger in the host guava (70.77%) than in the host eucalyptus (22.00%). In the laboratory test, for the evaluation of induced defense, leaves of clean eucalyptus plants were used (without having suffered any, kind of offense) and leaves of eucalyptus plants reviled by caterpillars of T. arnobia, to verify if plants of reviled eucalyptus activate its defense mechanism against the herbivory. The larval mortality was of 30.00% in plants reviled against 10.00% in clean plants. These results demonstrate that, when attacked by herbivores, the eucalyptus plants activate their defense mechanism, what affects the development of the herbivores negatively. In agreement with the results presented in that work, it is possible to conclude that, the guava plants are not an adequate host for the development and establishment of populations of T. arnobia (in spite of being one of its native host), due to direct chemical defenses (that act on the herbivore) or insinuations (that attract IN for herbivore predarem). On the other hand, T. arnobia comes, seemingly, developing, it self adapting and maintaining its populations in eucalyptus plantations. One way or another, the herbivores are getting to break the barriers of defense of the plants in eucalyptus, to the contrary with guava plants, where those herbivores have larger difficulty in settling down.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de ViçosaDefesa constitutivaDefesa induzidaThyrinteina arnobiaPsidium guajavaPodisus nigrispinusEucalyptus sp.Ciências BiológicasInterações tritróficas afetando os surtos de pragas em MyrtaceaeTritrophic interactions affecting pest outbreaks in Myrtaceaeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de EntomologiaMestre em EntomologiaViçosa - MG2001-07-27Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf436835https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/11094/1/texto%20completo.pdf905b9939d8842a296225034c547c232aMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/11094/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3664https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/11094/3/texto%20completo.pdf.jpg5c58ed1ee3cdf83013a02660af688e4bMD53123456789/110942017-07-06 23:00:33.439oai:locus.ufv.br:123456789/11094Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452017-07-07T02:00:33LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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A segunda etapa avaliou a preferência de forrageamento de P. nigrispinus às duas espécies de plantas aqui estudadas. Os ensaios foram realizados utilizando-se três plantas (controle) intercaladas com outras três plantas testes formando um hexágono. No centro desse hexágono foi liberado, em cada teste, um total de 100 percevejos. O experimento constou de quatro repetições para os seguintes tratamentos: (a) plantas de goiaba e eucalipto sem injúria; (b) plantas de eucalipto injuriadas por lagartas de T. arnobia, mas sem a permanência das mesmas nas plantas, e plantas sem injúria; (c) plantas de goiaba injuriadas por lagartas de T. arnobia, mas sem a permanência das mesmas nas plantas, e plantas sem injúria; (d) plantas de eucalipto e goiaba injuriadas por lagartas de T. arnobia, mas sem a permanência das mesmas nas plantas; (e) plantas de eucalipto e goiaba injuriadas por lagartas de T. arnobia, com a permanência das mesmas nas plantas. P. nigrispinus preferiu plantas de goiaba injuriadas por lagartas de T. arnobia com a permanência das mesmas nas plantas. Adicionalmente, plantas injuriadas, por lagartas de T. arnobia, sem a permanência das mesmas nas plantas, foram preferidas pelos percevejos, mesmo quando foram comparadas plantas da mesma espécie nos testes. Plantas sem injúria (limpas) também atraíram os percevejos, porém, a porcentagem de recaptura em plantas de goiaba foi maior que em plantas de eucalipto. Os resultados obtidos neste trabalho demonstram que o predador P. nigrispinus além de discriminar entre os odores liberados por espécies de plantas nativas (goiaba) e eucalipto, também discrimina voláteis associados à herbivoria. A terceira etapa avaliou a mortalidade de T. arnobia em campo em plantas de goiaba e eucalipto, e em laboratório, quando se induziu o sistema de defesa da planta. Em campo, a mortalidade foi maior no hospedeiro goiaba (70,77%) do que no hospedeiro eucalipto (22,00%). No teste de laboratório, para a avaliação de defesa induzida, foram utilizadas folhas de plantas de eucalipto limpas (sem terem sofrido nenhum tipo de injúria) e folhas de plantas de eucalipto injuriadas por lagartas de T. arnobia, para verificar se plantas de eucalipto injuriadas ativam seu mecanismo de defesa contra a herbivoria. A mortalidade larval foi de 30,00% em plantas injuriadas contra 10,00% em plantas limpas. Estes resultados demonstram que, quando atacadas por herbívoros, as plantas de eucalipto ativam seu mecanismo de defesa, o que afeta negativamente o desenvolvimento dos herbívoros. De acordo com os resultados apresentados nesse trabalho, é possível concluir que, as plantas de goiaba não são um hospedeiro adequado para o desenvolvimento e estabelecimento de populações de T. arnobia (apesar de ser um de seus hospedeiros nativos), devido à defesas químicas diretas (que agem sobre o herbívoro) ou indiretas (que atraem IN para predarem herbívoros). Por outro lado, T. arnobia vem, aparentemente, se desenvolvendo, adaptando-se e mantendo suas populações em plantios de eucalipto. De uma forma ou de outra, os herbívoros vêm conseguindo quebrar as barreiras de defesa das plantas em eucalipto, ao contrário com plantas de goiaba, onde esses herbívoros têm maior dificuldade em se estabelecer.
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